quarta-feira, 13 de abril de 2016

Antigos combatentes moçambicanos acusam Renamo de semear terror



A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACCLIN), órgão da Frelimo, partido no poder em Moçambique, acusou hoje a Renamo, principal partido de oposição, de lançar uma campanha de terror com ataques armados no centro do país.

"Estamos a viver uma situação de perturbação à ordem e segurança bem localizada no centro do país, onde a Renamo está a semear o terror, provocando sofrimento e perda de vidas entre as populações", disse o presidente da ACCLIN, Fernando Faustino, no seu discurso na abertura da V Sessão Ordinária do Comité Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Os ataques da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), prosseguiu Faustino, são um insulto à paciência dos moçambicanos e à segurança no país, devendo, por isso, ser alvo de repúdio por parte de toda a sociedade.

Para a ACCLIN, as ações armadas da Renamo são a expressão da alegada incapacidade do movimento de se adaptar ao estatuto de partido normal e de fazer política através de meios legais e democraticamente aceitáveis.

"A ACCLIN encoraja o presidente [da Frelimo e da República] Filipe Nyusi a continuar com determinação e sentido de Estado a busca de soluções para o fim da perturbação provocada pela Renamo", declarou Fernando Faustino.

A manutenção da paz será um dos pontos essenciais da agenda da V Sessão Ordinária do Comité Central da Frelimo, que se prolonga até ao próximo sábado.

Moçambique vive uma crise política e militar caracterizada por confrontos entre as forças de defesa e segurança moçambicanas e o braço armado da Renamo, principal partido de oposição, no centro do país, e por ataques a veículos militar e civis em vários troços da principal estrada do país na região, atribuídos ao movimento.

Além disso, a economia moçambicana tem sido atingida por uma queda vertiginosa do metical face ao dólar, descida das exportações e subida de inflação, por efeito não só de causas externas, como a baixa cotação de matérias-primas, como também de uma persistente seca que atinge centenas de milhares de pessoas no sul e centro do país.

Outra ameaça prende-se com as contas do Estado, envolvendo o risco de agravamento da dívida pública, num momento em que Moçambique conseguiu restruturar o empréstimo de 850 milhões de dólares, contraído para a empresa estatal de atum, mas em que surgem notícias dando conta da existência de um segundo encargo até agora desconhecido, no âmbito do mesmo dossiê.

O Comité Central da Frelimo esteve reunido em sessão extraordinária em fevereiro, tendo sido renovada a maior parte do elenco do seu secretariado.

Foi a primeira reunião do Comité Central dirigida por Filipe Nyusi, desde que assumiu a presidência da Frelimo, em março de 2015, substituindo o anterior líder do partido e ex-Presidente da República, Armando Guebuza.

PMA // APN - Lusa

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