A
Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACCLIN), órgão da
Frelimo, partido no poder em Moçambique, acusou hoje a Renamo, principal
partido de oposição, de lançar uma campanha de terror com ataques armados no
centro do país.
"Estamos
a viver uma situação de perturbação à ordem e segurança bem localizada no
centro do país, onde a Renamo está a semear o terror, provocando sofrimento e
perda de vidas entre as populações", disse o presidente da ACCLIN,
Fernando Faustino, no seu discurso na abertura da V Sessão Ordinária do Comité
Central da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Os
ataques da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), prosseguiu Faustino, são
um insulto à paciência dos moçambicanos e à segurança no país, devendo, por
isso, ser alvo de repúdio por parte de toda a sociedade.
Para
a ACCLIN, as ações armadas da Renamo são a expressão da alegada incapacidade do
movimento de se adaptar ao estatuto de partido normal e de fazer política
através de meios legais e democraticamente aceitáveis.
"A
ACCLIN encoraja o presidente [da Frelimo e da República] Filipe Nyusi a
continuar com determinação e sentido de Estado a busca de soluções para o fim
da perturbação provocada pela Renamo", declarou Fernando Faustino.
A
manutenção da paz será um dos pontos essenciais da agenda da V Sessão Ordinária
do Comité Central da Frelimo, que se prolonga até ao próximo sábado.
Moçambique
vive uma crise política e militar caracterizada por confrontos entre as forças
de defesa e segurança moçambicanas e o braço armado da Renamo, principal
partido de oposição, no centro do país, e por ataques a veículos militar e
civis em vários troços da principal estrada do país na região, atribuídos ao
movimento.
Além
disso, a economia moçambicana tem sido atingida por uma queda vertiginosa do
metical face ao dólar, descida das exportações e subida de inflação, por efeito
não só de causas externas, como a baixa cotação de matérias-primas, como também
de uma persistente seca que atinge centenas de milhares de pessoas no sul e
centro do país.
Outra
ameaça prende-se com as contas do Estado, envolvendo o risco de agravamento da
dívida pública, num momento em que Moçambique conseguiu restruturar o
empréstimo de 850 milhões de dólares, contraído para a empresa estatal de atum,
mas em que surgem notícias dando conta da existência de um segundo encargo até
agora desconhecido, no âmbito do mesmo dossiê.
O
Comité Central da Frelimo esteve reunido em sessão extraordinária em fevereiro,
tendo sido renovada a maior parte do elenco do seu secretariado.
Foi
a primeira reunião do Comité Central dirigida por Filipe Nyusi, desde que
assumiu a presidência da Frelimo, em março de 2015, substituindo o anterior
líder do partido e ex-Presidente da República, Armando Guebuza.
PMA
// APN - Lusa
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