quarta-feira, 13 de abril de 2016

Polícia moçambicana considera prematuro associar morte de magistrado a raptos



A Polícia moçambicana admitiu hoje que ainda não há avanços nas investigações sobre o assassínio do magistrado moçambicano Marcelino Vilankulo, considerando prematuro associar o homicídio a casos de raptos que estavam sob alçada do procurador.

"As operações continuam mas, até ao momento, ainda não há novidades", disse à Lusa o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, observando ser "prematuro afirmar categoricamente que o assassínio foi motivado por um processo que estava na sua responsabilidade".

O magistrado foi atingido a tiro na noite de segunda-feira junto da sua casa, na cidade da Matola, a cerca de oito quilómetros da capital moçambicana, quando regressava no final de um dia de trabalho.

A imprensa moçambicana tem associado o assassínio do magistrado às investigações em torno dos raptos que estavam ao seu cargo e em que supostamente está envolvido Danish Satar, sobrinho de Nini Satar, que está em liberdade condicional após ter cumprido pena por participação no homicídio, em 2000, do jornalista Carlos Cardoso.

O porta-voz da PRM disse que Marcelino Vilankulo, com uma carreira de mais de dez anos como magistrado, já esteve envolvido em vários casos mas reiterou que é precipitado associar o assassínio do procurador a casos de raptos em Moçambique.

"Ele não tinha só este processo, ele tinha vários outros processos em sua responsabilidade. Não se pode fazer esta afirmação categoricamente ", declarou, acrescentando que as operações continuam e, em momento oportuno, informações relacionadas com o caso serão tornadas públicas.

Marcelino Vilankulo, 40 anos, era membro do Conselho Superior de Magistratura do Ministério Público, além de exercer funções na secção criminal da Procuradoria da cidade de Maputo.

Maputo tem vindo a ser assolado por uma onda de raptos desde 2012 e dezenas de pessoas já foram vítimas desse tipo de crime, havendo relatos de que a maioria tem sido libertada mediante o pagamento de resgate.

Várias pessoas foram condenadas a pesadas penas de prisão por envolvimento em raptos, embora este continue a ser um crime relativamente frequente em algumas cidades moçambicanas, sobretudo em Maputo.

Em 2014, um juiz que tinha em mãos processos relacionados com a onda de raptos em Maputo, Diniz Silica, foi morto a tiro por desconhecidos até agora a monte, em plena luz do dia na capital moçambicana.

EYAC// APN - Lusa

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