A
Polícia moçambicana admitiu hoje que ainda não há avanços nas investigações
sobre o assassínio do magistrado moçambicano Marcelino Vilankulo, considerando
prematuro associar o homicídio a casos de raptos que estavam sob alçada do
procurador.
"As
operações continuam mas, até ao momento, ainda não há novidades", disse à
Lusa o porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM),
Inácio Dina, observando ser "prematuro afirmar categoricamente que o
assassínio foi motivado por um processo que estava na sua
responsabilidade".
O
magistrado foi atingido a tiro na noite de segunda-feira junto da sua casa, na
cidade da Matola, a cerca de oito quilómetros da capital moçambicana, quando
regressava no final de um dia de trabalho.
A
imprensa moçambicana tem associado o assassínio do magistrado às investigações
em torno dos raptos que estavam ao seu cargo e em que supostamente está
envolvido Danish Satar, sobrinho de Nini Satar, que está em liberdade
condicional após ter cumprido pena por participação no homicídio, em 2000, do
jornalista Carlos Cardoso.
O
porta-voz da PRM disse que Marcelino Vilankulo, com uma carreira de mais de dez
anos como magistrado, já esteve envolvido em vários casos mas reiterou que é
precipitado associar o assassínio do procurador a casos de raptos em
Moçambique.
"Ele
não tinha só este processo, ele tinha vários outros processos em sua
responsabilidade. Não se pode fazer esta afirmação categoricamente ",
declarou, acrescentando que as operações continuam e, em momento oportuno,
informações relacionadas com o caso serão tornadas públicas.
Marcelino
Vilankulo, 40 anos, era membro do Conselho Superior de Magistratura do
Ministério Público, além de exercer funções na secção criminal da Procuradoria
da cidade de Maputo.
Maputo
tem vindo a ser assolado por uma onda de raptos desde 2012 e dezenas de pessoas
já foram vítimas desse tipo de crime, havendo relatos de que a maioria tem sido
libertada mediante o pagamento de resgate.
Várias
pessoas foram condenadas a pesadas penas de prisão por envolvimento em raptos,
embora este continue a ser um crime relativamente frequente em algumas cidades
moçambicanas, sobretudo em Maputo.
Em
2014, um juiz que tinha em mãos processos relacionados com a onda de raptos em
Maputo, Diniz Silica, foi morto a tiro por desconhecidos até agora a monte, em
plena luz do dia na capital moçambicana.
EYAC//
APN - Lusa
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