sexta-feira, 22 de abril de 2016

Eleições na Guiné Equatorial são "teste muito importante" sobre respeito dos valores da CPLP - MNE



O ministro dos Negócios Estrangeiros português reiterou hoje que as eleições presidenciais na Guiné Equatorial, no domingo, "são um teste muito importante" sobre o respeito daquele país pelos "valores constitutivos" da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"Portugal entende que estas eleições são um teste muito importante para a afirmação da Guiné Equatorial de respeito perante os valores constitutivos da CPLP", afirmou Augusto Santos Silva, recordando que essa foi a posição que transmitiu, em 18 de março, ao seu homólogo equato-guineense, Agapito Mba Mokuy, numa reunião bilateral em Lisboa.

O chefe da diplomacia portuguesa disse estar a seguir "com muita atenção" a campanha e seguirá também "com muita atenção" as eleições.

A Guiné Equatorial elege no domingo o próximo Presidente, cargo a que se recandidata Teodoro Obiang Nguema, no poder desde 1979, além de outros seis candidatos, três dos quais independentes.

Os candidatos que defrontarão o Presidente cessante são Bonaventura Monsuy Asumu, do Partido da Coligação Social Democrata (PCSD), Carmelo Mba Bakale, da Ação Popular da Guiné Equatorial (APGE), Avelino Mocache Mehenga, da União do Centro Direita (UCD), e três candidatos independentes, cujos partidos ainda não foram legalizados, Agustin Masoko Abegue, Benedicto Obiang Mangue e Tomas Mba Monabang.

A Frente da Oposição Democrática (FOD), coligação que reúne os principais partidos da oposição na Guiné Equatorial, apelou a 23 de março para o boicote das presidenciais, considerando estarem reunidas todas as condições para "fraudes".

O líder do partido da oposição Cidadãos pela Inovação, cuja candidatura às eleições presidenciais foi rejeitada, disse à Lusa que a decisão é "política e não jurídica" e que o partido não vai propor novo candidato.

As eleições presidenciais estavam previstas para novembro, tendo sido antecipadas para 24 de abril por decreto presidencial e sem explicação oficial, o que foi contestado por opositores.

Decano em termos de longevidade no poder dos chefes de Estado africanos, Obiang Nguema, 73 anos, venceu as presidenciais de 2009 com 95,3% dos votos.

O seu regime é regularmente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos pela repressão dos opositores, da sociedade civil e dos meios de comunicação social, assim como pela extensão da corrupção.

A Guiné Equatorial foi admitida como membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em julho de 2014.

JH // JMR - Lusa

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