O
sistema capitalista é anti-ético e habilidoso desde o seu nascimento. No início
escravizava as crianças e as mulheres como trabalhadores, para financiar a
exploração organizada de uma classe operária nascente que precisava ser formada
técnicamente para a produção industrial.
Com
o movimento comunista mundial, que no século XIX conduziu as lutas por direitos
trabalhistas da classe operária e desvendou a exploração das mulheres atravez
dos movimentos específicos que até hoje reivindicam a igualdade de direitos
trabalhistas para as mulheres e o respeito pela formação e proteção das
crianças, e o mundo recebeu um grande apoio da Revolução Soviética que
introduziu o sistema socialista como modêlo antagónico ao capitalista.
Durante
quase 80 anos, a União Soviética aguentou todas as envestidas destruidoras dos
capitalistas, no que se somam guerras, crimes de toda ordem, espionagens,
sabotagens e mentiras espalhadas pelos órgãos de comunicação social para formar
uma cultura anti- comunista, e novas formas de escravidão aplicadas nos países
colonizados. O princípio da escravidão, garantidos por leis aprovadas a nível
internacional pela ONU, foi sendo adaptado aos setores da humanidade que ainda
não podiam conquistar os seus direitos, trabalhistas e de cidadania das nações
dependentes.
Libertadas
as antigas colónias, ainda com forte apoio da URSS, dos países socialistas e
dos partidos comunistas existentes em todas as nações, cresceram as
reivindicações por uma legislação avançada que, apoiada nas Constituições
Nacionais, defendem palmo a palmo os Direitos Humanos especificados em termos
relativos à necessidade de criação de empregos com remuneração condigna e todos
os atendimentos sociais devidos à população no que se refere às condições de
vida e de formação.
Os
cérebros que dirigem o sistema capitalista, limitados pelas leis que impõem o
respeito social em países desenvolvidos, aperfeiçoaram as entidades financeiras
mundiais de modo a escravizarem os sistemas bancários de todos os países
estabelecendo a moeda única - dollar - e depois a sua parceira - euro - para
controlarem todas as operações financeiras internacionais. Assim ficavam acima
das Constituições que asseguram a soberania dos povos.
A
globalização, sob o poder das empresas transnacionais que vão produzir nas
regiões mais pobres onde os salários são baixos e os investimentos externos são
recebidos como um "maná dos céus", estabeleceu os novos eixos da
escravidão, agora dos países, usando os bancos nacionais que são os veículos das
transações financeiras.
Criam-se
teorias sobre o "capitalismo humanizado" e o
"neo-liberalismo", mantendo a mesma lógica da exploração dos que
trabalham pelo bem comum e dos lucros crescentes que enriquecem uma elite
escolhida pela sua flexibilidade ética diante de corrupções e escravidão
consideradas como "fatalidades".
Com
todas estas formas de domínio do capital, o insaciável sistema capitalista
entra em crises cíclicas. Sendo um sistema contrário ao socialismo da vida
cidadã (que é fundamental ao desenvolvimento da humanidade) e anti-ético por
natureza, precisa escravizar as populações que trabalham e comem menos para
sustentar as elites serviçais ao controle supra-nacional. Não lhes custa
dizimar grande parte dos seres.
*Zillah
Branco - Cientista social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de
vida e trabalho no Brasil, Chile, Portugal e Cabo Verde.
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