O
Governo moçambicano precisa mensalmente de 15 mil toneladas de alimentos para
cerca de 1,5 milhão de pessoas afetadas pela seca no país, informou hoje o
porta-voz do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), Paulo Tomás.
"Continuamos
preocupados com a situação, buscando parceiros que nos apoiem na assistência às
pessoas afetadas", disse Paulo Tomás, falando à imprensa, momentos após
uma reunião do INGC em Maputo.
O
porta-voz do INGC acrescentou que as autoridades moçambicanas mantêm a
vigilância em relação à situação humanitária das comunidades afetadas pela
seca, para garantir o apoio aos necessitados.
"Continuamos
a observar o processo dentro das nossas condições", observou Paulo Tomás,
referindo que o Instituto Nacional de Meteorologia em Moçambique continua a
monitorar as condições climáticas para os próximos tempos.
A
seca que afeta as províncias do centro e sul de Moçambique comprometeu grande
parte do primeiro período da época agrícola de 2016 e, de acordo com dados oficiais,
apenas 10% dos camponeses conseguiram ter resultados satisfatórios.
Na
primeira fase do plano de assistência, que agora termina, o INGC conseguiu
abranger 750 mil pessoas em situação de insegurança alimentar e, através de uma
estratégia de abertura de furos nos distritos mais afetados pela estiagem,
cerca de 100 mil pessoas têm agora acesso a água potável.
Para
responder com eficácia às necessidades da população em tempos de calamidade, o
INGC está à procura de meios para a construção de infraestruturas mais
resistentes e capazes de disponibilizar atempadamente informações para a rápida
assistência das pessoas, num plano orçado em cerca de 400 milhões de dólares
(355 milhões de euros) por ano.
A
situação das pessoas afetadas pela seca em Moçambique levou o Governo a
decretar em abril "alerta vermelho" para dinamizar as ações de
assistência às populações.
Moçambique
é sazonalmente atingido por cheias, fenómeno justificado pela sua localização
geográfica, a jusante da maioria das bacias hidrográficas da África Austral,
mas o sul do país é afetado por secas prolongadas e que este ano atingem também
as províncias da região centro.
Além
de Moçambique, a seca afeta vários países da África Austral, tendo levado o
Malaui, a Zâmbia e o Zimbabué a declararem o estado de emergência devido à
falta de alimentos.
A
estiagem, que dura há mais de um ano, afeta ainda a maior potência da região, a
África do Sul, que declarou esta seca como a pior dos últimos cem anos.
EYAC
// EL - Lusa
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