Estudantes
angolanos continuam a não receber as suas bolsas de estudo. Alguns bolseiros já
foram expulsos de escolas na África do Sul e em Marrocos. E há quem sobreviva
graças à solidariedade de colegas.
Depois
de, em abril, terem surgido as de estudantes em Cuba, na Rússia, no Brasil e na
França, entre outros países europeus, surgem agora alunos na África do Sul e em
Marrocos a afirmar que passam dificuldades por não receberem os seus subsídios.
No
início de julho, pelo menos 20 estudantes foram expulsos da Midrand Graduate
Institute, uma instituição de ensino superior na África do Sul.
"Expulsaram-nos da escola no dia 4 de julho. Fomos pedir ajuda à
embaixada, mas só pudemos ficar lá dois dias. Disseram-nos que não têm
condições para custear a nossa estadis e que nos compram passagens para
voltarmos", contou à DW África um estudante que pediu anonimato. Diz ainda
que o Instituto Nacional de Bolsas de Estudo (INABE) não paga as bolsas desde o
ano passado.
Alguns
destes estudantes já terão regressado a Angola, mas outros estão a sobreviver
graças à solidariedade de colegas. "Pedimos ajuda nas ruas ou a outros
colegas. Conseguimos ajuda de um colega gabonês, que nos abrigou em sua
casa", explica o estudante.
"Este
é um problema que vai ser resolvido"
Depois
de várias reclamações, o Ministério do Ensino Superior de Angola criou uma
comissão com o objetivo de resolver os problemas dos bolseis que, até agora,
não receberam os seus subsídios.
Também
o relatório semanal do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre a evolução dos
mercados monetário e cambial no período entre 11 e 15 de julho revelou que
vendeu, pelo menos, 11,7 milhões de euros para a cobertura de operações do
INABE.
Segundo
Limuangala Dimena, diretor do Gabienete de Estudos de Planeamento e Estatística
do Ministério do Ensino Superior, o atraso nos pagamentos das bolsas está
relacionado com a falta de divisas. O responsável garante que este é "um
problema que vai ser resolvido", destacando a criação da comissão, que irá
interagir diretamente com "o Ministério das Finanças, o Banco Nacional de
Angola e o Banco de Poupança e Crédito para ultrapassar estas questões".
De
acordo com Limuangala Dimena, o Ministério tem "consciência de que esta é
uma situação constragedora para os estudantes, mas todos os esforços estão a
ser feitos no sentido de resolver esta questão, sendo uma responsabilidade do
Estado angolano".
Pedro
Borralho Ndomba (Luanda) – Deutsche Welle
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