O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, garantiu hoje que o PCP não pretende
"fazer a cama" ao Governo do PS, mas só votará favoravelmente o
Orçamento do Estado para 2017 se não reverter direitos dos trabalhadores.
"Levaremos
a nossa palavra até ao fim, como partido sério, votando, no que é bom para os
trabalhadores e para o povo, a favor e votando contra aquilo que for negativo
para os trabalhadores e para o nosso povo", afirmou Jerónimo de Sousa,
lembrando que o "compromisso primeiro e principal" do partido são com
"os trabalhadores" e não com o Governo.
Num
comício na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, o secretário-geral
do PCP disse "não" a "alguns setores" que possam pensar que
"o PCP vai fazer a cama" ao Governo do PS, mas deixou um aviso.
O
partido "só se comprometeu a examinar" a proposta de Orçamento do
Estado (OE) para 2017 e a "dar uma contribuição construtiva e
positiva" não garantindo "votar a favor de uma coisa que nem sequer
conhece".
Só
"perante a proposta concreta de OE", o PCP decidirá o seu sentido de
voto, acrescentou Jerónimo de Sousa, sublinhando que "se for bom para os
trabalhadores portugueses e para o povo" o PCP votará a favor.
Se
não, "se quiser reverter esta política de recuperação de rendimentos e
direitos", falará mais alto "o compromisso com os trabalhadores e com
o povo" levando a que o PCP "não subscreva políticas que façam voltar
tudo para trás".
Num
discurso em que não poupou críticas ao Governo, Jerónimo de Sousa voltou a
queixar-se da "discriminação" de que considera ter sido alvo por
parte do PS no processo de escolha de juízes para o Tribunal Constitucional
(TC).
"Esta
solução encontrada é um compromisso entre o PS, o PSD e o Bloco de Esquerda,
discriminaram o PCP", lembrou, considerando tratar-se de "um sinal de
que não estamos perante um Governo de esquerda" mas sim "perante um
Governo do PS que faz os entendimentos que muito bem entende", afirmou
aludindo à indicação de uma lista de cinco dos 13 juízes do Tribunal
Constitucional, contemplando dois nomes indicados pelo PSD e três pelo PS,
sendo que um deles é considerado próximo do Bloco de Esquerda.
Jerónimo
de Sousa falava perante cerca de 300 militantes e simpatizantes do partido que
hoje realizou na Foz do Arelho a "Festa de Verão", um encontro em que
o líder apelou ao reforço da votação no partido para garantir "uma
política patriótica e de esquerda".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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