O
líder parlamentar comunista apelou hoje à resistência de Portugal face à
"ingerência" das instituições europeias na Caixa Geral de Depósitos
(CGD) e no Orçamento do Estado, contrariando também assim a
"estratégia" de PSD/CDS.
João
Oliveira, numa declaração na sede nacional do PCP, criticou a
"convergência" do antigo líder social-democrata e agora comentador
político na SIC, Marques Mendes, com a ação de PSD e CDS "na
desestabilização da CGD, visando a fragilização no plano mais longo para
liquidar o banco público e o objetivo mais imediato de criar negócio para os
bancos privados".
Marques
Mendes revelou, no domingo, uma carta do Banco Central Europeu (BCE) em que se
que questionava o alegado plano de contratação de 19 administradores para o
banco público, a possível acumulação de funções do presidente do conselho de
administração e comissão executiva, a experiência bancária de alguns dos nomes
em causa e possíveis conflitos de interesse, além da necessidade de um plano de
recapitalização alternativo à intervenção estatal.
"Aquilo
que se coloca é a exigência de, não só resistir às imposições e tentativas de
ingerência das instituições europeias, nomeadamente o BCE, mas também de dar
combate e derrotar as estratégias de PSD e CDS, que procuram liquidar a CGD,
criando dúvidas, especulações ou fragilizando a instituição bancária",
afirmou o deputado comunista, sublinhando o apoio à recapitalização do banco
público para apoiar a economia portuguesa.
O
deputado do PCP repetiu a receita de resposta ao "processo de
chantagem" da Comissão Europeia e eventuais sanções por incumprimento das
metas do défice de 2015: "Resistir e enfrentar as pressões da União
Europeia, defendendo a soberania nacional e o caminho de desenvolvimento para o
país."
"Durante
quatro anos, assistimos a uma situação em que a Comissão Europeia ditava e o
Governo, diligentemente, cumpria. O resultado está à vista: desemprego,
pobreza, destruição da economia, meio milhão de portugueses emigrados",
lamentou, apelando aos órgãos de soberania nacionais para a rejeição de
operações de pressão sobre o país.
O
Governo socialista já respondeu ao colégio de comissários europeus, reiterando
que a adoção de sanções seria injusta, porque Portugal está "no caminho
certo para eliminar o défice excessivo", e teria "um impacto
altamente negativo" no apoio do povo português ao projeto europeu.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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