Os
gritos contra as ditaduras multiplicam-se pelo mundo, o "terceiro
mundo" que se escondeu atrás do termo "em desenvolvimento" para
manter a esperança de acompanhar os países "mais organizados" que
orientam o sistema capitalista no planeta. A globalização abriu portas de vai e
vem, o que serve aos povos que aprenderam a lutar pelos seus direitos com as
revoluções socialistas que ha 200 anos fazem escola mundial.
Enquanto
as elites mais ricas exibem prepotentemente as suas habilidades em acumular o
capital roubado aos que são permanentemente explorados (não só no terceiro
mundo mas nas suas próprias nações), os trabalhadores e suas famílias unem-se
mundialmente fazendo uso das informaçōes que escapam ao funil da mídia
restritiva especializada em embecilizar populações distraídas. A elite
especializa-se em gerir os recursos, as pessoas
e os capitais, sem lembrar que estão a escravisar a humanidade e a
destruir os ultimos valores éticos que herdaram de uma história comum a todos.
Acanalham-se aceitando formas de corrupção que os identificam como ladrões da
sociedade e, vendendo a consciência, tornam-se escravos do sistema de
exploração da humanidade que é ditatorial e terrorista.
A
preparação de golpe, pela via da montagem de um caminho financeiro para
enfraquecer a economia brasileira subordinada a forte dollarização, foi
contruida por WallStreet através de seus subordinados : Henrique Meirelles,
Ilan Goldfnju e Armínio Fraga. Trabalham para
provocar a desestabilização da economia brasileira que sofre uma sangria
com o aumento da dívida externa. Quem afirma isto é o conhecido professor
universitário Chossudowsky, do Canadá, referindo o "consenso de
Washington" de fins da década de 90.
Mesmo
podendo atuar no controle do Banco Central que Henrique Meirelles tentou tornar
independente do poder governamental, não foi possivel levar o Brasil a ser
engolido pela crise do sistema que promoveu a destruição de vários bancos nos
Estados Unidos e Europa, dada a pujança de empresas estatais como a Petrobrás e
as multiplas soluções para que a população que passava fome tivesse apoio
direto do Estado e pudesse participar de um desenvolvimento nacional que
construia passo a passo o caminho da capacitação popular para garantir a
independência do Brasil. Conviviamos com os ladrōes que sugavam as veias da
nação e compravam consciências de candidatos a traidores da Pátria.
Mesmo
nessas condições o Brasil foi reconhecido mundialmente pelo promissor caminho
de desenvolvimento econômico, tornando-se membro do BRICS e do G20, cooperando
com o progresso das instituições Latino-Americanas e afirmando a possibilidade
dos governos combaterem o flagelo da fome e da discriminação social das
populações autóctones no terceiro mundo.
Foi
o momento que detonou a tendência golpista da oposição política dirigida pelos
eternos candidatos vencidos em eleições democráticas, como José Serra e Aécio
Neves que se reaproximaram de alguns elementos com cargos no Governo onde
chegaram na boleia das alianças. Liderados por Temer, seus prováveis cúmplices
assumiram a vergonhosa condição de abrir caminho para um golpe político que
desestabilizava o país permitindo o derrube da sua fortaleza econômica e social
aguentada pelos milhōes de trabalhadores e uma juventude estudantil que
empenhara a vida na defesa da democracia. Foi um golpe canalha, vil, subalterno
ao imperialismo, traidor da Pátria.
Ecoou
na memória dos democratas que assistiram o golpe de 1964 as palavras (repetidas
agora pelo senador Requião) de Tancredo Neves: "Canalhas! Canalhas!
Canalhas!" Voltou à memória do povo brasileiro também a sua coragem de ir
às ruas exigir novas eleições "diretas, já!" para não perder os
frutos da transformação democrática tão sofridamente construida pelos
brasileiros decentes e patriotas.
Fora
Temer empossado às pressas como Presidente pelo habil senador Renan Calheiros,
que o substituiu enquanto tentava apresentar-se nos lugares de Dilma Roussef no
G20 e junto ao BRICS, confrangido pelas declarações internacionais que lamentam
o golpe e recusam o golpista. Em São Paulo, Estado-feudo da reação (apesar de
cidade aberta de luta jovem), a PM exerce a velha função terrorista de 64. Não
têm pejo de recordar as torturas dos anos cinzentos que enlutaram o Brasil e os
democratas de todo o mundo.
Mas
a realidade mundial hoje é outra. No mesmo encontro do G20 (onde fora Temer),
Obama foi repudiado pelo Presidente das Filipinas, e nada conseguiu em um
diálogo com o Presidente da Rússia; as populações de Myamar, assim como de
vários países do Oriente Médio e do Norte da Africa destroçados pelas invasões
imperialistas, enfrentam policias para gritarem o seu direito à vida e à
independência; os milhares de fugitivos das guerras terroristas financiadas
pelos Estados Unidos e Israel, levam a sua imagem dantesca que lembra os
extermínios fascistas da grande guerra, pela Europa rica em busca de um socorro
inexistente.
Frente
a tais misérias, divulgam-se as listas dos depositantes em Paraisos Fiscais,
veem à tona as espertezas corruptas dentro de administrações públicas de
"comissões" na venda de submarinos, aviões e helicópteros de combate
a incêndios, ou no investimentos a Bancos que desconhecem os direitos dos seus
clientes de recuperarem as suas magras poupanças. O sistema capitalista vive da
corrupção e ainda quer escravisar os trabalhadores fazendo pó das leis
democráticas conquistadas. Os Direitos Humanos são desrespeitados sem que a ONU
possa fazer valer a sua autoridade em nome da humanidade.
Qualquer
protesto social hoje ecoa pelo mundo. Mesmo que a midia fique muda, as redes
criadas nas ruas e na net estabelecem o contato necessário para que o seu
efeito seja multiplicado. Só mesmo a pequenez das pessoas ambiciosas e
vendáveis leva alguns a reconhecerem Temer fora do contexto da sociedade
brasileira. A canalhice não tem pátria, está à venda em qualquer lugar do
mundo. Mas quem pisa a linha ouve o recado do seu povo e detona as guerras
intestinas que ainda só borbulham.
O
Primeiro Ministro de Portugal foi saudar o Presidente do Brasil. Diz ter ido a
negócio entre Estados. Esqueceu-se da solidariedade internacional contra o impichment
forjado pelos golpistas que afastaram a legítima Presidenta do Brasil, Dilma
Rousseff. Os negócios são prioritários, o som do capital é mais alto que o da
consciência. O povo português tem boa memória do que pagou pelas missões de
colonização e nas guerras para defender os negócios feitos em nome do Estado.
Hoje enfrenta os incêndios com o apoio de aviões Russos, por solidariedade, que
a União Europeia deixou de cultivar. (Zillah Branco)
*Zillah
Branco - Cientista social, consultora do Cebrapaz. Tem experiência de
vida e trabalho no Brasil, Chile, Portugal e Cabo Verde
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