domingo, 20 de novembro de 2016

Angola. AS PRODUÇÕES OPEN SOCIETY GEORGE SOROS - por Martinho Júnior




AS PRODUÇÕES OPEN SOCIETY - GEORGE SOROS, PARIRAM MAIS UM WESTERN DUMA ESTAFANTE SAGA DE PACOTILHA AO NÍVEL DUMA TAL SOCIEDADE "INDEPENDENTE" DE COMUNICAÇÃO (UMA "SIC" PRÓDIGA ENTRE OS SICÁRIOS)!


A persistência da manipulação de contraditórios que num país em crescimento tem a pretensão de fazer passar a "mensagem às massas" em estafantes termos que perseguem as filosofias neoliberais preparatórias das "revoluções coloridas", ou das "primaveras árabes", com a mesma sistematização de sempre, com os mesmos métodos psico-sociológicos de sempre, com os mesmos actores de sempre, começa a provocar, até pela caducidade das imagens, o efeito de náusea, ao contrário dos objectivos do realizador, do produtor e do encenador que estão por detrás das cenas!

Assistiu-se a um mau "western", sem imaginação, sem inovação e até os actores principais são, “como não podia deixar de ser”, os mesmos, ou invariavelmente do mesmo tipo, um "western" que Hollywood deixou há muito de produzir, quando surgiu o italianíssimo crítico que dá pelo nome de "O BOM, O MAU E O VILÃO":

Do lado dos BONS, um professor desenraizado, acaba por perder seu papel autêntico quando pretensamente colocado ao lado de incontornáveis "BONS" formatados pelas escolas da Open Society e pagos por um patrão como o National Endowment for Democracy, um professor que é secundarizado no seu papel por que a peça tinha de ter um actor principal, ao nível dum Rafael Marques de Morais, ou dum fugidio Luati Beirão, ou duma tão liberal representante da família Simeão, ou de mais um convulsivo "rap" de expressão contorcionista como o MCK!

Os "BONS" animaram o circo da trilha maniqueísta e a sua presença faz-nos desde logo lembrar que, por detrás das cenas há "cachets independentes" que apontam à bandeira sistemática dos Democratas ao nível de Obama, ou de "Killary" Clinton, que não convenceu o estado-unidense médio dos imensos espaços rurais e das periferias tornadas sucata dos Estados Unidos, cansados do pesadelo em que se tornou o “American Dream”!

Quanto aos MAUS, que se pretende tornar em PÉSSIMOS, é claro que tinham de ser o presidente JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS e sua "horrível" filha a engenheira ISABEL DOS SANTOS, que já era MÁ quando andava pelas Europas em púdicos investimentos e agora, veja-se lá o desaforo, foi nomeada administradora da Sonangol!

Inadmissível para as economias de mercado dum capitalismo neoliberal, haver ou não competências de quem quer que seja com identidade de angolano, pois essas economias são incompatíveis com angolanos desse tipo e padrão, particularmente quando lhes assiste alguma competência técnica e patriótica (pelo menos não são pagos pela Open Society, ou pelo “NED”!

De horror em horror no "western" da pacotilha de George Soros, a tal de Sociedade "Independente" de Comunicação preencheu a hilariante saga do VILÃO, que para ter o selo de autenticidade, aconchegou a presença dum representante do Governo Angolano, que surgido a contra relógio e distraidamente não entendeu os enredos, os ingredientes e as falácias entre os BONS e os MAUS da fita realizada e produzida por George Soros, com dois apresentadores, dispostos à VILANIA!

As velharias do "Western" da Open Society - George Soros, coloca todo o mundo estático, ninguém se mexe, ninguém se tem perturbado com a pobreza e com as misérias do povo angolano, a não ser, claro está, a própria "obrigação" e "independência" dos que preenchem  o campo dos BONS: a benemérita Open Society, uma National Endowment for Democracy cheia de compaixão, um Rafael Marques de Morais preocupadíssimo e sempre "legal" com os pobres e repulsor dos ricos, que vai preenchendo sistematicamente o papel de actor principal das produções, realizações e encenações, bem acompanhado pelos "revús" e liberais de família que preenchem a ocasião!

De tão estático, o Governo Angolano não tem mudado de orientações, decisões e práticas: tudo continua no lixo, tudo continua sem saneamento básico, tudo é desenraizado e precarizado em termos urbanos, habitacionais e humanos, tudo é reduzido ao pó da decrepitude num moinho que não para de triturar, tudo é feito sem o mínimo de prevenção em termos de saúde e as obras dum Higino Carneiro, ou dum Sambo, valem a mesmíssima coisa que as obras dos seus antecessores, pois eles, sem citação, fazem necessariamente parte do “regime”, palavra que tão bem se abre ao grotesco dos MAUS!

Enfim um Governo Angolano já com arteriosclerose, reduzido a Tchavola (a nova designação esquizofrénica de Angola) já completamente "balhecas", à espera que a Open Society, o National Endowment for Democracy e os seniores da espionagem estado-unidense do costume (serviços diplomáticos e Voice of America incluídos) desencadeiem a "revolução colorida", ou uma tal de "primavera" da praxis e da salvação das tumbas!...

Há cada vez mais decadência depois da trilha estafada do italianíssimo O BOM, O MAU E O VILÃO: insistir no mesmo tipo produção, realização e encenação, insistir sempre nos mesmos BONS e nos mesmos MAUS é já uma defraudada masturbação pornográfica mental, própria dum VILÃO como a "SIC"!...

... Se até os neoconservadores dissecaram essa trilha nas últimas eleições estado-unidenses, nada impede que os angolanos desnudem o rei (ou a raínha) dos preconceitos sistematizados de democratas que radicalizaram a trilha dos “western” deste tipo de formatação, ao ponto de terem desencadeado a “coboiada” do caos e do terrorismo como na Líbia ou na Síria, à maneira dos BONS ofícios dum tão democrata e bem-falante Obama ou duma tão inteligente fundamentalista neoliberal "Killary"!


Foto: um mercenário num efémero banco dos réus, que durou tão pouco para o tão desejado, mas jamais alcançado, “protagonismo histórico” que está a virar circo!

PODE TRUMP TER ÊXITO?



Thierry Meyssan*

Enquanto a imprensa atlantista persiste em projectar sobre Donald Trump os aspectos artificiais que Hillary Clinton impôs durante a campanha, e se multiplicam os apelos para o assassínio do Presidente eleito, este prepara-se para mudar de paradigma, para derrubar a ideologia puritana que dominou o seu país durante dois séculos. Mas, poderá ele ter êxito?

A imprensa internacional tenta persuadir-nos que os eleitores de Donald Trump expressaram a revolta dos Brancos Pobres face às elites. Na realidade, ela limita-se a prolongar o discurso de Hillary Clinton que, precisamente, estes eleitores rejeitaram. Ela recusa-se a considerar que a actual clivagem não tem nenhuma relação com os temas que abordou durante esta campanha eleitoral.

Ora, todos nós vimos uma nova linha de fractura aparecer não entre os dois grandes Partidos, mas, sim no seu seio. Muitos líderes Republicanos apoiaram Clinton e alguns líderes Democratas Trump. Bernie Sanders acaba mesmo de lhe propor os seus préstimos. Da mesmo modo, a análise das votações em função de identidades comunitárias (mulheres, hispânicos, negros, muçulmanos, homossexuais, etc.) não mostra mais qualquer sentido. Muito embora nos tenham martelado a cabeça que votar por Trump seria votar pelo ódio às minorias, pelo menos um terço dos membros de minorias votou nele.

Alguns jornalistas tentam apoiar-se no precedente do Brexit, quando identicamente eles próprios tinham sido apanhados de surpresa por este e incapazes de o explicar. Se quisermos analisar em função de precedentes estrangeiros, então, pelo menos, devemos levar em conta as eleições surpresa de Narendra Modi, na Índia, e a de Rodrigo Dutertre nas Filipinas (uma antiga colónia norte-americana).

Apesar da propaganda, os Britânicos não votaram contra os europeus, os Indianos contra os muçulmanos e os Filipinos contra os Chineses. Pelo contrário, cada um destes três povos busca salvar a sua própria cultura e viver em paz. Embora responsável pelos motins anti-muçulmanos em Gujarat, em 2002, Narendra Modi estendeu a mão ao Paquistão, convencido que os problemas entre os dois países foram orquestrados e alimentados pelas potências coloniais. Da mesma forma, Rodrigo Dutertre causou comoção ao aproximar-se do «inimigo» chinês.

Eu explicava, há algumas semanas, nestas colunas [1] que a clivagem que divide os Estados Unidos não é determinada nem pela pertença étnica, nem pela classe social, mas, antes pela ideologia puritana. Se esta explicação fôr correcta, deveremos assistir a uma luta existencial dos partidários desta ideologia contra a administração Trump. Tudo o que empreender o novo Presidente será sistematicamente sabotado. Desde já, as manifestações esporádicas contra o resultado das eleições atestam que os perdedores não respeitarão as regras da Democracia.

Mais do que reflectir sobre a maneira como poderemos tirar vantagens de uma administração Trump, nós deveríamos questionar-nos sobre como o podemos ajudar a conseguir libertar o seu país do seu próprio imperialismo, a pôr um fim ao mundo unipolar e à «doutrina Wolfowitz»; como poderemos substituir o confronto pela cooperação.

Enquanto a imprensa norte-americana especula a propósito das possíveis nomeações de personalidades da administração Bush para o seio da futura administração Trump, nós devemos antecipar o papel político que jogarão os quadros empresariais da Trump Organization, os únicos em que ele pode ter confiança.

Devemos apoiar-nos no General Michael T. Flynn que, embora Democrata, foi o principal conselheiro de política externa e de defesa durante a sua campanha. Enquanto Chefe da Inteligência Militar, desde a Conferência de Genebra 1 à conquista do Iraque pelo Daesh (E.I.), ele não parou de se opôr ao Presidente Obama, à Secretária de Estado, Hillary Clinton, ao General David Petraeus e a John Allen e Jeffrey Feltman sobre o uso dos jiadistas e do terrorismo para manter o imperialismo norte-americano. Quer venha a ser Conselheiro de Segurança Nacional, Director da CIA ou Secretário da Defesa, ele será o melhor aliado da paz no Levante.

Thierry Meyssan* - Tradução Alva - Fonte Al-Watan (Síria)

Notas: [1] “Os Estados Unidos vão reformar-se, ou dilacerar-se?”, Thierry Meyssan, Tradução Alva, Rede Voltaire, 26 de Outubro de 2016.

*Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación(Monte Ávila Editores, 2008).


A CACOFONIA ANTI-TRUMP



Uma imensa cacofonia invadiu o mundo após a derrota da Killary Clinton. 

Opinadores profissionais que se fartaram de debitar asneiras nas TVs agora são convidados às mesmas TVs para palrarem acerca da vitória de Trump. Mas poucos se dão ao trabalho de verificar o que ele realmente disse e o que realmente propõe. Tais opinadores são ignorantes, assim como altos dignitários da UE. 

O sr. Juncker, por exemplo, pede "esclarecimentos", o sr. Hollande manifesta o seu "espanto" e o ministro da Defesa alemão angustia-se quanto ao futuro da NATO. 

Mas toda essa gente poderia, antes de falar, dar-se simplesmente ao trabalho de ler o programa e as posições do futuro presidente dos EUA. Elas são segredo só para os que se desinformam através dos media corporativos. Mas para quem quiser realmente saber, elas estão aqui .


Guiné Equatorial envergonha a CPLP no cenário internacional - diplomata brasileiro



Lisboa, 20 nov (Lusa) -- O antigo embaixador do Brasil junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) Lauro Moreira considerou que a entrada da Guiné Equatorial no bloco lusófono é uma questão que envergonha a organização.

"É uma vergonha. Se não fossem suficientes os problemas que nós temos internamente, agora temos um problema que é pavoroso, porque é uma questão que envergonha a CPLP", afirmou à agência Lusa Lauro Moreira, que é presidente do conselho diretivo do Observatório da Língua Portuguesa (OLP).

Para o antigo embaixador brasileiro junto da CPLP (2006-2010), o bloco lusófono já tem, por exemplo, "problemas seríssimos com a Guiné-Bissau, que é um país maravilhoso, que ao mesmo tempo tem ótimos quadros superiores, mas que agora está reduzido a um narco-Estado".

"Este país (Guiné Equatorial) é pária na comunidade internacional", sublinhou Lauro Moreira.

A Guiné Equatorial - que é uma antiga colónia espanhola e também não tem laços culturais com os países lusófonos -- aderiu formalmente ao bloco lusófono durante a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP em Díli, em 2014.

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, é um dos governantes mais antigos à frente de um Governo em África, desde agosto de 1979 (a par com José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola), através de um golpe de Estado contra o próprio tio, Francisco Macías, que foi posteriormente fuzilado.

Obiang e membros da sua família (nomeadamente o seu filho 'Teodorin' Obiang) - que têm uma das maiores fortunas em África segundo a revista Forbes - enfrentam processos em alguns países por corrupção, fraude e branqueamento de capitais, assim como o Presidente equato-guineense enfrenta acusações de violação dos direitos humanos por várias organizações não-governamentais (ONG).

A pena de morte na Guiné Equatorial está suspensa neste momento, medida que foi tomada para poder entrar no bloco lusófono. Também segundo a ONG Transparency International, é um dos países mais corruptos do mundo.

Segundo Lauro Moreira, Teodoro Obiang "reina em absoluto sobre um país que flutua hoje em petróleo e sobre uma população naufragada na maior miséria".

É, de acordo com o diplomata, "um país desconsiderado pela comunidade internacional, isolado pela língua (o único a falar espanhol em toda a África), cuja história, cultura e comportamento nada tem a ver com os ideais que presidiram a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em 1996".

Na Cimeira da CPLP em Brasília, que decorreu em novembro, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou estar, tal como o primeiro-ministro António Costa, "muito à vontade" quanto à entrada da Guiné Equatorial na CPLP porque ambos não participaram na cimeira que aprovou a adesão.

O Presidente português assinalou que atualmente a pena de morte não é aplicada na Guiné Equatorial, mas garantiu que Portugal estará "atento aos passos" dados por este país para alterar o panorama dos direitos humanos antes da próxima cimeira lusófona e destacou os passos "para a valorização da língua portuguesa".

Lauro Moreira afirmou que a CPLP ficou desfigurada com a estrada da Guiné Equatorial para o bloco lusófono, pois é "um país que nada fez na prática para merecer essa concessão a não ser introduzir às pressas o português como língua oficial, ao lado do espanhol e do francês, e acenar com os seus petrodólares de novo-rico".

CSR // VM

PARCERIA COM TIMOR AGORA

Ex-ministra timorense requer delegação de processo judicial de Timor-Leste para Portugal



Díli, 19 nov (Lusa) - A ex-ministra timorense Emília Pires, que está a ser julgada em Timor-Leste, solicitou ao tribunal a delegação do seu processo para Portugal, alegando falta de capacidade ou vontade de assegurar justiça por parte do sistema judicial timorense.

O requerimento da ex-ministra das Finanças, ao qual a Lusa teve acesso, não quer impedir o Tribunal de Díli de proferir o acórdão - a sentença poderá ser conhecida até final do ano - mas que eventuais recursos sejam julgados em tribunais portugueses.

Além de considerar que se cumprem as condições previstas na lei para essa transmissão de processo penal, o requerimento reitera declarações de Emília Pires, repetidas fora e dentro do tribunal, de que o seu processo-crime tem sido marcado por violações sistemáticas dos seus direitos fundamentais.

Algo que, considera o texto, demonstra que o sistema judicial de Timor-Leste não tem "capacidade ou vontade de assegurar a realização da Justiça".

O objetivo é que depois de ser lido o acórdão do Tribunal de Díli eventuais recursos sejam julgados em instâncias judiciais portuguesas até porque, sublinha o requerimento, Emília Pires está a receber tratamento médico em Portugal e não é previsível a data do seu regresso a Díli.

O requerimento foi apresentado na terça-feira na Embaixada de Timor-Leste em Lisboa, que tem agora a responsabilidade de o fazer chegar ao Tribunal de Díli, que tem previsto para 25 de novembro nova audiência no processo.

Recorde-se que Emília Pires e a ex-vice-ministra da Saúde Madalena Hanjam são acusadas de irregularidades na compra de centenas de camas hospitalares em contratos adjudicados à empresa do marido da primeira, com um suposto conluio entre os três para a concretização do negócio, no valor de 800 mil dólares.

O julgamento já deveria estar visto para sentença, mas um adiamento do coletivo de juízes acabou por impedir que Emília Pires fosse ouvida nas suas declarações finais, por já estar na visita ao estrangeiro.

A defesa já prescindiu do direito a estar presente para as declarações finais - algo em que até aqui o Tribunal de Díli continua a insistir - solicitando que não se atrase a leitura da sentença, cuja data continua por marcar.

Emília Pires, que foi operada no passado dia 05 de novembro na Austrália, está atualmente em Portugal para tratamentos médicos adicionais - facto de que o Tribunal já foi informado, garantiu à Lusa fonte da defesa.

O pedido de "transmissão de processo penal" está definido na lei timorense 15/2011, sobre Cooperação Judiciária Internacional Penal, que prevê que processos-crime instaurados em Timor-Leste "podem ser delegadas num Estado estrangeiro que as aceite".

Entre as condições exigidas para que isso ocorra contam-se aspetos como o tempo de pena máxima possível ou que o arguido tenha a nacionalidade do Estado estrangeiro - Emília Pires tem a nacionalidade portuguesa, a par da timorense.

Recorde-se que em março de 2015, ainda antes do arranque do julgamento - que começou em outubro do ano passado - Emília Pires exerceu o seu direito de petição dando conta às autoridades de Timor-Leste de que estava a ser alvo de "violações sistemáticas e graves" dos seus direitos e "decisões arbitrárias e incompreensíveis" no processo.

Nesse direito de petição, a que a Lusa teve acesso na altura, Emília Pires manifestava receio que a "patente incapacidade ou falta de vontade do sistema judicial" impedissem um processo justo e equilibrado, com a politização do caso a "fazer temer que seja crucificada" como "forma simbólica de afirmação do poder dos tribunais".

Acusou ainda a comunicação social de violações do segredo de justiça e de não fazer uma cobertura objetiva dos processos.

"Quem exerce ou exerceu cargos públicos vê-se ainda na necessidade de enfrentar estas agressões do sistema judicial enquanto é humilhado e insultado na comunicação social, que, sabendo que não existe em Timor-Leste o crime da difamação, frequentemente acusa, distorce e manipula a verdade dos factos com o único propósito de destruir a honra dos visados e não de informar o público", escreve.

Também em março, numa entrevista à Lusa sete meses antes do início do julgamento, Emília Pires disse que os tribunais a querem usar como "vingança" contra o Governo e que a tinham informado de que seria condenada a 10 anos de prisão.

Nas alegações finais, a 20 de setembro último, o Ministério Público deu tudo como provado e pediu uma pena de prisão de 10 anos para Emília Pires e Madalena Hanjam.

ASP // VM


Moçambique. ABUTRES HUMANOS



@Verdade, editorial

Pode parece que estamos a caricaturar mas, infelizmente, é nisto que somos bons neste país: empregar sobrinhos, amantes e cunhados, esvaziar os cofres do Estado e ampliar os patrimónios pessoais à custa do dinheiro do povo. Como consequência disso, hoje o país caminha a passos largos para uma situação insustentável. Tudo indica que o pior está por vir. Porém, o mais revoltante nessa história é saber o rumo que dado ao dinheiro que nós é descontado todos os santos mês, após jornadas duras de trabalho.

A que propósito vem isto agora? A propósito da delapidação desenfreada do património do contribuinte moçambicano, levado a cabo pela Frelimo, atráves do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS). Há anos que o dinheiro da Segurança Social tem sido gasto em negócios obscuros, para não dizer duvidosos. Exemplo disso é o investimento de mais de um bilião de meticais do dinheiro que os moçambicanos são forçados a descontar, numa instituição bancária que hoje é dada como falida. Além disso, num negócio que, na verdade, se trata de uma burla qualificada, o INSS emprestou pouco mais de 200 milhões de meticais a uma empresa de ramo de aviação.

Na verdade, o INSS já nos habituou com os roubos descarados. E esses factos mostram como aquela instituição transformou-se numa vaca leiteira de uma corja de corruptos ligados ao partido Frelimo e ao Governo de turno. Com esse andar de carruagem, o sofrido trabalhador moçambicano corre o risco de, na velhice ou em caso de invalidez, não ver um centavo sequer de que tem direito. Aliás, presentemente, grande parte dos moçambicanos que descontaram para Segurança Social tem estado a viver um verdadeiro martírio para reaver pelo menos 300 meticais por mês.

Quando pensamos que o valor será usado para dar alguma dignidade aos moçambicanos na terceira idade ou numa eventual invalidez, eis que somos surpreendido com a notícia de que o dinheiro é usado, de forma inescrupulosa, para financiar operações duvidosas e com fins inconfessáveis.

Diante dessa situação e, sobretudo, pelo nosso dinheiro que está à saque desenfreado no INSS, não nos resta outra saída a não ser sairmos à rua para demonstrar a nossa indignação e revolta. Dói-nos saber que todos os meses, com o suor e até sangue do nosso trabalho, temos estado a sustentar gatunos de facto e gravata, para além de ajudá-los a ampliarem os seus patrimónios individuais para lá do intolerável.

Assistindo toda essa vergonha, não temos dúvidas de que devemos recusar categoricamente a canalização de 7 porcento (três pago pelo trabalhador e 4 pelo patronato) do ordenado ao INSS. Esse desconto tem de ser facultativo e não obrigatório, pois só assim o trabalhador moçambicano faria o melhor uso. O valor descontado mensalmente, ao fim de um ano, é suficiente para o pacato trabalhador melhorar a sua habitação ou desenvolver uma actividade de rendimento para garantir a sua subsistência, e dar uma vida com mínimo de dignidade a sua família.

É, portanto, preciso manifestarmo-nos contra toda essa roubalheira organizada e exigirmos que o desconto para a Segurança Social seja FACULTATIVO.

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