EIS
A MOSTRA DO SISTEMA ABUNDANTEMENTE AVACALHADO ONDE QUEM SE LIXA É SEMPRE O
MEXILHÃO
Mário
Motta, Lisboa
O
deputado da Assembleia Regional da Madeira, José Manuel Coelho, airoso e
conflituoso mas divertido e tantas vezes original, foi condenado a prisão pelo
tribunal. O “crime” foi a prática de mais uma das suas “barracadas”. Elas são
tantas que já nem dá para memorizarmos. Prisão? José Coelho disse logo que “nem
pensar”. Meu dito, meu feito. Já encontrou modo de se refugiar em “país” seguro
e assim aplicar o “prisão nem pensar”. Pediu asilo ao Principado da Pontinha,
um ilhéu na Madeira, a 70 metros do Funchal e isolado por mar. Território
independente em que o Príncipe da Pontinha é quem pode e manda. Ora como ali
manda quem pode, o príncipe já deu asilo a José Manuel Coelho com todos os
requintes legais, cartão de cidadão do principado e o que mais seja necessário.
Está-se
mesmo a ver que estamos todos a rir que nem hienas. Até os olhos ficam
marejados por causa desta situação insólita. Dirão alguns que rimos por causa "daqueles marados". Não só o deputado Coelho mas também o príncipe, senhor e dono
do calhau que é o ilhéu diminuto… Mas principado. Legalmente outro país. E
esta?!
Para
saber sobre a história do principado acesse aqui. Para saber sobre os tais “marados”,
o príncipe e o deputado Coelho tem muito por onde pesquisar. E não os veja como
“marados” mas sim dois homens que gozam com este sistema putrefacto e se
divertem a mostrar comprovadamente que o rei vai nu – que é como quem diz ou
canta: “deixem passar esta linda brincadeira, vamos cantar e bailar a modinha
da madeira…”
Abençoados
ilhéus, mestres de colorir de ridículo os emproados que - a não ser à força – têm
de comer e calar. Se for à força… Lá conspurcam uma vez mais a democracia e a
legalidade. O costume de um país onde prendem cidadãos sem fazerem prova da
prática de crime, sem acusação. E ao fim de quase quatro anos tudo se mantém na
mesma, na dita investigação… Quem? José Sócrates, dos que são da mó de cima.
Muitos outros haverá, mas desses nem se fala. São plebeus. Zés Ninguém. Não são
colunáveis. Não vendem. Não fazem manchetes… Democracia? Justiça? Liberdade? Pois.
A
José Sócrates ainda vão ter de indemniza-lo, e muito bem!
Quem
se lixa é o mexilhão, sempre!
Segue-se
a peça sobre Coelho, cidadão do Principado da Pontinha.
José
Manuel Coelho pediu asilo político... ao ilhéu da Pontinha
O
deputado madeirense não quer cumprir a pena a que foi condenado
O
Tribunal da Relação de Lisboa condenou José Manuel Coelho a uma pena de prisão
efetiva, com possibilidade de ser cumprida ao fim de semana, num processo
interposto pelo advogado António Garcia Pereira. Agora, o deputado madeirense
pediu asilo político ao autoproclamado ilhéu da Pontinha.
“Venho
para aqui, refugio-me aqui, e a polícia da República portuguesa não me pode
prender, o mandado de captura aqui não funciona porque isto não é território
nacional, isto é um principado independente e reconhecido pelas várias
instâncias internacionais e aqui estou a salvo”, explicou em declarações à TVI.
Já
Renato Barros, autoproclamado príncipe do ilhéu, recebeu o deputado de braços
abertos e prometeu defendê-lo. “Aqui a polícia portuguesa não entra, só se entrar
à força, naturalmente, porque eles sabem que não podem entrar.
Recorde-se
que José Manuel Coelho recorreu da decisão para o Supremo Tribunal de Justiça.
Inês
André de Figueiredo – Notícias ao Minuto
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