Cavaco
igual a Cavaco. Se alguma vez José Sócrates falou verdade aconteceu ontem numa
entrevista à TVI. Definiu Cavaco Silva como “pessoa capaz de fazer tudo”. Pois.
Disse mais. Isso consta parcialmente do que se segue, o Expresso Curto da lavra
de Martim Silva. Que o tipo é vil, mesquinho e etc. Claro, já há muito que aqui
dizemos isso. Cavaco está a transbordar de não presta. Ele próprio veio
demonstrando isso mesmo ao longo de décadas na política, fora os anos transatos
em que foi elemento da tenebrosa PIDE/DGS. Um pide foi, é e será sempre um
imenso sacana. E Cavaco foi colaborador da PIDE/DGS – como profusamente nos
apercebemos dentro e fora da internete. Até o cartão não escapou à vista dos
que o quiseram contemplar. Dali só podia sair um bufo sem escrúpulos. Foi o que
foi. É o que é. Cavaco, o marmanjo que apesar da sua negritude continua a comer
e beber à custa dos portugueses, a viver à grande e a ser a prova de “quem cabritos
vende e cabras não tem de algum lado lhe vem”. Pois.
Prosa
demasiada aí atrás sobre o homónimo que já revelou claramente o seu tenebroso e
amargo perfil. Vá de retro.
Que
é Carnaval, o dia disso. Baah. Então o Carnaval não é todo o ano? Pensem bem e
rememorizem o que amiúde se passa na política, na banca, nos gestores, nos dótores
que detêm os cordelinhos deste sistema abafante e vígaro a que chamam
democracia mas que disso tem cada vez menos. Pois.
Mas
está bem. Vamos lá brincar ao Carnaval:
Maria
Luís Albuquerque – ex-mistra das finanças de Passos - vai pronunciar-se sobre
os 10 mil milhões de euros que deixou “voar” para os offshores isentos de “tratamento”
pelo fisco, enquanto andava a debulhar massivamente os portugueses que até
passavam fome ao abrigo da miséria envergonhada. Maria Luís anunciou que vai
falar, depois de se ter escondido e calado como rata de sacristia para ver se
passava despercebida. Que vai falar. Pois. Lá vêm mais umas mentiras de carnaval
e uma máscara de competência e honestidade, para não dizer mais.
Passos Coelho. Esse anda mascarado de honesto. De arauto da verdade. Cousa impossível porque a evidência do seu carater de mentiroso compulsivo, de farsante, é por demais notório.
Já
aqui foi afirmado por outras palavras: o PSD tem de mudar radicalmente os
personagens do corso carnavalesco em que tem teimado apostar. Passos em “rei”
do corso PSD não lembraria nem ao diabo. Talvez o que demonstra é que é medonha
a crise no PSD de festivaleiros com personalidades mais ou menos integras, do
tipo Sá Carneiro. Em vez disso recorrem a bastardos como Cavaco, como Passos,
como Miguel Relvas… E a outros muchachos da mesma índole. Senhores, não basta
ir à bruxa. Importa é adquirir ou fazer avançar para o corso dos laranjas
pessoas que não pertençam à raia dos desonestos, dos com mau perder e défice
democrático – entre tantas outras qualidades que no PSD atual configuram um
deserto. E isso é mau para todos os portugueses, para Portugal. Não só para o
PSD.
O
CDS… vamos dar mais um pouco de benefício da dúvida a Assunção Cristas e capangas.
Que ela anda a espalhar-se, lá isso anda. Aquela dela dizer que Portugal (ou os
portugueses) deverem muito a Paulo Núncio – o tal dos 10 mil milhões de euros
que foi um ar que lhes deu – cai mal. Portugal não deve absolutamente nada a
esse sujeito, nem os portugueses lhe devem seja o que for. É ele que deve a
Portugal e aos portugueses. Como, aliás, a maioria dos que se abotoam na política
e passam a ter grandes, desafogadas e confortáveis vidas. À distância de
anos-luz dos comuns portugueses e ainda mais daqueles que quando sobrevivem décadas
é por milagre, porque fome e porrada, além do desprezo dos políticos e das pessoas
de mal que existem neste país (banqueiros, grandes empresários, outros
vigaristas e etc.) Reformule Cristas. Não se pode dar uma no cravo e outra na
ferradura sem que a máscara caia e o Carnaval um dia acabe. Certo é que para vós
um dia este Carnaval vai acabar. Tal qual como caiu para o regime fascista e
colonialista que vigorou até Abril de 1974.
Ah.
Pois. Enquanto o pau vai e vem folgam as costas? É verdade. Mas só é verdade até
um certo dia. Este Carnaval de todos os dias vai ter fim. Podem crer. A história
serve para nos confirmar isso mesmo. E as máscaras que vão caindo também o
comprovam.
Ainda no contexto do Curto que vem a seguir: Almaraz. Pois. Continuem no blá-blá e no faz de conta carnavalesco. Certo é que quando aquilo estourar (se estourar) estamos todos lixados - portugueses e espanhóis. A central ultrapassou em muito a sua validade. Não lhe façam mais maquilhagens. Resolvam o problema. Desmantelem aquilo. É isso mesmo que Portugal deve exigir!
Vão
ao Curto do Expresso e… almocem, se conseguirem. Decerto que apetite não falta.
MM
/ PG
Este
é o seu Expresso Curto
Martim
Silva – Expresso
É
Carnaval mas Sócrates levou mesmo a mal
Bom
dia,
Hoje é terça-feira de Carnaval, o não feriado mais feriado de Portugal.
É Carnaval mas neste caso houve alguém que levou a mal.
José Sócrates não gostou das acusações de Cavaco Silva no seu recente volume de memórias e respondeu na mesma moeda, com uma entrevista à TVI cheia de acusações ao antigo Presidente. De mentiroso, vil, mesquinho e aí por diante.
Resumidamente, o caso conta-se assim: sobre a polémica das ‘escutas a Belém’ de 2009, que opôs Cavaco e Sócrates, o primeiro veio agora contar que do lado da Presidência nunca houve suspeitas de nada e que tudo não passou de uma conspiração, feita através dos jornais e pela mão de socialistas, para o tentar envolver na campanha eleitoral de então. Sócrates responde que é mentira e que quem conspirou foi ele, Cavaco, e os seus assessores, plantando notícias nos jornais sobre a suspeita de espionagem dos socialistas a Belém.
Além das violentas acusações a Cavaco, Sócrates lançou-se uma vez mais contra o Ministério Público e ainda aproveitou para considerar infundadas as suspeitas que agora recaem sobre os antigos gestores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro.
Igualmente interessante é o ângulo que o Público escolhe para destacar a entrevista de Sócrates, sublinhando a insinuação do antigo primeiro-ministro de consonância entre os ataques de Cavaco e as suspeitas do Ministério Público na Operação Marquês.
Há uma década, eram Cavaco e Sócrates os dois portugueses mais relevantes e importantes da nossa sociedade. Um na Presidência da República, o outro na liderança do PS e do Governo. Agora, um deixou Belém e caiu num rápido esquecimento e irrelevância, o outro tem às costas graves suspeitas criminais e é arguido na Operação Marquês. Enfim…
OUTRAS
NOTÍCIAS
Cá
dentro,
O Ministério Público diz estar a averiguar as transferências de mais de 10 mil milhões de euros para offshores, noticiada nos últimos dias, para perceber se há ou não matéria para procedimento criminal.
Por seu lado, Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças entre 2013 e 2015, já veio a público dizer-se disponível para prestar todos os esclarecimentos que forem pedidos. Amanhã, depois do Carnaval, o Parlamento regressa ao trabalho e sobre o tema serão ouvidos Rocha Andrade, o atual secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e Paulo Núncio, o seu antecessor e sobre quem tem recaído o ónus das falhas na questão da transferência dos 10 mil milhões de euros. Quem já falou com Núncio foi Passos Coelho, revelou o Expresso Diário.
Miguel Sousa Tavares também já falou do caso e das responsabilidades dos ministros Vítor Gaspar e Maria Luís.
Ao mesmo tempo, prepara-se um conjunto de alterações legais ao regime que regula as transferências de capitais para offshore. Aqui pode perceber melhor o que pode estar a caminho.
No ano passado, a GNR e a PSP apanharam mais de nove mil pessoas a conduzir sem carta de condução, revela hoje o DN.
O pedido de criação de uma nova comissão parlamentar para investigar o que se passou entre o governo e a anterior administração da Caixa Geral de Depósitos (nomeadamente as condições acertadas com António Domingues) já foi entregue no Parlamento e aceite por Ferro Rodrigues.
Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o diploma relativo à contratação de professores.
Continuam as reações negativas de Luanda à acusação da justiça portuguesa a Manuel Vicente, o ainda vice-presidente do país, como relata o correspondente do Expresso em Angola, Gustavo Costa.
A confiança dos consumidores nacionais está a subir e atingiu os valores mais altos dos últimos… 17 anos, revelou o Instituto Nacional de Estatística.
Notícia de ontem foi a detonação de uma bomba, alegadamente da II Guerra Mundial, encontrada por pescadores no mar ao largo da Nazaré.
Uma comitiva nacional deslocou-se a Almaraz para recolher informação das autoridades espanholas em relação ao projeto de construção de um aterro para resíduos nucleares.
A transplantação de uma oliveira secular, velha de mais de 3 mil anos, de Portugal para Inglaterra, abriu uma polémica.
Morreu ‘Micas’, a pupila de Salazar que viveu com o ditador entre 1935 e 1957.
Aos 31 anos, Vanessa Fernandes quer voltar à ribalta e dar cartas no triatlo, prova em que conquistou uma fantástica medalha de prata olímpica em Pequim (2008). A ideia é conseguir apresentar-se forte nos Jogos de Tóquio, em 2020.
O Benfica foi queixar-se do que se passa na arbitragem e fala em clima de coação sobre os homens do apito.
Lá fora,
Um dia depois da mega-bronca no final da cerimónia dos Óscares, com o anúncio errado de melhor filme para La La Land, só depois corrigido para Moonlight, o assunto ainda dá muito que falar. O New York Times conta com detalhe os dois minutos de drama que se viveram e como o líder da consultora PwC (responsável pelos cartõezinhos com os nomes dos premiados) viveu o momento a partir da terceira fila da sala. Aqui tem o relato do Washigton Post.
Arrasador para a Price é este texto do Guardian que pergunta como é que uma consultora com mais de 35 mil milhões de receitas no ano passado não conseguiu garantir que uma votação com 5 mil participantes corresse bem.
O Presidente Trump prepara o seu primeiro orçamento, e a nota a destacar é a subida significativa do orçamento da Defesa, em mais de 54 mil milhões, um acréscimo de 9 por cento, que será compensado com cortes em programas públicos nas áreas da saúde, segurança social e ambiente. A ajuda internacional pode ser outra das áreas fortemente penalizadas.
O tema poderá no entanto não ser pacífico mesmo entre os Republicanos no Congresso.
No meio do turbilhão, foi George W. Bush a surgir e a dar uma de estadista, distanciando-se de Trump e elogiando o papel essencial dos media num regime democrático. Também Hillary veio a público atacar Trump.
Bem atual é este estudo sobre a viralidade na internet, que procura demonstrar como as partilhas nas redes resultam mais da imagem que queremos dar e projetar do que propriamente do conteúdo em si do que partilhamos. E por dia partilhamos mesmo muito, qualquer coisa como 4 mil milhões de mensagens só no Facebook.
Elon Musk, o empresário-visionário da Space X e da Tesla, anunciou a intenção de levar duas pessoas numa viagem à órbita da Lua, já para o ano que vem.
(aqui não resisto a sugerir: que leve os dois que não se entendem e de que falo na abertura deste Curto).
De sentido contrário é esta notícia, dando conta da desconfiança dos analistas em relação às metas estipuladas pela Tesla.
Muita agitação e falatório está a gerar a reedição pela Nokia de um dos seus modelos de telemóveis mais míticos, o 3310.
No campeonato inglês, o Leicester, agora sem Ranieri, voltou às vitórias e prolongou o período de crise do Liverpool. A estrela da noite foi Vardy.
As regras das partidas de ténis podem estar prestes a mudar. Tudo pelas audiências. A ideia é ter partidas mais curtas, criar os chamados pontos de ouro, etc.
FRASES
“Não me interessa o poder mas sim o serviço. Se calhar, não era capaz de ser de outra maneira”, Miguel Lobo Antunes, administrador da Culturgest, em entrevista ao Diário de Notícias.
“Oito anos depois, volto inteira”, Vanessa Fernandes, no anúncio do regresso à competição no triatlo
O QUE ANDO A LER
Depois do meu último Expresso Curto, a 7 de fevereiro, andei entretido com três livros, bem diferentes entre si.
Stoner, de John Williams (editado pela D. Quixote)
Livro originalmente editado há décadas, reergueu-e das cinzas há uns anos com uma reedição europeia e acabou por tornar-se um fenómeno de vendas. De como a vida banal e a banalidade da vida podem, ainda assim, se bem escritas e descrits, dar uma história fantástica que nos cola e agarra à vida de um obscuro professor universitário de inglês, de nome William Stoner.
Quinta-feira e outros dias, de Cavaco Silva (editado pela Porto Editora) é o primeiro volume desta segunda série de memórias políticas de Cavaco Silva, desta vez retratando a sua passagem de dez anos pelo Palácio de Belém. Quase seiscentas páginas fortemente marcadas pelo período, agitado, conturbado e tenso, de coabitação de Cavaco com José Sócrates. Independentemente da adesão maior ou menor às ideias de Cavaco, este é um testemunho importante sobre os últimos anos em Portugal e um relato imprescindível para quem, como eu, se interessa pela vida política nacional.
Liberdade de Expressão - dez princípios para um mundo interligado (da Temas e Debates) é o novo título de um dos mais consagrados pensadores europeus, Timothy Garton Ash. Numa sociedade aberta global e totalmente digitalizada, a liberdade e capacidade de cada um de nós em interagir com cada vez mais pessoas no globo é cada vez maior. Mas será que a liberdade de expressão deve ter limites? Quais? E quem os define? Essencial para compreender as mudanças no planeta.
Por hoje é tudo, tenha um bom Carnaval e cuidado com o mau tempo junto à costa (são esperadas ondas que podem atingir os 10 metros).
Hoje pode seguir a atualidade no site do Expresso mas ao final do dia não haverá Expresso Diário, que amanhã estará de volta.
Tudo de bom.
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