O
governo angolano confirmou, esta segunda-feira, que o presidente José Eduardo
dos Santos está em Espanha por motivos de saúde.
Em
entrevista telefónica a um programa da emissora de rádio francesa RFI, o
ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, não especificou o
tipo de tratamento que José Eduardo dos Santos recebe em Espanha e não
confirmou que o presidente tenha sofrido um AVC, como refere alguma imprensa em
Portugal e Angola.
Contudo,
esta foi a primeira vez que um membro do Governo angolano confirmou
oficialmente que o chefe de Estado recebe tratamento médico em Espanha, para
onde viaja desde pelo menos 2013, regularmente, várias vezes por ano.
"Está
tudo bem. Mas sabe, na vida, isso acontece com todos nós em algum momento, não
nos sentirmos totalmente bem. Mas ele está bem. Está em Espanha e quando ficar
melhor vai regressar", disse o ministro angolano, em entrevista para um
programa sobre os conflitos étnico-políticos na vizinha República Democrática
do Congo.
Alguma
imprensa em Portugal e Angola tem referido insistentemente nas últimas semanas
que José Eduardo dos Santos, atualmente com 74 anos, terá sofrido um Acidente
Vascular Cerebral (AVC) já em Espanha e chegou a ser criada uma página na rede
social Facebook dando conta da morte do presidente angolano.
No
entanto, na mesma entrevista, Georges Chikoti não confirma qualquer problema de
saúde grave com José Eduardo dos Santos, chefe de Estado desde 1979.
"Não,
eu não confirmo [AVC]. Mas o presidente dos Santos faz regularmente as suas
consultas e os seus tratamentos em Espanha, por isso é perfeitamente normal que
ele esteja lá", disse o ministro angolano.
Face
aos insistentes rumores sobre o agravamento do estado de saúde de José Eduardo
dos Santos, alguns partidos da oposição angolana vieram a público exigir uma
clarificação oficial sobre o assunto.
José
Eduardo dos Santos deslocou-se a 01 de maio a Barcelona, Espanha, para uma
visita privada, informou na altura a Casa Civil da Presidência da República,
não tendo sido divulgada ainda qualquer informação sobre o seu regresso ao
país.
Na
nota distribuída então à imprensa, a Casa Civil da Presidência da República
referia que o chefe de Estado angolano havia interrompido a sua estadia naquele
país, em novembro de 2016, na sequência do falecimento, por doença, do seu
irmão mais velho, Avelino dos Santos, ocorrida na África do Sul.
Antes
desta viagem, José Eduardo dos Santos convocou, por decreto presidencial de 25
de abril, as eleições gerais em Angola para o dia 23 de agosto próximo, que
servem para eleger, além dos deputados à Assembleia Nacional, também, por via
indireta, o novo chefe de Estado, eleição à qual já não concorre, após quase 37
anos no poder.
A
empresária Isabel dos Santos desmentiu a 13 de maio notícias sobre o
agravamento do estado de saúde do pais.
A
posição foi assumida em duas mensagens que a empresária e presidente do
conselho de administração da petrolífera estatal angolana Sonangol colocou,
como faz habitualmente, na sua conta na rede social Instagram.
Numa
destas mensagens, Isabel dos Santos questiona "com que propósito continuar
a insistir em divulgar notícias falsas sobre a saúde do #PRAngola",
ilustrando-a com a imagem "Notícias Falsas".
O
portal angolano Maka Angola, do jornalista Rafael Marques e visado na mensagem
de Isabel dos Santos, escreveu que o estado de saúde do presidente José Eduardo
dos Santos "está a causar, atualmente, grande apreensão entre as figuras
cimeiras do MPLA", partido que governa Angola desde 1975.
Oficialmente,
e como tem sido habitual em rumores semelhantes que já surgiram anteriormente,
a Presidência da República e o próprio partido que José Eduardo dos Santos
lidera desde 1979 não comentam estas informações, sobre o estado de saúde do
chefe de Estado.
Jornal
de Notícias | Foto: Global Imagens
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