Raul
Diniz, opinião
Os
analistas de terceiro grau multiplicam-se em criar cenários desencontrados da
realidade actual, e, por isso improváveis de acontecer por estarem fora do
contesto real objectivo dos critérios analiticamente viáveis. Os políticos da
oposição não entenderam que qualquer mudança no país, depende muito da forma
como como as forças politicas se comportam no tabuleiro do xadrez politico
nacional.
Pode
até parecer intrigante para os nossos jovens de hoje entender essa minha
afirmação, porem, não será difícil entender, que a desgovernação do país trouxe
uma instabilidade cada vez mais crescente essa situação depreciou a vontade de
liberdade do povo isso sem esquecer que em 42 anos os sucessivos governos do
MPLA não criaram riqueza que tranquilize o futuro das gerações presentes e
vindouras.
Temos
que ter a coragem de considerar seriamente em convocar uma assembleia nacional
constituinte para discutir-se em praça aberta um novo modelo constitucional
abrangente, o país necessita de uma discussão livre em torno de problemas que
afligem os angolanos. Até mesmo porque se faz necessário discutir e aprovar uma
reforma tributaria sustentável, que crie e distribua melhor a riqueza. Não
estou de modo algum preocupado com as falaciosas bajulações dos analistas
outsiders, que se multiplicam análises graxistas em torno do candidato do MPLA
meu partido. Até porque essa gentalha oportunista, desconhece os gemidos
provocados pelos excessos gravosos aplicados contra o povo em forma de tortura
pelo regime autoritário angolano a mais de 42 anos.
Existe
de facto uma urgente necessidade de refundarmos o partido, e leva-lo a adoptar
outro modo de eleger democraticamente os corpos gerentes do partido. Também o
estilo demagogo de eleger o presidente do partido terá que obedecer a outros
critérios mais modernos, sem esquecer de alterar a qualidade politica dos
membros da direcção envolvidos na administração do partido. A validade do
actual modelo a muito se esgotou a muito.
A
militância não pode afastar do seu horizonte o gesto altruístico de João
Lourenço por ter aceite candidatar-se como cabeça de lista, sobretudo por
estarmos num momento arriscado de falência socio político-económico e
financeiro. Porém, caso o MPLA perca as eleições de Agosto de 2017, isso não
deverá de modo algum ser da responsabilidade única do João Lourenço. A
responsabilidade deverá ser assacada a todos nós militantes do MPLA, que nos
deixamos enganar pelo actual presidente do partido, o único e verdadeiro
responsável do nosso infortúnio.
Apesar
de JL ter aceite o convite de JES para ser o cabeça de lista do partido, isso
não significa que o eventual resultado eleitoral positivo ou negativo deva
ser-lhe caucionado. Nós militantes não podemos ignorar as malfeitorias
incrementada pela actual na administração do MPLA. O presidente JES trata o
MPLA, como se o partido fosse propriedade particular sua. JES transformou o
MPLA numa religião apelativamente maligna, encriptada de ritos feiticista,
magia negra, e credos satânicos a mistura. Além do mais, JES impregnou um
exagerado condão de endeusamento da sua pessoa, através do mediático culto de
personalidade por si evocado. O actual modelo de partido que se transformou o
nosso MPLA já não se coaduna com a nossa realidade politica.
Assim
sendo, podemos dizer quer não será nenhum fim do mundo caso nos deparássemos
com a realidade de nos tornarmos oposição amanhã. Apenas teríamos de readaptar
urgentemente o partido a nova realidade, porem, desta vez com o grande
beneficio de não termos JES para nos atrapalhar, na escolha do caminho que
teremos que trilhar a sós. Por outro lado, existem razões objectivas de
elegermos João Lourenço como líder, e de seguida teremos que abandonar as
praticas totalitaristas herdadas do consolado de 38 anos da liderança de JES.
Como militante há mais de 42 anos posso afirmar que o MPLA tem um presente
enegrecido, e um futuro bastante nebuloso. Na verdade, caso a fraude se
concretize como se espera, com toda certeza não existirá no futuro qualquer
garantia que nos assegure uma transferência de poder tranquila, entre JES e JL.
Até
porque tenho plena certeza que nas mais de quatro décadas do pós-independência,
o povo nunca foi dado nem achado, como pode haver mudança sem a participação
directa do principal actor desse eventual processo de mudança prometido pelo
MPLA?
Qualquer
que seja a mudança de rumo desejada, essa mudança de rumo independe do desejo
e/ou da vontade do MPLA. É completamente indefensável a ideia subjectiva e
inaceitável que o MPLA seja de facto o principal vector decisório da tão
esperada e mui desejada mudança.
Não
se deve ignorar o modo terrorista como JES e seus capangas maltratam o soberano
(leia-se Povo), nem como administram as instituições do estado. O terrorismo
ataca sempre os sectores mais vulneráveis da sociedade golpeando-a
traiçoeiramente. Assim age igualmente o nosso presidente, cujo modus operandi é
o de aplicar golpes mortais no seio dos mais fracos que somam 98,5% da
totalidade da população de explorados. Também seria um erro crasso acreditar
que o MPLA represente a estabilidade político-social em Angola, isso é
inverídico.
Além
do mais, que espécie de mudança poderia o MPLA operar em beneficio do povo?
Aliás, o que poderia realizar de concreto o MPLA em 5 anos, se nada
conseguiu realizar nos 42 anos de oportunidade que lhe foi concedido pelo soberano? Além de roubar as riquezas de todos, o MPLA incrementou a corrupção em larga
escala e a internacionalizou-a além-fronteiras. Camaradas o povo não deseja
nunca mais ser soberano no acto de eleger e depois ser submetido a escravidão
pelos donos de Angola.
Sem comentários:
Enviar um comentário