O
Presidente da República contou hoje que a visita do Papa Francisco a Fátima
esteve para ser só no dia 13, e que o Estado português contou "com grandes
aliados para a esticar para dia 12".
Em
declarações aos jornalistas, na Base Aérea de Monte Real, em Leiria, Marcelo
Rebelo de Sousa falou ainda sobre a conversa que teve com o Papa, antes da sua
partida para Roma: "As últimas palavras que trocámos foram ele a dar-me
força e eu a dar-lhe força".
"E
ele precisa mais de força do que eu, porque a tarefa dele é que é
verdadeiramente mais importante, porque há tantos conflitos nos quais ele está
pessoalmente empenhado como mediador, e a Santa Sé, que nada do que importante
no mundo lhe escapa", acrescentou.
Segundo
o Presidente da República, o líder da Igreja Católica, "no avião, vai
agora trabalhar com uma pastinha numa série de questões internacionais, porque
sente que tem um papel a cumprir, muitas vezes com sucesso, outras vezes com
menos sucesso, mas que ninguém mais pode cumprir".
Marcelo
Rebelo de Sousa descreveu esta visita apostólica do Papa como uma
"operação dificílima e muito complexa" e agradeceu a todas as
estruturas do Estado que contribuíram para a pôr de pé, autarquias, Forças
Armadas, e também à Igreja Católica, considerando que "condensar isto em
menos de 24 horas é muito difícil".
Depois,
dirigiu "uma palavra muito especial" ao núncio apostólico em
Portugal, Rino Passigato, que disse ter sido um aliado, "às vezes
secreto", adiantando: "Eu hoje posso talvez dizer-vos que houve
projetos bem mais limitados para Sua Santidade estar cá apenas umas horas, no
dia 13. E nós contámos com grandes aliados para a esticar para dia 12, e ainda
bem".
De
acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o Papa "ficou muito impressionado com
o que viu" em Fátima, "foi dizendo que ultrapassou todas as
expectativas", e "como que rejuvenesceu" de sexta-feira para
hoje: "Como vinha fatigado ontem e como saiu hoje, era outra pessoa".
"Estava
muito impressionado com o calor das pessoas, mas um calor ponderado, moderado,
sentido", prosseguiu.
O
Presidente referiu que o Papa ficou "muito feliz também com o tempo"
que fez.
"Foi
dizendo que tivemos uma ajuda lá de um amigo de cima, porque realmente não
choveu. E eu disse: 'Ó santidade, choveu um bocadinho, ontem [sexta-feira], mas
foi na altura em que já não estava, foi na altura da comunhão, na missa'",
relatou.
Questionado
se ficou combinada alguma outra visita oficial do Papa, respondeu que não, e
realçou que o líder da Igreja Católica não faz muitas visitas, "por razões
óbvias de agenda, de saúde, e por razões de programação complicada".
"Para
todos os portugueses foi, de facto, um momento único, porque tivemos uma
oportunidade que muitos países, muitos povos gostariam de ter tido e que não
tiveram, e poderão não vir a ter. E Portugal teve, e mostrou que era
justificada essa oportunidade", considerou.
Marcelo
Rebelo de Sousa deixou um "agradecimento aos portugueses", que, no
seu entender, foram "excecionais, crentes e não crentes".
"Os
crentes, na forma massiva como se empenharam e aderiram e estiveram em Fátima
ou não estiveram, mas acompanharam. Os não crentes pelo respeito que revelaram
e, em muitos casos, a admiração pessoal, independentemente da fé, pelo
Papa", completou.
Lusa
| Notícias ao Minuto
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