terça-feira, 28 de março de 2017

O MAU USO DA PALAVRA PAZ



O sistema capitalista, para não reconhecer a crise que o despedaça em frações nacionais vitimadas pela promoção irresponsável do individualismo, da competição à procura de lucro e do desprezo pela tendência humana à solidariedade fraterna, comemora o Tratado de Roma que há 60 anos combateu a guerra entre Alemanha e França.

Assim, dizem orgulhar-se da paz criada entre duas nações que se tornaram aliadas através do poder financeiro e militar. Assim ocultam  que, para fortalecer uma Europa rica, destruiram a URSS pela guerra fria, e através da NATO e seus bombardeios, a Líbia, o Egito, a Siria, o Iraque, a Jugoslávia, a Ucrânia, e vários povos do norte da África, para além de realizarem os programas terroristas dos Estados Unidos que semeiam discórdias internas em paises alheios, em todo o Oriente médio e norte europeu, em todo o mundo. A verdadeira Paz, que só existirá com a independência dos povos a caminho do próprio desenvolvimento, desapareceu até mesmo dos sonhos dos modernos governantes.

Os discursos são desonestos ao fazerem uso de termos esvaziados dos seus verdadeiros conteúdos éticos: democracia, solidariedade, estado social, respeito humano, direitos sociais, paz, soberania, independência, justiça social. Quem comemorou a queda da URSS provocada pela guerra fria que abriu caminho para as ações internacionais mais inexcrupulosas - corrupção, crimes acobertados oficialmente, banditismo generalizado, informações falsas, violações de compromissos oficiais, promoção de anti-cultura nos órgãos de comunicação social, etc - não é capaz de aceitar o direito da humanidade de optar por outro sistema sócio econômico. Impõe os seus interesses mesquinhos de elite privilegiada fazendo uso da mesma falta de excrupulos para iludir os seus seguidores. Instituiram a negação dos princípios éticos liminarmente.

INSUFICIÊNCIAS


Mariana Mortágua – Jornal de Notícias, opinião

Queriam que ficássemos mais pobres, e o país empobreceu. Queriam-nos mais flexíveis, mais baratos, e o país criou o seu batalhão de precários quinhentos-euristas. Queriam-nos mais dóceis, e o país aguentou. Aguentou a troika e o Governo Passos/Portas. Aguentou o ataque aos salários, os impostos e a humilhação. Porque em terra de cristãos a culpa não morre solteira, a preguiça é um pecado e os povos honrados pagam sempre as suas dívidas. Ou assim nos foi dito.

Tudo o que Portugal recebeu desta Europa na última década foi autoritarismo e austeridade. Uma terapia de choque sem qualquer fundamento económico ou racional. Puro radicalismo ideológico misturado com uma boa dose de preconceito. Afinal, as declarações de Dijsselbloem não são mais do que uma interpretação rasca do discurso oficial da irresponsabilidade dos países do Sul.

Se excluirmos os juros, Portugal tem hoje o saldo orçamental mais elevado da Europa. Demasiado foi sacrificado para obter esse resultado, mas dizem-nos que não chega. O Banco Central Europeu quer agora sancionar o país pelos desequilíbrios macroeconómicos. É claro que não importa para esta história que, segundo as regras, o BCE não possa interferir com o poder político. E também não interessa que, segundo o mesmo procedimento que o BCE invoca, a Alemanha deveria ser multada. Sim, porque é tão desequilibrado o défice comercial em excesso como é o excedente predatório. Não interessa nada. A Alemanha é Alemanha, a França é a França, e em Portugal não chega.

Não chega para o BCE nem para a Comissão Europeia, que veio ontem recomendar mais cortes, mais permanentes. E também no sistema financeiro não chega. Não basta vender uma parte do Novo Banco, querem garantir que o Estado não manda, mesmo quando paga. Não chega, nem nunca vai chegar.

Pois vai sendo tempo de dizer que uma Europa onde só cabe quem obedece é uma Europa onde a democracia não chega, nem nunca vai chegar. E esse, sim, é o défice mais insuportável de todos.

* Deputada do BE

CIA: MATÉRIAS ESCURÍSSIMAS


WikiLeaks

Hoje, 23 de Março de 2017, a WikiLeaks divulga a Caixa Forte 7 "Matéria escura" (Vault 7 "Dark Matter"), a qual contem documentação de vários projectos da CIA que infectam o firmware [1] do Apple Mac (o que significa que a infecção persiste mesmo que o sistema operacional seja reinstalado) desenvolvido pelo Embedded Development Branch (EDB) da CIA. Estes documentos explicam as técnicas utilizadas pela CIA para ganhar "persistência" no dispositivos Apple Mac, incluindo Macs e iPhones e demonstram a sua utilização de EFI/UEFI [2, 3] e malware [4] firmware.

Estes documentos revelam, entre outros, o projecto "Chave de parafusos sónica" ("Sonic Screwdriver) o qual, como explica a CIA, é um "mecanismo para executar código sobre dispositivos periféricos enquanto o computador portátil ou de mesa da Mac está a arrancar" o que permite a um atacante lançar seu software de ataque, através por exemplo de um stick USB "mesmo quando uma password na firmware está activada". O contagiador (infector) "Sonic Screwdriver" da CIA é armazenado no firmware modificado de um adaptador Apple Thunderbolt-to-Ethernet.

"Céus e mares escuros" ("DarkSeaSkies") é "um implante que persiste no EFI de um comptador Apple MacBook Air" e consiste de "DarkMatter", "SeaPea" e "NightSkies", respectivamente EFI, espaço kernel e implantes no espaço do utilizador.

APRENDER COM A HISTÓRIA!



1 - Angola e Moçambique constituem uma verdadeira encruzilhada na história contemporânea de África, se tivermos em conta a progressão do Movimento de Libertação no continente e o conjunto das alianças progressistas que isso envolveu durante praticamente toda a segunda metade do século XX e na sequência da vitória aliada na IIª Guerra Mundial.

Depois da Conferência de Berlim nos finais do século XIX, em que África foi dividida entre as potências coloniais ávidas de matérias-primas em função do desenvolvimento das forças produtivas inerentes à Revolução Industrial (que havia despontado alterando profundamente o panorama global), um desequilíbrio humano abrupto instalou-se num continente que se havia até então fechado em relação ao exterior, por que as potências coloniais finalmente tinham meios para se internar em toda a profundidade.

Os africanos que resistiram a essa devassa estavam longe de conseguir êxito nos seus propósitos e os europeus colonizadores, à medida que as máquinas substituíram o braço humano, chegaram ao miolo fértil do continente, à região matriz da água continental, situada nos Grandes Lagos e envolvendo as nascentes e bacias dos grandes rios: o Nilo, o Congo e o Zambeze.

Era o tempo duma Grã-Bretanha colonial, tornada ela própria império sob o génio elitista de Cecil John Rhodes, que começou por eliminar os obstáculos na África do Sul, onde os boers impediam a gestação da União Sul Africana e a progressão “do Cabo ao Cairo”!

África do Sul. MORREU O ATIVISTA ANTI-APARTHEID AHMED KATHRADA


O militante do ANC esteve preso por 26 anos, dos quais 18 anos em Robben Island, ao lado de Mandela, de quem foi conselheiro político.

Morreu em Joanesburgo, aos 87 anos, o activista anti-apartheid Ahmed Kathrada, um dos oito militantes do Congresso Nacional Africano (ANC, em inglês) condenados à prisão perpétua em 1964, junto com Nelson Mandela.

Kathrada, que morreu num hospital de Joanesburgo após uma cirurgia cerebral, era um dos amigos mais próximos de Mandela, e dos 26 anos que passou na cadeia, esteve 18 ao lado de Mandela na prisão de Robben Island, na Cidade do Cabo.

O activista foi libertado em 1989, durante o colapso do apartheid. Após a vitória de Nelson Mandela nas eleições de 1994, foi convidado a participar no governo como conselheiro político.

Reformou-se em 1999, mas continuou activo na política, e recentemente tornou-se num crítico ferrenho do presidente Jacob Zuma, de quem chegou a pedir a renúncia devido a acusações de corrupção.

Rede Angola - Foto: Nelson Mandela e Ahmed Kathrada, em foto de 1999 [Mike Hutchings/Reuters]

Autoridades timorenses sabiam de transferência suspeita que envolve casal português - MP


Díli, 28 mar (Lusa) - O Ministério das Finanças timorense teve conhecimento da transferência bancária que está no centro do processo contra um casal português julgado em Timor-Leste, segundo documentação judicial a que hoje a Lusa teve acesso.

Tiago e Fong Fong Guerra estão a ser julgados no Tribunal Distrital de Díli desde janeiro, acusados dos crimes de peculato, branqueamento de capitais e falsificação documental e um dos motivos é uma transferência de 859.706,30 dólares (792 mil euros), feita em 2011 para a conta da empresa da arguida por um consultor norte-americano, entretanto condenado nos Estados Unidos por fraude a Timor-Leste.

O consultor, Bobby Boye - que está atualmente preso nos Estados Unidos por defraudar Timor-Leste em 3,5 milhões de dólares (3,2 milhões de euros) - esteve a apoiar o Governo timorense a recuperar impostos devidos ao país.

Documentos incluídos pelo Ministério Público no processo, a que a Lusa teve hoje acesso, mostram que Bobby Boye informou a diretora-geral dos Impostos, Mónica Rangel, e o diretor-geral de Receitas, Câncio Oliveira, das instruções da transferência.

Mensagens de correio eletrónico com essa informação foram referidas na sessão de hoje do julgamento em que se previa a realização de alegações finais mas onde acabaram por ser apresentados outros dados e ouvidos uma nova testemunha.

Comprador de capital da Oi na Timor Telecom exige reposição da situação da empresa


Díli, 28 mar (Lusa) - O empresário timorense interessado no capital da Oi na Timor Telecom disse hoje que exigiu a reposição da situação da empresa, incluindo a nível de recursos humanos, que existia quando foi feita a oferta já autorizada pela justiça brasileira.

Abílio Araújo, responsável do grupo Investel, considera que a mais recente reestruturação levada a cabo na Timor Telecom, incluindo a redução de quadros diretivos, levou a que a TT "tenha perdido posição no mercado" em Timor-Leste.

"O quadro presente não corresponde à situação da empresa aquando da avaliação da Timor Telecom, em outubro do ano passado, no processo da submissão das várias propostas de aquisição das participações da OI", explicou à Lusa.

"Por isso solicitei à Oi a reposição do quadro anterior existente", referiu.

Depois de vários meses de espera um juiz do tribunal da 7.ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro autorizou no dia 11 de março o pedido feito pela Oi para vender a sua participação na Timor Telecom.

Apesar da autorização o juiz determinou que deve ser feita uma nova avaliação para assegurar que o valor oferecido pelo ativo está correto, tendo nomeado a Rio Branco Consultores para conduzir esse processo.

A Oi quer vender a sua participação na TT ao grupo Investel Communications Limited, liderado por Abílio Araújo, por 62 milhões de dólares (58,3 milhões de euros).

Presidente da Indonésia aberto a moratória sobre a pena de morte -- AFP


Jacarta, 28 mar (Lusa) -- O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, disse em entrevista à AFP que está aberto a uma moratória sobre a pena de morte se a população for favorável, sem, todavia, revelar as suas intenções.

A entrevista da AFP foi realizada antes da visita do Presidente francês, François Hollande, ao país asiático.

Dezoito condenados à morte por tráfico de droga, na maioria cidadãos estrangeiros, foram executados na Indonésia desde a chegada ao poder de Joko Widodo, no fim de 2014, e dezenas de outros estão no corredor da morte.

Questionado na segunda-feira pela AFP sobre a possibilidade de reintroduzir uma moratória adotada pelo anterior Presidente, Widodo manifestou-se favorável a essa hipótese - algo que é geralmente o primeiro passo para a abolição da pena capital -, sob a condição de ter o apoio da população.

"Porque não? Mas é preciso que consulte a população. Se ela disser que sim, começarei a preparar [os passos necessários], mas se o meu povo disser que não, isso vai ser difícil para mim", disse Joko Widodo, sem revelar as suas intenções.

Moçambique: MINISTRO DOS TRANSPORTES DIZ QUE NÃO TEM NADA A ESCONDER


Alegado caso de violação da Lei de Probidade Pública pelo ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, está a alimentar uma grande polémica no país. Mesquita diz que "não tem nada a esconder".

O caso está relacionado com o facto do ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, ter assinado, na qualidade de titular da pasta, memorandos que concedem facilidades às suas próprias empresas, a Cornelder de Moçambique e Cornelder Quelimane.

Os referidos memorandos prevêm uma redução nas tarifas portuárias e na prestação de serviços de cabotagem, que variam entre 40 e 60%.

Ao deliberar esta semana sobre o caso, a Comissão Central de Ética Pública confirmou a existência de conflito de interesses e remeteu o processo ao Gabinete Central de Corrupção.

CHUVAS CONTINUAM A PROVOCAR LUTO EM MOÇAMBIQUE


Maputo, 28 Mar (AIM) Pelo menos três pessoas morreram e outras cerca de 800 ficaram afectadas na sequência de chuvas fortes que tem vindo a cair desde semana passada em algumas regiões de Moçambique.

Falando hoje, em Maputo, no fim de mais uma sessão do Conselho de Ministros, o Porta-voz do Governo, Mouzinho Saíde, disse que o desabamento de uma casa no distrito de Morrumbala, província central da Zambézia, ceifou a vida das três pessoas, membros da mesma família.

Quanto aos afectados, Saíde indicou que residiam nos distritos de Alto Molocué e Gurué, na mesma província, e Marracuene, em Maputo, sul.
No dia 26 de Março, devido ao impacto de chuvas fortes no distrito de Alto Mólocuè e Gorué verificou-se, ainda, a interrupção de algumas vias de acesso por erosão de solos, disse o Porta-voz.

Acrescentou que 175 casas foram destruídas em Marracuene, sexta-feira última. Na mesma região, três salas de aulas, uma unidade sanitária e sete estabelecimentos comerciais tiveram a mesma sorte.
 Registou-se ainda a queda de dois postes.

Angola. UM PROBLEMA DE TODOS NÓS


A pobreza que ainda afecta uma larga maioria de angolanos deve ser uma preocupação generalizada de toda a sociedade porque, bem vistas as coisas, se trata de um problema de todos nós.

Jornal de Angola, editorial

Contrariamente à ideia segundo a qual a pobreza é problema de alguns ou mesmo da grande maioria, enquanto uns alegadamente se sentem livres do fenómeno, a pobreza é um problema de todos. Somos todos, directa ou indirectamente afectados pela ausência de meios e recursos por parte de determinado segmento da população para viver com alguma dignidade. É elementar saber que sem recursos, sem poder de compra de bens de consumo básicos e de luxo, dificilmente se pode resolver esse desiderato. A pobreza, além de inviabilizar a mobilidade social e atrasar o país em todas as dimensões, impede inclusive o enriquecimento das famílias, empresas e pessoas com alguma posse de fazer negócios. Desincentiva quem tenha meios para investir, porque, encontrando-se os rendimentos e o consumo afectados, dificilmente o engenho e o empreendedorismo prosperam em ambientes em que predomina a pobreza.

Angola. NGUEMA ELOGIA O OBREIRO DA PAZ


Os Presidentes de Angola e da Guiné Equatorial manifestaram ontem em Luanda a sua preocupação com a persistência de conflitos em alguns países da África Central e da região dos Grandes Lagos e reiteraram o seu engajamento em contribuírem para a resolução dos mesmos.

Durante um encontro em privado, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, José Eduardo dos Santos e Teodoro Obiang Nguema reiteraram a resolução pacífica das crises através do diálogo e negociação, permitindo deste modo que sejam preservados os direitos fundamentais dos cidadãos.

Os dois Presidentes analisaram igualmente a crescente ameaça do terrorismo em África. Neste sentido, manifestaram a sua solidariedade a todas as vítimas e reafirmaram o apoio dos seus países aos esforços da comunidade internacional na luta contra o terrorismo.

Os Presidentes acordaram que os dois países devem continuar a fazer concertação aos níveis adequados, visando combater e prevenir a imigração ilegal, o narcotráfico, o tráfico de seres humanos e outros tipos de crimes transnacionais.

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