Reginaldo
Silva | Rede Angola | opinião
O
MPLA e a UNITA foram esta terça-feira, 2 de Maio de 2017, os dois primeiros
partidos a baterem a porta do Tribunal Constitucional com o trabalho de casa
aparentemente todo feito, tendo em vista o cumprimento de todas as exigências
que a lei impõe para que possam ter acesso ao boletim de voto, onde cerca de 9
milhões e meio de angolanos vão escolher no próximo dia 23 de Agosto o
Presidente da República/Titular do Poder Executivo (TPE) mais o seu
Vice-Presidente e a Assembleia Nacional.
Neste
momento já parece até ser mais fácil ganhar a própria eleição, o que em tese se
consegue com 26% dos votos se, por exemplo forem 4 concorrentes a disputar a
eleição, do que cumprir com os requisitos para ser certificado como candidato.
Cada
vez estamos mais convencidos que o modelo atípico do presidencialismo angolano
foi efectivamente desenhado a pensar num grande objectivo estratégico e com
dois cenários possíveis.
Estamos
já como o segundo cenário transformado em realidade, após JES se ter afastado
da corrida e ter indicado João Lourenço para o substituir.
Quem
se referiu a este modelo como um “golpe constitucional”, acertou em cheio,
sobretudo no que toca a amputação do direito fundamental do cidadão nacional
poder ser Presidente deste país, sem outros critérios mais partidários.
O
que está agora em marcha, tendo como endereço o Tribunal Constitucional, é uma
verdadeira corrida de obstáculos que se traduz na compilação de milhares de
folhas em dezenas ou mesmo centenas de pastas, que dão corpo a um quilométrico
“dossier” que inclui todos os documentos exigidos que vão dos BIs/Atestados
Criminais dos mais de 220 candidatos ao Parlamento, até às cópias dos cartões
de eleitor dos 15 mil apoiantes que cada partido concorrente precisa de
recolher.