sábado, 3 de junho de 2017

FIM-DE-SEMANA | SAUDADES DE UMA BANHOCA NO ATLÂNTICO



Expresso Curto ao sábado, por Martim Silva. E porque não? Vamos lá à obra que os carcanhõis do tio Balsemão! Impresa sustenta. É o Expresso, aqui e agora.

Pode acreditar que vale a pena documentar-se com esta prosa do autor já citado e que nos serve a cafeína. Tem por onde escolher, como está na mostra ou montra. Entrevistas em barda. Cá dentro e lá fora. Está tudo explicadinho a seguir. Por cá é Rui Moreira o entrevistado, vale ver, ler e saber interpretar as palavras ditas. Comvém saber também descodificar umas quantas frases. É que Rui Moreira pode muito bem entrar pelo cano e sair numa qualquer sargeta da Banharia ou assim desses modos. É que não conseguir a tal maioria absoluta que ferventemente deseja é muito difícil sem o PS nos seus pelotões. E aí é que a porca pode vir a torcer o rabo e borrar os que estiverem a jeito de levar com os efeitos do aspersor anal a que chamam rabo mas que é ânus da chafurdoca, do reco. O rabo é outra coisa ali naquele corpo, é a cauda. Pois.

Com brevidade vamos lá aos venezuelanos dos Açores e da Madeira, entre outros. Portugueses mas venezuelanos, principalmente retornados por via da agitação que por lá vai. Parece que chegam muito agastados com os chavistas. E que esses são os males dos males que por ali está a acontecer… É sempre o mesmo. Salazar vive nesta gente. Mas então não será que a culpa das culpas são os EUA e o Reino Unido que estão a ensaiar na América Latina mais uma primavera da desgraça a exemplo daquilo que foi concretizado com a tal “primavera árabe” também da grande desgraça? E porque não apontam o dedo a esses? E porque não escrevem ao Obama (a “coisa” vem dos tempos dele) ou vão até aos EUA manifestar-se, protestando com as ingerências de socapa que os EUA fazem pelos países latino-americanos cujas políticas não estão de acordo com os ditames estadunidenses?  Pois é. Adiante que se faz tarde.

Só para terminar antecipamos que no final vai deparar-se com ilegalidades nas apostas no… futebol. Referem a Irlanda. Pois.  Mas afinal as batotas andam por todo o lado, no futebol e em quase tudo. Há sempre uns coirões que são desonestos e já lhes está no ADN. Pois. São tantos que nem fazemos aqui constar exemplos. E é em tudo, não só no jogo. Aspergidos pela tal porca é o que mereciam. Todos os dias. Até perderem o vício de serem vigaristas. Até o Passos Coelho merecia esse tratamento. Podia ser que se curasse e passasse a ter alguma decência e utilidade.

Bom dia. Bom fim-de-semana. Está fresco para a praia. Os friorentos gostam dos 27 aos 30 graus centigrados e só estão 21 de máxima. Hoje e amanhã. Depois os deuses darão outras temperaturas mais quentinhas. Boas para o mergulho. Aaaah, uma banhoca no Atlântico. Que saudades!

MM | PG

TIMOR-LESTE | Presidente promulga regime jurídico de titularidade de terras



O Presidente da República timorense, Francisco Guterres Lú-Olo, promulgou o regime jurídico de titularidade de terras depois do Tribunal de Recurso não se ter pronunciado pela inconstitucionalidade do diploma, informou a presidência em comunicado.

Depois de vários anos de impasse Timor-Leste passa assim a ter um novo regime especial para a definição da titularidade dos bens imóveis, essencial para começar a definir toda a complexa arquitetura da posse da terra em Timor-Leste, onde convivem títulos herdados de várias administrações mais usos costumeiros.

Trata-se de um diploma, explica Lu-Olo no comunicado, que "assegura a segurança da população, do Estado e de todos aqueles que têm direito à terra".

Uma versão inicial do regime que foi preparada pelo IV Governo constitucional foi vetada em 2012 pelo chefe de Estado, José Ramos-Horta, tendo este ano o Parlamento Nacional remetido uma proposta revista da lei.

O anterior Presidente Taur Matan Ruak tinha solicitado em abril a fiscalização preventiva da respetiva constitucionalidade ao Tribunal de Recurso que não se pronunciou pela inconstitucionalidade do texto.

Taur Matan Ruak tinham suscitado "dúvidas de constitucionalidade, entre outras, o equilíbrio do sistema das normas relativas ao reconhecimento dos diferentes títulos de propriedade anteriores, a articulação do regime especial de definição dos primeiros títulos de propriedade com o regime geral e as condições de acesso ao Direito e aos Tribunais na definição da propriedade da terra".

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS DE TIMOR-LESTE



Um olhar sobre os resultados eleitorais dos partidos políticos timorenses

As próximas eleições parlamentares em Timor-Leste estão previstas para 22 de Julho de 2017, com a possível participação de mais de 30 partidos políticos e coligações, e com a cláusula de barreira eleitoral situada nos 4%, ou seja, os partidos políticos que queiram eleger pelo menos dois deputados terão que obter nas eleições legislativas que se avizinham os votos de cerca de 28 mil eleitores, um número muito acima do que estava estipulado em 2012 em que a cláusula de barreira se situava nos 3%. Em 2007 a eleição de deputados implicava a obtenção de 2% dos votos e em 2001, ano das eleições para a Assembleia Constituinte, não havia cláusula de barreira.
País marcado pelas tradições

Todos sabemos que os eleitores votam em função de diversas motivações. No caso de Timor-Leste, por ser um país fortemente marcado pelas tradições, a importância da orientação do voto familiar tem muita relevância visto que o Chefe de Aldeia ou o Chefe de Suco (conjunto de aldeias) assumem um papel peculiar e podem determinar o sentido do voto.

Os factores de ordem ideológica também tem sido considerados na decisão da opção de voto, com destaque para o eleitorado detentor de formação político-ideológica e que se identifica com valores de esquerda, próximos dos partidos que defendem doutrinas socialistas, ou com valores mais à direita, assentes em teorias sociais-democratas ou do domínio da democracia cristã.

Principalmente em zonas mais remotas, em que a vivência da população ainda faz recordar um pouco as sociedades feudais, o carisma do líder partidário também é basilar e orienta o comportamento do eleitorado timorense, havendo, igualmente, motivações de ordem mais subjectiva, quiçá menos nobre, em que o voto é negociado com promessas dos políticos, muitas vezes nunca cumprida.

MOÇAMBIQUE | “Má gestão é responsável pela crise", diz ex-primeiro-ministro



Em entrevista exclusiva à DW, Mário Machungo diz que a má gestão da economia moçambicana é a principal responsável pelo sobreendividamento do país.

Quem sustenta a acusação é o antigo primeiro-ministro de Moçambique, Mário da Graça Machungo, doze anos depois do perdão da dívida externa pela iniciativa HIPC (em inglês: "Heavily Indebted Poor Countries"), que beneficiou os países pobres altamente endividados.

Em Lisboa, onde participaou até quarta-feira (31.05.) nas conferências do Estoril, o atual administrador bancário e perito em políticas monetárias opina que a solução da crise da dívida escondida passará pela negociação com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Ele duvida que seja através do recurso ao Clube de Paris. Entre 2012 e 2015, a dívida escondida de Moçambique rondava 2, 2 mil milhões de dólares.

Mário Machungo foi primeiro-ministro entre 1986 e 1994. Em entrevista exclusiva à DW, afirma que houve descuido para que o país voltasse a sobreendividar-se.

Sem apontar culpados, o economista moçambicano admite que houve má gestão da economia do país, o que levou à situação atual. Segundo ele, "não havia razão para essa situação”. Confira a entrevista:

DW África: Seria o perdão a solução para a nova crise da dívida de Moçambique?

Mário Machungo (MM): Não sei se haverá perdão da dívida como nós gozamos no passado. Já tivemos perdão porque saímos de uma situação em que houve, evidentemente, uma agressão aberta ao Estado moçambicano por parte do regime do apartheid [da África do Sul]. Isso levou à destruição completa da economia moçambicana, que não podia pagar as suas dívidas. A comunidade internacional compreendeu que Moçambique merecia, de facto, um apoio no perdão da sua dívida para poder sair da crise em que se encontrava, provocada do exterior, para poder trilhar novos caminhos. Agora, com o anúncio de um "boom” de investimentos, etc., não sei se a solução de perdão da dívida vai funcionar ou se será outra em que a dívida terá de ser paga noutras ocasiões.

MOÇAMBIQUE | Há muito dinheiro do povo a ser usado indevidamente



@Verdade | Editorial

O caso do ex-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, acusado pelo Ministério Público de uso indevido do dinheiro do Estado, é paradigmático do que, nestes últimos anos, tem estado a acontecer nas instituições públicas e/ou do Estado. Este caso é, na verdade, uma prova cabal do que sempre fazem todos os indivíduos ligados ao partido Frelimo, sem entranhas de humanidade, quando lhes é confiados a coisa pública.

Os membros do Governo da Frelimo, quando são nomeados para servirem os moçambicanos, a primeira coisa que invariavelmente fazem, diga- -se de passagem com mestria, é espoliar a pátria de modo a satisfazer os seus insaciáveis estômagos e garantir que os seus descendentes venham ficar a cobertos de preocupações financeiras no futuro.

O caso envolvendo o ex-ministro, Abdurremane Lino da Almeida, que afirmou em sede de tribunal que gastou um milhão e setecentos mil meticais na sua viagem à Meca com consentimento do Presidente da República, Filipe Nyusi, é reveladora do que tem estado a acontecer nos bastidores do Governo da Frelimo. A cada dia que passa, os moçambicanos vão sendo lesados de forma inescrupulosa por indivíduos que fingem dirigir o país rumo ao desenvolvimento. Quantos outros dirigentes moçambicanos têm estado a usar o dinheiro dos moçambicanos para viagens particulares, com o aval ou não do Chefe do Estado? Certamente, centenas deles. Muitos deles levando amantes.

Mas, com este caso”, é bom que se diga que se inicia agora uma nova era. A era dos moçambicanos. A era de todos os moçambicanos independentemente da filiação partidária. É também a era da sua responsabilidade em relação ao futuro do país. Até agora, os moçambicanos têm abdicado da sua responsabilidade e da sua iniciativa politica em relação ao país porque nunca se acharam capazes de se afirmar perante os seus superiores hierárquicos devido à debilidade das estruturas de governação.

Os moçambicanos, particularmente os funcionários públicos, limitam-se sempre a dizer viva, ámen às suas perversas decisões e a obedecer aos chefes amantes do latrocínio cometido em nome do partido no poder. Portanto, é necessário que os moçambicanos exijam a responsabilização de todos os indivíduos que têm vindo a fazer das instituições públicas e do Estado a sua vaca leiteira.

ANGOLA | DOSSIER 27 DE MAIO, FRAUDE ELEITORAL QUE VAI ACONTECER, SAVIMBI – Fernando Vumby



Fernando Vumby | opinião

"DOSSIER 27 DE MAIO DE 1977 & O DRAMA DE UM AGENTE SECRETO (ELIZEU BONDECA) CONHECIDO POR GATO VITÓRIA!

"Fui acusado em ter ido avisar as autoridades congolesas sobre o golpe de estado", Foi assim que começou a minha conversa na cadeia de S.Paulo, quando de perto pela ultima vez troquei algumas palavras com aquele que ja foi um dos meus melhores amigos desde os tempos de infância ainda no Sambizanga na zona do Travasso onde ele morava.

Um dos braços de Elizeu Bondeca estava quebrado e sua camisa estava toda salpicada de sangue que escorria para o chão das suas orelhas salpicava sangue para o chão

No dia 27 de Maio de 1977 , quando tudo aconteceu Elizeu encontrava-se no Congo Brazavill devidamente autorizado pelos seus chefes de departamento da Disa policia secreta de Agostinho Neto para o qual prestava serviço como operativo .

Dias depois quando regressou ao país foi detido no aeroporto onde começaram ã espanca-lo , partiram-lhe um dos braços e sua camisa estava salpicada de sangue que corria pelo chão .

Elizeu preparava aquele que seria o seu primeiro casamento e como era costume na aquela altura , muitos jovens preferiam e ir fazer as suas compras principalmente de roupa no Congo e não em Portugal ou Brasil como nos dias de hoje.

Foi através de Elizeu Bondeca ( Gato Vitória ) que conhecei a me relacionar com muita malta famosa do bairro Sambizanga entre o Kiferro , Matenda ( Mateus ) Mbala Neto este tido com um dos mentores se não mesmo o craneo do famoso programa radiofónico Kubibanguela , Zeca Pinho , Bate Chonas , Paulito , Betão , Betinho , Nandocas e outros tantos curiosamente quase todos eles mortos nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977.

Com Elizeu vivenciei , curti a vida e o ambiente noturno na cidade de Luanda ja desde o tempo do colono branco , pois ele era muito popular e uma grande atração na maioria das festas quando convidado .

Além de que era bem parecido e de figura esbelta no dizer das miúdas , Elizeu Bondeca ( Gato Vitória ) foi um dos grandes e melhores bailarinos da sua geração e quem ja o viu alguma vez dançar pode confirmar que era impossível imitar os seus toques e passes de dança raríssimos .

Frequentou a escola Industrial , sua ultima residência foi por detrás do cinema Império hoje ( Atlântico ) e no dizer de alguns amigos quem se apoderou da sua casa foi um tal famoso Mário Matine também tido com um dos seus carrascos mesmo tendo sido amigos e colegas na Disa antes dos acontecimentos.

NEM A MORTE O ABSOLVERÁ



“Quanto a mim, sei que a prisão será dura como nunca o foi para ninguém, cheia de ameaças, de uma ruim e covarde crueldade, mas não a temo, como não temo a fúria do miserável tirano que tirou a vida a 70 dos meus irmãos. Condena-me, não me importo. A história me absolverá”, palavras de Fidel de Castro, ex-presidente de Cuba, declaradas no tribunal poucas horas antes de ouvir a sua sentença de condenação no dia 16 de Outubro de 1953.

Sedrick de Carvalho | Folha 8 | opinião

Oditador na altura era Fulgêncio Batista, e o julgamento era na sequência da tentativa de derrube da ditadura, num processo conhecido como “Assalto ao Quartel Moncada”. Em tribunal, Fidel Castro fez a sua própria defesa e foi nesta qualidade que proclamou o célebre discurso cujo extracto acima transcrevemos. Passado algum tempo, ele mesmo transformou-se em ditador.

Os rumores de que o ditador José Eduardo dos Santos estava morto, alimentado por mais uma longa ausência sem justificação, mereceram da nossa parte um distanciamento propositado, pois o sujeito em causa é useiro e vezeiro no que concerne, também, ao abandono do posto de trabalho sem qualquer informação ao patrão – o Povo -, uma prática que constitui infracção laboral e falta de respeito ao empregador.

Mas se os rumores não mereceram a nossa atenção, a impunidade merece, e o presidente da República passeia-se pelo mundo impune e inclusive tem a insolência de punir todos os que contestam a sua longevidade e calamitosa governação.

Diferentemente de Fidel Castro, o ditador angolano certamente não terá argumentos a apresentar em sua defesa caso seja submetido a julgamento – e continuará a ter direito a se defender. E se a história não o absolverá, como se percebe, com certeza nem a morte o vai absolver. E percebemos isto exactamente quando surgem rumores de que morreu ou de que o seu estado de saúde é extremamente grave.

GUINÉ-BISSAU: Organizações femininas preocupadas com crise politica



Exortam as forças de segurança no sentido de evitar o uso desproporcional da força.

As organizações de mulheres da Guiné-Bissau estão “profundamente” preocupadas com o agravar da crise política no país.

Num comunicado, condenam a conduta das forças policiais e dos manifestantes, no ultimo fim-de-semana, que degenerou em violência.
Para elas, o incidente espelha a dimensão da tensão política na Guiné-Bissau e consequente quebra do diálogo entre os protagonistas da crise.

As organizações das mulheres da Guiné-Bissau exortam, por isso, as forças de segurança, no sentido de adequar as suas actuações aos imperativos da lei, evitando o uso desproporcional da força contra o exercício dos direitos de liberdades fundamentais dos cidadãos.

Por outro lado, elas apelam o Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, organização cívica que tem promovido manifestações contra o Presidente da Republica, e aos guineenses em geral, a absterem-se “de comportamentos violentos contra as forças de segurança, capazes de comprometer os valores da paz e provocar danos incalculáveis na vida e integridade física dos cidadãos”.

Apelam também ao Ministério Público, a abertura de um inquérito célere e transparente para o esclarecimento cabal das circunstâncias que rodearam a violência entre os manifestantes e forças de segurança, e consequente responsabilização criminal dos infratores.

Á Comunidade Internacional, as mulheres guineenses alertam no sentido de manter vigilante e accionar mecanismos, com vista a evitar derrapagens no país.

O posicionamento das organizações das mulheres da Guiné-Bissau surge numa altura em que o Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados agendou para o próximo sábado, dia 3 de junho, mais uma marcha pacifica para exigir o fim da crise, com a renúncia do Presidente, José Mário Vaz.

E, noutra frente, o Movimento “O Cidadão”, ligado ao actual poder politico, convocou, para o mesmo dia a sua manifestação para exigir a abertura das sessões parlamentares, depois de ter promovido, na semana passada, uma vigília frente a sede do parlamentar com o mesmo propósito.

Voz da América

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SABICHÃO | Presidente do parlamento da Guiné-Bissau rejeita convocar sessão extraordinária



O presidente da Assembleia Popular Nacional da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, rejeitou hoje convocar uma sessão extraordinária do parlamento, conforme solicitado pela maioria dos deputados no hemiciclo.

"O assunto, tendo sido analisado, mereceu o superior e competente despacho de rejeição por, entre outros, não se enquadrar na letra e no espírito do Acordo de Conacri, extemporaneidade da matéria sob o qual assenta o fundamento do requerimento e a não determinação concreta das matérias de relevância pública a que se refere", refere, em comunicado, o gabinete do presidente do parlamento.

A maioria dos deputados do parlamento da Guiné-Bissau pediu hoje ao presidente da Assembleia Nacional Popular para convocar uma sessão extraordinária para 13 de junho para discutir e aprovar o programa de Governo.

O pedido foi feito ao abrigo do número 3 do artigo 56.º do Regimento da Assembleia Nacional Popular, que prevê o parlamento "reúne-se extraordinariamente por iniciativa do Presidente da República, da maioria dos deputados, do Governo e da sua comissão permanente".

No comunicado, o presidente do parlamento esclarece que o "programa de Governo não se enquadra nas matérias de iniciativa dos deputados e nem dos outros contemplados no artigo 56.º do regimento com exceção feita ao Governo em virtude da própria matéria, pelo que não pode ser fundamento para o requerimento de convocação de uma sessão extraordinária subscrita pelos deputados".

Cipriano Cassamá alertou também os cidadãos nacionais e a comunidade internacional que a diligência hoje feita é mais uma "das manobras dilatórias" do Presidente guineense, José Mário Vaz, para "confundir a opinião pública nacional".

Para o presidente do parlamento, o chefe de Estado pretende também com aquela "manobra" ganhar "alguma condescendência da comunidade internacional, em particular na cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)", que se realiza domingo em Monróvia, na Libéria.

MSE // ARA // LUSA

GUINÉ-BISSAU | RAMOS-HORTA QUER PULSO FIRME DE JOMAV



Guiné-Bissau continua confrontada com "grande imbróglio político", que exige uma posição firme do Presidente e uma solução guineense pela via do diálogo, defende José Ramos-Horta, em entrevista exclusiva à DW África.

O Prémio Nobel da Paz José Ramos-Horta apela à tranquilidade e ao entendimento na Guiné-Bissau. O político timorense pede ao Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, para reunir todas as partes do conflito na base de um diálogo sério com vista a salvar o país. A iniciativa presidencial, segundo José Ramos-Horta, deve durar o tempo que for necessário, até que seja possível definir uma agenda comum para os próximos 18 meses, que contribua para a estabilidade do país antes de eleições gerais.

Em Lisboa, José Ramos-Horta concedeu uma entrevista exclusiva à DW África, à margem das conferências do Estoril, que terminam esta quinta-feira (31.05) em Cascais, Portugal. O antigo Presidente de Timor-Leste, que representou as Nações Unidas em Bissau, depois do golpe de Estado de 2012, liderou a missão do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS, na sigla em inglês), criada para a consolidação da paz no país.

Para Ramos-Horta, o Presidente guineense José Mário Vaz "pode ainda salvar a sua presidência, salvar o país, se for inspirado por essa responsabilidade que é a de um chefe de Estado. Mas é necessário também que os outros deem as mãos, que também deem um passo ao encontro do Presidente".

"É preciso encontrar uma fórmula muito guineense para amenizar as tensões," refere o homem que também foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro de Timor-Leste.

CABO VERDE | O visto, a independência e a reciprocidade



Eurico Correia Monteiro | Expresso das Ilhas | opinião

É comum ouvir-se dizer que os juristas são imaginativos e que os bons juristas são mesmo muito imaginativos. Acredito piamente que a imaginação faz falta a um bom jurista, mas o certo também é que o excesso de imaginação convola-se rapidamente em defeito, pois que exige para a sustentação da tese a hiperbolização de pressupostos ou de efeitos.

Indiciar o propósito anunciado pelo Governo de Cabo Verde, de isentar cidadãos europeus de vistos de entrada no país, de inconstitucionalidade material, por ofensa aos princípios de independência nacional, de igualdade entre os Estados e da reciprocidade de vantagens, é, claramente, indefensável do ponto de vista estritamente técnico.

Em primeiro lugar - e isso não é importância menor – não parece tratar-se de uma relação entre o Estado de Cabo Verde e demais Estados europeus, mas simplesmente de uma relação entre o Estado de Cabo Verde e os cidadãos europeus, fundada numa numa decisão unilateral pela qual se reconhece se a esses cidadãos o direito de visitarem Cabo Verde sem necessidade de uma autorização administrativa prévia e expressa.

Em segundo lugar, mesmo que se tratasse de uma relação entre Estados – e não se trata - é o próprio autor da tese, o ilustre Dr. Benfeito Mosso Ramos (BMR), quem denuncia o segundo defeito da sua construção, pois que seguramente não é a específica reciprocidade de dispensa de vistos no espaço da CEDEAO que assegura a independência de Cabo Verde, que seria ofendida com a dispensa. Dito de outro modo: se o facto de um cidadão estrangeiro entrar no país com dispensa de visto prévio, outorgada pelas autoridades cabo-verdianas, em forma de lei, ofende a Independência Nacional, não se percebe como pode a reciprocidade da dispensa ter o condão de assegurar tal independência... pois que esta pretensa violação, afinal, assenta nessa estranha tese de ausência de autorização prévia e casuística para a entrada de um viajante no território nacional. Assim, na tese de BMR, a dispensa de visto de entrada ofende e não ofende o princípio da independência nacional, variação que depende da circunstância de o país da nacionalidade do viajante oferecer ou não oferecer igualdade de tratamento aos cidadãos cabo-verdianos. Se o país da nacionalidade do viajante dispensa o cidadão cabo-verdiano de visto de entrada, Cabo Verde é inteiramente independente, mas já o não será se o tal país do viajante teimar em manter o poder de autorização prévia de entrada dos cabo-verdianos no seu território. Significa isso ainda, e em ultima instancia, que a independência de Cabo Verde está mais dependente da decisão politica e administrativa dos outros Estados em matéria de vistos do que propriamente da decisão adotada pelas autoridades do Estado de Cabo Verde, pois que, para sabermos se existe ou não ofensa do principio da independência nacional, teremos que indagar sobre o sistema normativo do país da nacionalidade do viajante, em matéria de vistos.

ÉLIA ALMEIDA, UMA ESTRELA CABO-VERDIANA EM ASCENÇÃO - com vídeo





É a nova "menina" da música de Cabo Verde. Élida Almeida conquista os palcos internacionais com sucesso, dando outra luz aos ritmos cabo-verdianos com raízes profundamente africanas.

Foi com um sorriso simpático que a nova revelação de Cabo Verde deu uma entrevista à DW África em Wuerzburg, no Afrika Festival, o maior evento de música africana da Alemanha. Com humildade e simplicidade falou-nos de si, da sua música e da sua Santiago.

DW África: A Élida está a internacionalizar em ritmos menos conhecidos de Cabo Verde, como o batuco, tabanka e funaná, se compararmos com a morna e a coladera. Porque apostou nesses estilos?

Élida Almeida (EA): Não apostei, é algo que está na minha genética, no meu sangue. Sou da Ilha de Santiago, Cabo Verde é composto por dez ilhas, é como se cada ilha tivesse a sua cultura, o seu estilo de música. Na Ilha de Santiago o batuco, funaná e tabanka são estilos mais consumidos e são o que identifica a Ilha de Santiago, então isto está no sangue.

DW África: Que lugar ocupa a música que possui mais raízes africanas no seu arquipélago?

EA: Santiago. A iIha de Santiago é o lugar onde se sente uma forte presença de África, da influência e de tudo o que foi o período da escravatura. Também foi a ilha onde os escravos pararam por muito tempo e eu particularmente sou de montanhas onde os escravos se foram esconder no meio de toda aquela confusão. Então, a Ilha de Santiago é onde se sente a maior presença da música africana.

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