segunda-feira, 12 de junho de 2017

O BAILE DOS BANCOS ZUMBIS



Simone Wapler [*]

Bail-in, bail-out, sistema de resolução bancária, directiva de resolução bancária, recapitalização preventiva, credores júniors ou séniors. 

De facto, a única coisa que nos interessa em tudo isso é o nosso dinheiro.

Um banco sem depositantes pode falir, que belo negócio!

O problema dos depositantes é que eles também votam, os ignorantes. E um depositante depenado tem mais memória do que um contribuinte sangrado. Por outras palavras, fazer com que a falência de um banco seja suportada pelos contribuintes é mais fácil do que fazê-la pagar pelos depositantes. Infelizmente, todas as disposições regulamentares europeias postas em prática doravante proíbem o salvamento dos bancos pelos seus Estados (ou seja, pelos contribuintes).

Assim, é preciso executar algumas contorções para dar a sensação de deslizar elegantemente sobre o assoalho do salão de baile dos bancos zumbis.

Uma compra fraudulenta na Espanha 

Comecemos pela Espanha e pelo Banco Popular. O Banco Popular não tinha senão uns poucos depositantes... e os raros que lhe restavam estavam em fuga.

Em contrapartida, o Banco Popular possuía mais de €37 mil milhões de empréstimos imobiliários cujos tomadores não conseguiam reembolsar. Esta carteira de créditos duvidosos levou a €3,5 mil milhões de perdas líquidas em 2016.

O Banco Popular foi finalmente comprado por €1 simbólico pelo Banco Santander, o maior banco espanhol – e consequentemente demasiado grande para falir. A honra e as regulamentações foram salvas: o Estado espanhol não interveio.

Os raros depositantes restantes e os detentores de dívida sénior (as obrigações mais seguros) foram poupados; 

Os detentores de obrigações do Banco Popular perdem quase tudo; 

Os portadores de acções perdem tudo; 

Os tomadores insolventes que contraíram empréstimos imobiliários terão sempre o Banco Santander e os oficiais de justiça no seu caminho.

Um futuro incerto para um banco ainda maior 

Evidentemente, será preciso que o Banco Santander se desenvencilhe com o estorvo do Banco Popular. Um banco demasiado grande para falir tornou-se ainda maior. O Banco Santander deve levantar €7 mil milhões para se recapitalizar.

Encontrará ele valentes accionistas? Será isto suficiente para colmatar as perdas de 2017 da carteira imobiliária apodrecida? Se eu tivesse depósitos no Banco Santander e se fosse um contribuinte espanhol, colocaria estas questões...

Passemos agora à Itália e ao banco Monte Dei Paschi di Siena. O problema é que o referido banco tinha muito mais depositantes do que o pequeno Banco Popular.

Além disso, 42 mil destes depositantes tornaram-se credores a contragosto. Zelosos "conselheiros financeiros" fizeram com que eles subscrevessem obrigações júnior de alto rendimento através de produtos de poupança sem risco.

A linda pilha de regulamentações de Bruxelas foi portanto posta de lado.

Uma nacionalização ilegal na Itália 

O Estado italiano será a priori autorizado a injectar €6,6 mil milhões no quadro de um aumento de capital de €8,8 mil milhões. Ele ficará então com 70% do capital do banco.

Está prevista uma compensação para os poupadores no montante de €2 mil milhões.

É portanto uma nacionalização limpa, como nos bons velhos tempos.

Os depositantes restantes e os poupadores são... poupados; 

Os contribuintes pagam.

Mas há outros bancos italianos zumbis no salão de baile: Banca Popolare di Vicenza e Veneto Banca para o qual convém igualmente organizar os salvamentos. A ideia para evitar a falência convocar os outros bancos em socorro do seu irmão infeliz. É preciso encontrar €6,4 mil milhões, mas a Comissão Europeia quer que os bancos italianos injectem previamente €1,2 mil milhões proporcionalmente à dimensão dos depósitos de cada um dos zumbis.

Solidariedade ou caridade forçada

Os outros bancos não estão ansiosos por esta operação visto que já puseram €3,4 mil milhões no mealheiro através do fundo Atlante. De repente, o governo italiano põe a pistola na testa dos dois maiores bancos, Intesa Sanpaolo e UniCredit, para que cada um dance com uma das cavalheiras necessitadas e apliquem o modelo do par perfeito Banco Santander – Banco Popular...

O que reter deste baile dos bancos zumbis?

Que quando os depositantes são suficientemente numerosos é preciso contornar os textos e encontrar o meio de fazer com que os contribuintes paguem a ruptura. Como nos bons velhos tempos... 

Portanto, para o vosso banco que abrigue uma conta corrente, prefira um grande banco da rede que tenha muitos depositantes. Mas não deixe evidentemente mais de 100 mil euros e mesmo bastante menos. 

Fuja como da peste ou da cólera de contas remuneradas e de contas a prazo (super livrets). 

Não esqueça que se os bancos espanhóis e italianos estão infestados por créditos duvidosos, os bancos franceses e alemães estão vulneráveis aos produtos derivados e às perdas na sua actividade de trading por conta própria. Portanto se as taxas sobem ou se os mercados baixam, terá de redobrar a vigilância.

E o famoso "risco sistémico", poderá ser perguntado? Exactamente, é através das perdas no trading por conta própria que ele se pode materializar. 

Depois de €4 milhões de milhões de criação monetária e nove anos de taxas baixas, os bancos zumbis continuam sempre necessitados dos contribuintes para fazerem crer que podem continuar a viver.

[*] Consultora financeira.

O original encontra-se em la-chronique-agora.com

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

Vão-se conjugando múltiplos factores externos para que a Angola chegue “a primavera”!



Martinho Júnior | Luanda

A NATO, O BILDERBERG, A SIC, ALGUNS SICÁRIOS (ENTRE ELES LUATY BEIRÃO) E ALGUMAS DAS ESTRUTURAS DO ESTADO PORTUGUÊS ESTÃO ENVOLVIDOS "NO PLANO"!

TAL COMO NA VENEZUELA, EM ANGOLA COMEÇA-SE A PROVAR "O EXCREMENTO DO DIABO", NUM DOS MAIS PERNICIOSOS EFEITOS IMPULSIONADOS PELO CAPITALISMO NEOLIBERAL!

Novos enredos, novas roupagens, novas faces (algumas) e… VELHAS FAMÍLIAS DE ASSIMILADOS COLONIAIS!

 Martinho Júnior

 *******************************************


Da SIC | 10 Minutos com Luaty Beirão

Luaty Beirão diz que há cada vez menos medo e mais indignação em Angola, mas lamenta que a oposição não esteja à altura do desafio. O ativista esteve hoje na SIC Notícias e garante que o "Grupo dos 15+2" continua ativo.

Há um ano, ainda cumpria uma pena de prisão de 5 anos e meio, acusado de "actos preparatórios de rebelião e de integrar uma associação de malfeitores".

A greve de fome de 36 dias, que cumpriu na cadeia, ganhou dimensão internacional e causou desconforto ao regime de Luanda. Para além de Luaty, outros 16 activistas cumpriam pesadas penas de prisão por se terem juntado para debater um livro sobre formas de transição pacífica de poder. Contra todas as expectativas, Luaty Beirão e os outros ativistas foram libertados pouco tempo depois.

Agora, com as eleições à porta, Luaty assume que não vai votar para não participar naquilo que considera ser uma farsa. Teme que se Eduardo dos Santos não resistir até às eleições deste verão, para entregar a chave do país, Angola possa enfrentar um golpe de estado.

Sobre a recente retirada da SIC Notícias e da SIC Internacional África de duas distribuidores de televisão em Angola, o ativista diz "que o argumento financeiro não colhe" e que "a SIC incomoda".

Nas fotos: CLUB BILDERBERG, SEGUNDO ESTULIN; OP GLADIO CONTINUA TAMBÉM EM ÁFRICA; FPM; LUATY BEIRÃO.


Angola | VICE-PRESIDENTE | MANUEL VICENTE SABERÁ DIA 21 SE SERÁ JULGADO



O despacho que vai decidir se os arguidos da ‘Operação Fizz’ vão a julgamento foi hoje marcado para dia 21 de Junho pela juíza de instrução Ana Cristina Carvalho. Nesse dia se saberá, presume-se, se Manuel Vicente, vice-presidente de Angola, e Orlando Figueira serão julgados.

No final do debate instrutório, que decorreu no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, o Ministério Público pediu que fossem a julgamento todos os arguidos, incluindo o vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, e o procurador Orlando Figueira.

O Ministério Público pediu que fossem pronunciados pelos factos constantes na acusação, tendo os advogados de defesa arguido a nulidade pelo facto de o vice-Presidente de Angola não ter sido notificado da acusação.

A ‘Operação Fizz’ investigou o recebimento de contrapartidas por parte do magistrado do MP Orlando Figueira, suspeito de favorecer interesses de terceiros, em dois processos.

Orlando Figueira está acusado de corrupção passiva, branqueamento de capitais (em co-autoria com os outros três arguidos), violação de segredo de justiça e falsificação de documento (em co-autoria com os restantes arguidos).

O vice-Presidente Angolano, à data dos factos presidente da petrolífera Sonangol, é acusado de corrupção activa (em co-autoria com os arguidos Paulo Blanco e Armindo Pires), de branqueamento de capitais.

Folha 8 | Lusa

DOS SANTOS | Relação autoriza investigação a filha de PR angolano por branqueamento de capitais



No acórdão a que a Lusa teve hoje acesso, e que confirma uma notícia avançada pela revista Visão, o TRL deu razão a um recurso do Ministério Público (MP) contra um despacho do juiz de instrução, de 13 de novembro de 2016, que declarou a incompetência absoluta dos tribunais para investigar factos praticados por um cidadão de outro país, nomeadamente de Angola, pelo que absolveu a filha do Presidente angolano.

Em causa, está um inquérito por suspeitas de branqueamento de capitais contra Welwitschea José dos Santos, também conhecida como "Tchizé", e outros-

Os juízes desembargadores da 5.ª secção do TRL decidiram ainda revogar "todas as apreciações efetuadas e declaradas" no despacho do TCIC, incluindo a consideração relativamente à insuficiência indiciária do crime de branqueamento e preenchimento deste tipo de crime, pelo que o MP pode agora retomar a investigação, que tem como assistente o ativista angolano Rafael Marques, e na qual foi denunciada Welwitschea José dos Santos.

Segundo o recurso do MP dirigido ao TRL, os factos em investigação prendem-se com relatos que sustentam a suspeita de que Welwitschea José dos Santos se encontraria a utilizar o sistema financeiro português para proceder à introdução camuflada na economia legítima de quantias por si obtidas através do desenvolvimento de atividade económica e negocial, em Angola, por via do exercício de influência indevida juntos dos órgãos decisores do governo angolano.

"Tal factualidade é passível, em abstrato, de consubstanciar a comissão, em Portugal, do crime de branqueamento", adianta o MP, precisando que o objeto dos "presentes autos prende-se com a análise dos movimentos financeiros que foram detetados, em instituições de crédito a operar em território português, envolvendo, entre outros, Welwitschea José dos Santos".

No recurso, o MP invocou ainda que o crime de branqueamento de capitais é punido ainda que os factos que integrem a infração subjacente tenham sido praticados fora do território nacional ou ainda que se ignore o local da prática do facto ou a identidade dos seus autores, sublinhando que esta "transterritorialidade" resulta da vinculação do direito português a regras europeias.

Em resposta ao MP, Welwitschea José dos Santos veio dizer que o inquérito do MP teve origem numa queixa do cidadão angolano Adriano Alfredo Teixeira Parreira, ex-embaixador de Angola junto de organizações internacionais, em Genebra, exonerado em consequência de práticas criminosas, do exercício daquela função, que culminaram na respetiva condenação, em 15 de março de 2000, pelo Tribunal Supremo de Angola, pelo crime de apropriação ilegítima de bens na pena de quatro anos de prisão e na obrigação de indemnizar o Estado angolano em 1.259.251,17 dólares norte-americanos.

Welwitschea José dos Santos sublinha que até ao presente "nunca foi constituída arguida" no inquérito e nota que a essência da questão diz respeito à "forma ilegal e discriminatória como o MP (...) pretende continuar a investigar em Portugal os factos integradores do `crime precedente´ alegadamente praticados em Angola quando está documentalmente provado nos autos o arquivamento, em Angola, dos processos emergentes de queixas apresentadas na Procuradoria-Geral da República de Angola" pelo assistente no processo.

A filha do Presidente de Angola lembra ainda que "não é sujeito passivo fiscal residente em Portugal" e que o MP "bem sabe e não ignora que nos autos inexiste a prática de qualquer ilícito prévio ou crime precedente" por si praticado.

"A recorrida [Welwitschea] não tem antecedentes criminais em Angola por crimes precedentes de branqueamento de capitais, nem processos-crime em investigação, de tal facto emerge automaticamente uma impossibilidade objetiva de verificação do tipo inerente àquele crime, pelo que não há, nem pode haver, crime de branqueamento de capitais", alegou ainda Welwitschea.

Da informação patrimonial recolhida no inquérito pelo MP relativamente a Welwitschea José dos Santos consta, entre outros, um prédio urbano, em Alcabideche, Cascais, no valor de 1.518.490,00 euros, um prédio urbano, em Oeiras e S. Julião da Barra, no valor de 222.891,21 euros, outro terreno urbano, também na mesma localidade, no valor de 225.812,13 euros e duas viaturas automóveis (Mercedes-Benz e Audi).

Os autos referem ainda que, quanto a Welwitschea, mais se apurou que a mesma era detentora de contas bancárias junto do Banco Santander Totta, sendo uma delas creditadas no valor de 150.000 euros e outra creditada em 19 de outubro de 2010 por uma transferência de 800.000 dólares norte-americanos provenientes do BPN (Banco Português de Negócios).

Como justificação para os fundos, foi invocada a atribuição de um "success fee" pela empresa "Westside Investiment, SA", da qual a Welwitschea José dos Santos é administradora.

FC // HB // LUSA

ENTREVISTA | Conflito na RDC: Que perigos para Angola?



O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas disse que há confrontos entre o exército nacional e grupos rebeldes da RDC. O professor Eugénio Almeida alerta para eventuais infiltrados entre os refugiados.

Geraldo Sachipengo Nunda, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, garantiu que as fronteiras de angola estão seguras, apesar do registo de confrontos entre forças de defesa nacional e grupos rebeldes da República Democrática do Congo (RDC). No entanto, pode haver alguns perigos, alerta Eugénio Costa Almeida, professor do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (CEI-IUL).

DW África: Quais são os principais perigos para Angola do ponto de vista militar?

Eugénio Almeida (EA): Mais do que propriamente termos conflitos que possam existir é: quem está a entrar em Angola sob a capa de refugiado? Isto vai parecer um bocadinho anti-refugiados, mas não é.

É que certas organizações, com interesses em desestabilizar determinadas regiões, não têm qualquer problema em colocar homens seus infiltrados entre os refugiados. Em termos de segurança das fronteiras, neste momentos as fronteiras que estão mais em causa são as do leste e estão seguras por causa das forças de defesa de Angola. Os infiltrados [podem] aproveitar-se da oportunidade que Angola dá, em determinadas zonas, de permitir o garimpo de ouro e diamantes nos rios, pode revitalizar os chamados diamantes de sangue e é aí que as forças armadas vão ter um grande papel. Porque juntamente a vinda de rebeldes congoleses poderá também despertar alguns sentimentos de rebeldia junto dos Tchokwés, nas Lundas, devido às atividades políticas do autodenominado Protetorado das Lundas.

DW África: Que papel Angola, enquanto presidente da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, pode ter na resolução do conflito na RDC?

EA: É um pouco difícil haver quem consiga resolver politicamente aquela questão na zona.

Terá que ser a União Africana e as Nações Unidas a determinarem um meio e um veículo que possa pôr fim a esta situação, porque o problema no Congo não passa só pelo Congo, mas também pelos vizinhos. Angola poderá ter um papel residual, apesar de ter uma voz forte na região.

Eugénio Costa Almeida
DW África: Segundo as Nações Unidas quase cinco mil refugiados já chegaram à Dundo, na Lunda Norte. E a ONU espera 50 mil até ao final deste ano. Quais as consequências da vaga de refugiados congoleses para Angola?

EA: Naturalmente, vai ter consequências do ponto de vista económico, pois sabemos que Angola passa por uma crise forte, nomeadamente económica. Angola vai precisar de apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Mas mesmo outro país, nas circunstâncias de Angola, não estaria preparado para receber o número de refugiados que de repente apareceu. E fala-se que poderá ascender a um milhão a breve prazo. Depois, as eleições levam um pouco do erário público nacional. Aqui Angola vai ter de gerir muito bem as suas finanças para poder dar a ajuda que os refugiados necessitam, carecem e têm direito.

Glória Sousa | Deutsche Welle

UK GO HOME | Theresa May enfrenta onda de contestação interna



Conservadores estão estarrecidos com o desastre da estratégia da primeira-ministra. Entretanto, Berlim faz saber que tem pressa nas negociações sobre o Brexit.

O Partido Conservador britânico está em completa ebulição: uma sondagem referida este fim-de-semana pela imprensa afirma que 59,5% dos conservadores aceitaria uma mudança de liderança, na sequência dos péssimos resultados das eleições antecipadas de 8 de junho passado, em que May trocou uma maioria absoluta por uma maioria simples. Mas a contestação não se fica por aqui: a forte pressão interna do partido já fez com que May tivesse de prescindir de dois dos seus mais próximos conselheiros – possivelmente os mais comprometidos com a decisão de avançar para eleições antecipadas.

May avançou rapidamente para uma coligação (ainda em estudo) com o Partido Democrático Unionista (DUP) irlandês e não colocou sequer a hipótese de não continuar à frente do partido. Mas o partido pode não ter assim tanta pressa, uma vez que sabe que a primeira-ministra aparecerá perante a União Europeia numa situação de fragilidade política que não agrada aos Conservadores.

Theresa May terá, por isso, uma semana difícil: gerir a formação do novo gabinete, ao mesmo tempo que tenta passar incólume pelas ondas de choque criadas no interior dos conservadores. May enviou Gavin Williamson, responsável pela disciplina parlamentar no Partido Conservador, a Belfast para negociar com o DUP os detalhes do acordo entre as duas formações, que deverá estar hoje em discussão em Londres.

Merkel com pressa

Entretanto, a chanceler alemã Angela Merkel quer que as negociações sobre o Brexit evoluam rapidamente: “estamos prontos para as negociações, queremos ser rápidos e que o calendário seja respeitado”, disse, à margem de uma visita oficial que efetuou ao México. Merkel salientou que os europeus estão prontos para as negociações e que por isso não vê razão para que elas não avancem rapidamente.

Merkel disse que, de qualquer modo, e com a saída dos britânicos da União Europeia, o governo de Berlim quer manter uma boa relação com Londres: “a Grã-Bretanha é parte da Europa; embora deixe de ser parte da União Europeia, continua a fazer parte da NATO e temos muitos desafios em comum”, enfatizou.

António Freitas de Sousa | Jornal Económico

VAROUFAKIS | Quando a “máscara de ditador maquiavélico” de Schäuble caiu



O homem que impôs as condições mais duras para o resgate da Grécia, o alemão Wolfgang Schäuble, foi movido na estratégia de Angela Merkel e viria a revelar-se "impotente para fazer o que achava que devia ser feito". É Yanis Varoufakis que conta a história das negociações intensas em 2015.

A maioria dos europeus provavelmente desconhece, mas a história do resgate grego não só se fez de avanços e recuos. Pelo meio ficou por contar a história de um acordo secreto feito pela chanceler alemã, Angela Merkel, que viria a revelar uma nova face ao “ditador maquiavélico”, Wolfgang Schäuble.

Essa história é contada pelo antigo ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, no seu livro “Adults In The Room: My Battle With Europe’s Deep Establishment”, e citada pelo jornal ‘Público’ desta segunda-feira.

Schäuble, o homem que tutela com mão firme a pasta das Finanças na Alemanha, e que foi uma das vozes mais críticas ao apoio financeiro à Grécia, viria mostrar pela primeira vez ser um homem poderoso e de rosto duro, “impotente para fazer o que achava que devia ser feito”,  segundo afirma Varoufakis.

Estavamos então em fevereiro de 2015. O Governo grego, liderado pelo então recém-eleito Alexis Tsipras, apelava à União Europeia uma alteração aos termos do memorando da troika, sob o argumento de que havia sido para isso que foi eleito e a Grécia se encaminhava perigosamente para o beco sem saída da falência.

Durante um telefonema com Alexis Tsipras, Angela Merkel deu o ‘okay’ para que fosse feito um esboço para a extensão do prazo de financiamento à Grécia, que “substituiria o atual acordo”. A medida da chanceler vinha opor-se à ideia defendida veementemente por Wolfgang Schäuble, que entendia que o programa de assistência financeira era para cumprir, como estava, até ao fim.

TAP | LACERDA MACHADO: “NÃO TENHO VERGONHA”



Diogo Lacerda Machado responde às críticas de Passos Coelho 

Diogo Lacerda Machado responde às críticas feitas por Passos Coelho. O presidente do PSD defendeu que o governo nomear para administrador da TAP “o mesmo homem que andou a negociar a reversão” da privatização é “uma pouca vergonha”.

Lacerda Machado respondeu já às acusações de Passos Coelho. “Não tenho vergonha. Tenho imenso orgulho naquilo que ajudei a fazer. Foi com sentido de serviço público”, diz Diogo Lacerda Machado, em declarações ao Expresso.

Passos Coelho defendeu que este processo é “uma pouca vergonha, não tem outra classificação. E fica tão mal a quem nomeia como a quem aceita”.

O presidente do PS, Carlos César, respondeu às críticas e considerou que "grave, perverso e uma pouca-vergonha é o que aconteceu nos tempos de governo do PSD, quando, governantes, após privatizações, foram, por exemplo, nomeados pelos privados para empresas como a EDP e a ANA".

Jornal i

PORTUGAL | Que emprego se está a criar



Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Os portugueses já ouviram a afirmação mil vezes, em discursos políticos e também em declarações de empresários: Portugal não pode seguir um modelo de crescimento - e eu acrescento, e de desenvolvimento - assente em baixos salários e emprego precário. Será esta a realidade no mundo do trabalho? Que precauções e medidas de política devem ser implementadas para que a bota dê com a perdigota?

Num contexto de incremento da atividade económica e de significativo crescimento do emprego - que é possível manter e acelerar - é crucial saber se o tipo de emprego que está a ser criado nos afasta ou aproxima de um horizonte de desenvolvimento. Para tal, é necessário dispor de informação segura sobre o emprego que está a ser criado. Foi o que fez o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, através do Observatório sobre Crises e Alternativas, publicando há dois dias um estudo (o JN fez-lhe destacada referência), intitulado "Novo emprego. Que emprego?"1 , que analisa exatamente o "novo emprego". Sem secundarizar qualquer fonte estatística disponível, o autor do estudo utilizou, pela primeira vez, uma base de dados "produzida a partir dos descontos feitos para o Fundo de Compensação do Trabalho e o Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho", criados em outubro de 2013, conseguindo com ela caracterizar muito melhor a natureza dos vínculos contratuais e as tendências de persistência ou volatilidade com que cada tipo de contrato se apresenta, bem como identificar as remunerações aplicadas.

As três constatações fundamentais a que chega a partir das características dos 3 343 255 contratos celebrados entre novembro de 2013 e maio de 2017, são preocupantes: i) existe uma "tendência para a redução do peso dos contratos permanentes na estrutura do emprego"; ii) observa-se "uma miríade de tipos de contratos não permanentes, de baixa duração, muitos deles temporários e/ou de horários parciais, em permanente rotação para o mesmo posto de trabalho ou até para o mesmo trabalhador"; iii) constata-se uma tendência de degradação da remuneração do trabalho", que só não foi mais acentuada porque o aproximar das eleições legislativas de 2015 e os compromissos do atual Governo propiciaram três aumentos do salário mínimo nacional (SMN).

A BOMBA “EN MARCHE” E O PASSOS COELHO SEMPRE DESPROVIDO DE VERGONHA



Os franceses andam à rasquinha. Uns não sabem em quem votar porque a descredibilidade que envolve os partidos políticos e os políticos na generalidade é evidente, outros votam naquilo que consideram o mal menor em busca de um salvador ou de uns quantos salvadores. Os primeiros, nestas eleições de ontem de primeira volta em França, ultrapassaram a metade dos eleitores. Os outros, menos de metade registados nos cadernos eleitorais, lá foram ao sacrifício e apostaram maioritariamente no partido do recém-eleito presidente da República, Macron. Assim temos o En Marche como partido mais votado depois de Macron ter sido eleito. Preocupante é o facto de os eleitores franceses andarem mesmo à rasquinha. Pela parte dos políticos parece que não se ralam grande coisa com isso embora digam o contrário. O Partido Socialista francês já foi. Hollande deixou-o todo partido, escavacado. Acontece. Acontece principalmente quando num dito partido socialista põem a chefiar os não socialistas, nem um bocadinho socialistas. No PS de Portugal também vai acontecendo isso. Veio agora Costa salvar o partido. Mas só mais lá para a frente, no tempo, chegaremos à conclusão se de facto tal aconteceu. Socialista lá pelo PS há já muito poucos. A começar por Assis e os das suas faldas.

São as eleições francesas que abrem o Curto de hoje, elaborado pelo grande Nicolau Santos. Não dá para ignorar o que ele escreve. E chama bomba a Macron, atual PR francês. Oh diacho! Referir bombas em França é problemático, meu caro. O melhor é revistar o “menino” Macron. De tão jovem que é merece o epíteto. Facto é que, como diz Nicolau, o “menino” Macron teve uma ascenção espetacular, a fazer lembrar os esfomeados que por entre toneladas de carne podre tudo fazem para selecionar a menos podre. É assim a vida e a luta pela sobrevivência da democracia mais ou menos. O mal menor talvez esteja no Eliseu… com Macron. Talvez. No Parlamento talvez esteja melhorzinho com o En Marche. Talvez.

“Para compreender melhor o que se está a passar em França” Nicolau sujere leituras de uns quantos da nossa praça das letras. Vão nessa. Claro que eles são do sistema e até podem estar a produzir visões inquinadas. Mas ler faz bem, mesmo que não se coadune com o certo ou errado. São visões e opiniões. Válidas, como qualquer outra. Vá nessa.

Nesta prosa do Curto vem aí a Theresa May. Depois o Trump. Escrevendo bem e depressa basta dizer que na Europa e nos EUA até parece que existem só políticos de merda. Desculpem lá o desabafo mas é o que nos dão a ver e sentir.

Portugal. Temos um exemplo flagrante num danoso Passos Coelho que se diz social-democracta. Mas é isso o tanas e o badanas. Neste fim-de-semana, a propósito da nomeação de um “chefão” para a TAP (pelo governo) o descarado e mentiroso compulsivo que é esse tal Passos declarou que o PS, ou Costa, ou o governo, ou todos, menos ele e seus capangas, deviam ter vergonha. O tipo é mesmo um descarado de primeira apanha das coisas podres. Eis que ele é que nem sabe o que é isso de vergonha. Nem sabe o que é isso de honestidade, de verdade. Com tanta aleivosia talvez possamos considerar que o sujeito não bate bem da bola. É triste que os portugueses tenham chegado ao ponto de votarem e elegerem um doente mental para um cargo de suma importância. Pois. Mas o pior já passou, ele já está como há-de ir, com os pés para a cova funda dos desastrados políticos… Talvez. Mas nunca fiando. O tipo é mesmo um safado da política que obstinadamente se mantém à tona, mais que não seja para fazer jorrar trampa quando abre a boca. Adiante, que se faz tarde.

Agora por isso, terminemos. Hoje há marchas dos santos populares. Amanhã há mais… Curto Talvez. Siga para continuar a ler este Curto do Nicolau. Vá nessa.

MM | PG

Mais lidas da semana