O CNRT, segundo partido
timorense, disse ontem ao Presidente da República que está preparado para
liderar, com o apoio das restantes forças da oposição, um novo Governo para
ajudar a resolver o impasse político no país.
"O senhor Presidente vai
pronunciar-se com base nas várias opções, mas o CNRT sugeriu ao senhor
Presidente convidar o segundo partido mais votado, com o apoio da Aliança de
Maioria Parlamentar (AMP), a formar o VIII Governo", disse aos jornalistas
Dionísio Babo, responsável da Comissão Diretiva Nacional (CDN) do Congresso
Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT).
"Nós garantimos que em menos
de dois meses ou num mês teremos completados todos os requisitos necessários -
formação de Governo, lei orgânica e programa - para depois poder apresentar, um
mês depois o Orçamento Geral do Estado de 2018" (OGE), afirmou.
Babo falava aos jornalistas
depois de uma delegação do CNRT ser recebida pelo Presidente da República,
Francisco Guterres Lu-Olo, que hoje ouve os partidos com assento parlamentar
antes de tomar uma decisão para resolver o impasse político do país.
Além de Babo, a delegação incluía
Francisco Kalbuadi, secretário-geral do Partido, Arão Noé, chefe da bancada do
CNRT no Parlamento Nacional e a deputada Albina Marçal.
Questionado sobre se o partido
está confiante em melhorar os resultados obtidos em 2017, Babo foi lacónico:
"Absolutamente", escusando-se a confirmar se o partido irá ou não em coligação
pré-eleitoral no caso de eleições antecipadas.
"Qualquer que seja a decisão
do Presidente nós respeitamos e vamos cumprir. Ainda não discutimos
especificamente sobre outras questões, veremos qual será a melhor medida para o
futuro", disse Babo.
Arão Noé considerou que a solução
de demissão do Governo e convite ao CNRT é melhor para o país, para evitar
alargar durante mais meses a situação atual.
"O senhor Presidente pode
dissolver o parlamento ou demitir o Governo. Se dissolver o parlamento
convocará eleições antecipadas, se demitir o Governo a AMP está pronta para assumir
o Governo. Se formos para eleições, o Estado estará sem OGE 2018, e isso terá
impacto económico, financeiro e politico. Cabe ao senhor Presidente chegar a
uma conclusão e a uma decisão", afirmou.
"Respeitaremos qualquer
cenário", disse, escusando-se a confirmar se o partido ajudará a
viabilizar os necessários levantamentos do Fundo Petrolífero para pagar as
contas públicas, no regime de duodécimos, até à situação estar resolvida.
Xanana Gusmão, presidente do
CNRT, está ausente de Timor-Leste desde 11 de setembro e participa a partir de
segunda-feira em mais uma ronda de negociações com a Austrália e com empresas
petrolíferas sobre a delimitação de fronteiras marítimas e uma decisão sobre o
formato de exploração dos campos de gás natural de Greater Sunrise.
Lusa | em SAPO TL
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