Primeiro-ministro de Israel
exibiu fragmento de suposto drone iraniano, abatido na última semana (10/02);
Netanyahu acusa Irã de usar equipamento para espionar seu território
A Conferência de Segurança de
Munique teve um momento teatral neste domingo (18/02) quando o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez uma série de acusações ao
ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif.
Exibindo à plateia fragmentos de
um drone supostamente iraniano e proveniente da Síria, derrubado na semana
passada quando sobrevoava Israel, Netanyahu advertiu: "vamos intervir, se
necessário, não só contra aliados do Irã, mas contra o próprio Irã". O governo
de Teerã apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, na guerra civil que já
deixou mais de 340 mil mortos em sete anos.
Perguntando ao chanceler iraniano
se ele reconhecia o equipamento, Netanyahu ainda lançou um ataque pessoal
contra Zarif, acusando-o de ser capaz de "mentir com eloquência".
Israel afirma ter derrubado o
drone quando o aparelho espionava seu território. Em represália, as forças
israelenses teriam destruído a base militar na Síria de onde o drone teria
decolado. Porém, foi nessa operação que um caça F-16 israelense foi
abatido na Síria, deflagrando bombardeios contra alvos sírios e iranianos no
país em guerra.
"O Irã procura dominar o
mundo através da agressão e do terrorismo, desenvolvendo mísseis balísticos
para atingir a Europa e os Estados Unidos também", acusou o israelense.
"Na minha opinião, o Irã é atualmente a maior ameaça para o mundo",
acrescentou Netanyahu. O premiê advertiu que "não deixará o terrorismo
sufocar os israelenses", acrescentando que o regime de Teerã terá armas
atômicas em pouco mais de uma década.
Esse primeiro confronto declarado
entre Israel e Irã no terreno de guerra sírio provoca temores de uma escalada
do conflito, mesmo se até agora os dois países tentaram evitar uma guerra
aberta.
Netanyahu estabeleceu paralelos
entre o acordo nuclear do Irã, negociado com as grandes potências, e o acordo
de Munique de 1938, assinado para apaziguar o líder nazista Adolf Hitler.
"Um acordo para apaziguar, como há 80 anos, só tornou o regime mais
determinado e a guerra mais provável. O acordo nuclear com o Irã é o início da
contagem regressiva para um arsenal nuclear iraniano", insistiu.
Zarif reage
Em sua intervenção, depois da
fala do israelense, o ministro iraniano referiu-se à fala de Netanyahu como
"um circo caricatural que sequer merece a dignidade de uma resposta".
Novo pico de tensão na Faixa de
Gaza
Enquanto netanyahu está na
Europa, a situação é tensa entre palestinos e israelenses na Faixa de Gaza.
Dois adolescentes palestinos
morreram atingidos por disparos israelenses nas proximidades de Rafah. No
sábado (17/02), Israel iniciou uma campanha de bombardeios contra 18 alvos
controlados pelo Hamas, no poder em Gaza. A operação israelense foi uma
resposta à explosão de uma bomba que feriu quatro militares israelenses na
fronteira.
Opera Mundi | Publicado originalmente na RFI Brasil
Opera Mundi | Publicado originalmente na RFI Brasil
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