A ministra holandesa do Comércio
Exterior e Cooperação para o Desenvolvimento, Sigrid Kaag, foi nomeada chefe
interina do Ministério das Relações Exteriores após o ex-chanceler Halbe
Zijlstra ter se demitido por inventar um encontro com Vladimir Putin.
Anteriormente, Halbe Zijlstra
admitiu em entrevista ao jornal Volksrant não ter participado de uma reunião com o
presidente russo em 2006, durante a qual Putin teria dito que considerava
Bielorrússia, Ucrânia, países Bálticos e Cazaquistão como parte da "Grande
Rússia".
Segundo o diplomata, ele soube
das afirmações de Putin de um colega seu e mentiu para não comprometer o
verdadeiro participante do encontro. Após a confissão, Zijlstra decidiu deixar
o cargo.
Mais tarde, foi informado que
além de inventar um encontro com Putin, o ex-chefe da diplomacia holandesa
interpretou mal as palavras do líder russo.
Ex-dirigente da petrolífera Shell, Jeroen van der Veer, afirmou que foi ele quem participou do encontro com Putin e afirmou nunca ter dito o que Zijlstra falou sobre a ideia expansionista do presidente russo. De acordo com Veer, Putin disse que "historicamente a 'Grande Rússia' é maior do que a Rússia atual", mas Zijlstra interpretou como o desejo de Putin de influenciar nos territórios ex-soviéticos.
A embaixada da Rússia na Holanda,
por sua vez, declarou que o incidente em questão é um assunto interno da
Holanda, mesmo assim Moscou acredita que as supostas "ambições
expansionistas" da Rússia não passam de falsas notícias.
Segundo um comunicado da embaixada,
as tentativas de atribuir à Rússia "ambições da Grande Rússia"
são infundadas e só podem vir "daqueles que estão interessados em mostrar
a Rússia como um inimigo […] e que está expandindo a infraestrutura da OTAN
para o leste, provocando um confronto militar".
Em 14 de fevereiro, Zijlstra
deveria ter se encontrado com seu homólogo russo, Sergei Lavrov, mas devido ao
incidente a reunião foi adiada.
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