Díli, 09 abr (Lusa) - Um número
recorde de eleitores, mais de 790 mil, vai poder votar nas eleições
legislativas antecipadas de 12 de maio em Timor-Leste, dos quais mais de 30 mil
foram somados aos cadernos eleitorais desde o sufrágio de junho de 2017.
Os dados provisórios foram hoje
revelados por Acilino Manuel Branco, diretor-geral do Secretariado Técnico da
Administração Eleitoral (STAE), que explicou à Lusa que dos 30 mil novos
eleitores, cerca de 3.000 foram acrescentados nos cadernos eleitorais na
diáspora.
"Apesar de haver um período
curto de recenseamento tivemos muito interesse e temos mais de 30 mil novos
eleitores", disse Acilino Manuel Branco.
Em entrevista à Lusa, o
diretor-geral afirmou que o aumento de eleitores é positivo.
"É um sinal positivo de que
poderemos ter mais participação, mas o importante agora é que todos cumpram a
sua parte, incluindo informação cívica aos eleitores, para que todos vão votar",
sublinhou.
Acilino Manuel Branco adiantou
que os preparativos para o voto continuam a decorrer.
Hoje, equipas do STAE continuavam
a preparar material, incluindo cartazes com informação sobre o voto, para
distribuir em Timor-Leste e pelos países onde se poderá exercer o direito de
voto no estrangeiro.
"Está quase tudo a postos.
Estamos a ultimar a preparação do material não sensível, incluindo urnas e
tinta, que já começámos a distribuir pelos municípios. Devem chegar em breve
urnas através do apoio do Governo chinês", acrescentou.
Cerca de 12 mil pessoas - a somar
aos funcionários permanentes do STAE - estão envolvidos no processo eleitoral,
com 30 a nível nacional, em Díli, e igual número em cada uma das capitais de
município e no enclave de Oecusse-Ambeno, para a coordenação.
Somam-se 130 funcionários em cada
um dos 67 postos administrativos do país que farão a ligação entre os
municípios e os sucos (equivalente a freguesias).
Estão ainda destacadas brigadas
de cerca de 837 pessoas por cada centro de votação e mais dez por cada estação
de voto. Somam-se a este valor os funcionários que acompanharão o processo na
diáspora, nomeadamente na Austrália, Coreia do Sul, Reino Unido e Portugal.
No que se refere aos boletins de
voto, o modelo vai ser debatido num encontro na terça-feira, primeiro dia de
campanha, com responsáveis do STAE e os pontos focais dos partidos e
coligações, antes de documento ser aprovado em conjunto com a Comissão Nacional
de Eleições (CNE).
Os boletins de voto começam a ser
imprimidos, previsivelmente, na quarta-feira na Gráfica Nacional, num processo
que deverá prolongar-se durante várias semanas.
"A lei define que se devem
imprimir um total de boletins que equivale ao número de eleitores mais 10%. Ou
seja, com a atual base de dados de cerca de 790 mil eleitores, deveremos
imprimir cerca de 870 mil boletins de voto", esclareceu Acilino Manuel
Branco.
O recenseamento já fechou e agora
decorre a verificação das listas - que serão corrigidas nas próximas 48 horas -
antes dos dados serem comunicados à CNE que os publicará até ao final da semana
em conjunto com a informação sobre os centros e locais de votação.
Uma das preocupações das
autoridades eleitorais é o acesso a alguns dos locais de votação, especialmente
em zonas mais remotas ou cujos acessos tenham sido danificados devido ao mau
tempo.
O responsável do STAE disse que
técnicos no terreno comprovaram já as situações de potenciais problemas tendo
já previsto, por exemplo, funcionários que possam ajudar a transportar o
material necessário para a votação.
"A informação sobre
problemas foi comunicada aos ministérios relevantes e já foram feitas algumas
intervenções no terreno e, por isso, conseguimos garantir que eventuais
problemas nos centros de votação serão resolvidos", assegurou.
Contudo, "porque não se
podem dar garantias a 100%", há medidas de contingência, incluindo pessoas
pagas para transportar o material, disse o secretário-geral.
O voto este ano terá menos
observadores internacionais que em 2017, em particular porque organismos internacionais,
incluindo a União Europeia (UE) não tinham este processo eleitoral orçamentado.
"Ainda assim já temos
pedidos de observadores internacionais e nacionais. Os jornalistas também já
começaram a acreditar-se. A Lusa foi o primeiro órgão de informação
internacional a pedir a acreditação. Esperemos que se juntem outros",
referiu.
Nas legislativas de 2017 os
764.858 eleitores tinham disponíveis 1.121 estações de voto em 859 centros de
votação.
A campanha para as eleições de 12
de maio, a que concorrem oito partidos e coligações, começa na terça-feira e
decorre até 09 de maio.
ASP // SR
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