Conflito opõe rebeldes xiitas
houthis, apoiados pelo Irã, e forças leais ao governo, apoiadas pela coalizão
internacional liderada pela Arábia Saudita. Em quatro anos, país foi arrasado
pela guerra.
O conflito no Iêmen é uma das
guerras por procuração que, no Oriente Médio, opõem a Arábia Saudita (sunita) e
o Irã (xiita), as duas maiores potências regionais. Suas
origens estão na Primavera Árabe, em 2011.
Enquanto o Irã apoia os rebeldes
houthis, que são xiitas, a Arábia Saudita lidera uma coalizão internacional que
apoia as tropas do presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que tenta recuperar o
controle sobre o país.
Em setembro de 2014, os houthis
assumiram o controle da capital, Sanaa, e de outras regiões, principalmente no
norte e no oeste. Eles expulsaram Hadi, que foi buscar refúgio na Arábia
Saudita, e o obrigaram a transferir o governo para Aden, no sul.
O conflito se acirrou ainda mais
em 2015, quando a Arábia Saudita e seus aliados sunitas iniciaram uma campanha
aérea para impedir os avanços dos houthis, principalmente rumo a Aden.
Em novembro de 2017, a Arábia Saudita
impôs um bloqueio ao Iêmen, em resposta a um ataque dos houthis ao aeroporto de
Riad. Os rebeldes frequentemente disparam mísseis contra alvos no reino sunita,
segundo eles, em resposta à intervenção saudita no Iêmen.
A guerra, que já dura quase
quatro anos, arrasou o Iêmen, um dos países mais pobres do mundo árabe. Segundo
as Nações Unidas, o Iêmen enfrenta hoje a pior crise humanitária do planeta.
Mais de 22 milhões de pessoas
necessitam de ajuda humanitária. A comida é escassa, em parte por causa do
bloqueio saudita ao país. Uma epidemia de cólera afetou 1 milhão de pessoas,
segundo estimativas internacionais.
Desde o início dos ataques aéreos
sauditas, em março de 2015, quase 10 mil pessoas foram mortas no conflito e
outras 55 mil ficaram feridas. A infraestrutura do país foi destruída, assim
como o seu sistema de saúde. A coalizão é frequentemente acusada de atacar
alvos civis.
A intervenção da Árabia Saudita
na guerra do Iêmen é largamente atribuída ao príncipe herdeiro Mohammed bin
Salman, filho do rei Salman. MBS, como é conhecido, vê no Irã o principal rival
da Arábia Saudita e, depois que passou a dar as cartas no reino, adotou uma
política externa agressiva, que inclui as intervenções no Iêmen e na Síria e o
isolamento do Catar.
A coluna Zeitgeist oferece
informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade,
permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias que ele
recebe no dia a dia.
Alexandre Schossler | Deutsche
Welle
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