O título a seguir é: "SPA quer
restos mortais de Zeca Afonso no Panteão Nacional". A SPA quer? Mas a SPA agora
virou ditadora por representar a burguesia cantante e mais ou menos bem-vivida,
ou a mesma mas da escrita, da poesia, e por aí adiante? Ao que isto chegou. A
SPA quer?
Zeca Afonso não ia querer algumas
das más companhias que ‘moram’ por lá, no panteão. Jorge Letria, o presidemte
daquilo, SPA, sabe muito bem isso. A família já declarou que não quer Zeca no
panteão mas sim onde ele quis estar após se finar, em campa rasa. Pois é. Mas a
SPA quer. Quer? E isso basta? Zeca não é Amália, a espampanante, a vedeta, o feijão frade com duas caras.
Na SPA há muito poucos que
cheguem aos calcanhares de Zeca Afonso, pela coerência e muitas outras
qualidade que aquele ser humano possuía. O senhor Letria que se deixe de
coisas, Zeca não é da laia das tias de Cascais, aquelas lá da ‘linha’. Letria sabe isso
muito bem. Só tem de o respeitar e deixar esta “guerra” para fazer valer a sua
vontade e de mais alguns dos seus associados, se é que é assim. Nunca se sabe,
as pessoas mudam e já vimos muitos revolucionários darem em democratas da treta
e desses também só vai um saltinho pequenote para pequenos ditadores.
Honrar o Zeca não é na porcaria
do panteão de más companhias, honrar o Zeca é respeitar os princípios por que
ele se regia. ‘Letria’, popularmente, é uma massa. Jorge Letria está a ser
massudo com esta obstinação. Ele e muitos burgueses doentios que por lá vagabundeiam.
Podem ter valor cultural, indiscutivelmente, mas como pessoas têm os seus quês - até
de classes que o Zeca combatia com todas as suas ganas.
Zeca preferia ser um maltês em
vez de um burguês. Se alguém tem algum peso na consciência e agora está
invadido por remoques hipócritas… Tivessem-no tratado bem em vida. Agora deixem-no
repousar em paz, que merece, em campa rasa, como expressou ser seu desejo. (MM
| PG)
SPA quer restos mortais de Zeca
Afonso no Panteão Nacional
O corpo do músico está sepultado
no Cemitério de N. S. da Piedade, em Setúbal. Sociedade
Portuguesa de Autores promete lutar por transladação para o
Panteão Nacional, para honrar "figura marcante".
A Sociedade Portuguesa de Autores
(SPA) propôs, esta terça-feira, que os restos mortais do músico José Afonso
(também conhecido por Zeca Afonso), "uma das figuras mais marcantes da
história da vida cultural e artística portuguesa", sejam trasladados para
o Panteão Nacional.
"É este o tributo e é esta
homenagem que Portugal deve a quem como mais ninguém o soube cantar em nome dos
valores da liberdade, da democracia, da cultura e da cidadania", lê-se num
comunicado divulgado.
A SPA "assume publicamente o
compromisso de lutar por este legítimo e inadiável ato de consagração que
deverá coincidir com os 90 anos do nascimento [de José Afonso] e com os 45 anos
do 25 de Abril".
A SPA acrescenta que "Zeca
Afonso é uma das figuras mais marcantes da história da vida cultural e artística
portuguesa que influenciou as gerações que se seguiram à sua, tanto do ponto de
vista artístico como do político e do moral".
"Além do compromisso que
assumiu com as suas canções na luta pela liberdade e pela democracia, tendo
estado preso em Caxias em abril e maio de 1973, Zeca Afonso merece ter a sua
obra preservada e edições que representem o seu extenso e inigualável repertório",
justifica.
"Estatuto de património
cultural"
No último ano, no âmbito dos 30
anos da morte de José Afonso (1929-1987), debateu-se o facto de ser
desconhecido o paradeiro das bobinas originais de gravação de José Afonso. Na
altura, o Ministério da Cultura afirmou que era "importante a
preservação" do património fonográfico de José Afonso e disse estar a
"apurar o paradeiro das gravações".
Também na mesma ocasião, a SPA
realçou a "urgência da reedição da obra" de José Afonso, questão
sobre a qual alertou o ministro da Cultura, para que obtenha o "estatuto
de património cultural".
"O presidente da SPA [José
Jorge Letria] propôs ao ministro da Cultura [Luís Filipe Castro Mendes] uma
intervenção no sentido de se assegurar a competente e adequada reedição da obra
discográfica, por se tratar de uma referência obrigatória da nossa vida
cultural e cívica", indicou a SPA.
No comunicado agora emitido, a
SPA reclama, em nome dos autores portugueses, a trasladação dos restos mortais
de José Afonso, sepultados em campa rasa no Cemitério de N. S. da Piedade, em Setúbal.
A SPA volta a recordar a obra do
autor de "A Morte Saiu à Rua" e defende a sua
"preservação", "em articulação com os herdeiros de José
Afonso", "contra a negligência e incapacidade dos editores que a deixaram
gravemente dispersa e abandonada".
"Zeca Afonso é um símbolo
que nunca poderá ser esquecido ou ignorado, embora nunca se tenha batido por
atos de consagração e de reconhecimento. Devem ser hoje as novas gerações a
aplaudir e a louvar a obra do homem que deixou uma marca perene e profunda na vida
cultural e cívica de Portugal", remata a SPA.
Lusa/TSF
Sem comentários:
Enviar um comentário