É a
conclusão a que chega Juvenal Rodrigues, jornalista são-tomense e Presidente da
Associação dos Jornalistas de São Tomé e Príncipe. “Primeiro-ministro Patrice
Trovoada mentiu”.
Para o Presidente da Associação
dos Jornalistas de São Tomé e Príncipe, o tempo encarregou-se de confirmar a
mentira dita pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada no mês de Setembro do ano
2016.
«Há alguns jornalistas que vejo
aí, e que gostam de falar de liberdade de imprensa e são jornalistas cuja
opinião muitas vezes choca com o governo.. … Nós estamos a fazer um trabalho de
recolha de armas. Como é que um jornalista recebe na presidência da República
para seu uso pessoal uma arma de guerra. É jornalista? É independente? O quê
que ele é? É mercenário? é jornalista? é o quê?», afirmou Patrice Trovoada
em declaração a Rádio e Televisão do Governo, no mês de Setembro de 2016.
Logo a seguir a transmissão da
entrevista do primeiro-ministro, a Associação dos Jornalistas foi a
Procuradoria Geral da República, e solicitou ao Procurador Geral para
investigar e esclarecer a grave acusação. «Até hoje, aquela instituição não se
pronunciou sobre o pedido, apesar da insistência feita. Assim sendo, só há uma
conclusão:o chefe do governo mentiu, difamou, o que também é crime! Patrice
Trovoada não tinha necessidade de fazê-lo, porque tem todos os meios para
apurar a veracidade de uma informação dessa natureza, antes de fazer qualquer
declaração pública. E nem veio publicamente desculpar-se pelo erro intencional»,
pontuou Juvenal Rodrigues, Presidente da AJS.
Na denúncia feita em Setembro de
2016, o Primeiro Ministro, acrescentou que «não vou citar o nome. Portanto é
preciso fazer-se um trabalho com um jornalista que recebe uma arma da
presidência da República, para quê? Não vale a pena citar o nome. São práticas
que me deixam duvidoso sobre a independência de muitos jornalistas».
O Presidente da Associação dos
Jornalistas de São Tomé e Príncipe, retomou o apelo para que o ministério
público esclareça a denúncia feita por Patrice Trovoada contra os jornalistas
em Setembro de 2016, na mesma altura em que o Primeiro Ministro, voltou a
chamar os seus jornalistas da Rádio e Televisão do Governo no mês de junho de
2018, para denunciar outra alegada acção armada desta vez contra a Águia.
«Quando se ouve e se vê as
declarações oficiais sobre a alegada “tentativa” (?) de assassinato de uma
“Águia” com um tiro na cabeça com o objectivo de subverter a ordem
constitucional a poucos meses das eleições, convém recordar que em 2016, o
senhor primeiro-ministro, Patrice Trovoada, acusou publicamente numa das suas
“conversas em família” transmitidas pelos medias estatais que certos jornalistas
receberam “arma de guerra” da Presidência da República». referiu o
Presidente da AJS.
Para a Associação dos Jornalistas
de São Tomé e Príncipe, a mentira tem pernas curtas.
Abel Veiga | Téla Nón
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