Bom dia e boas festas... aos quadrúpedes. O glorioso anda pelas ruas da amargura. Era de prever que o Curto de hoje abria e alongava-se com o Drama da Luz, do Benfica. Previsão certinha e direitinha.
O Benfica em camisas de onze varas. O Benfica. O Benfica. Quando não é o Benfica é o Trump. Esta é mesma uma época idiota para os jornalistas. Coitados, não há notícias. Dizem eles, do alto das suas cadeiras lá pelas redações em vez de as procurarem, as notícias, os casos, o que acontece no quotidiano fora da redação. Bem, mas isso é praxe mais que velha... Já cansa.
Repetido: o Benfica está lixado? Não. "Podem ter toda a confiança porque o Benfica não cometeu nenhuma ilegalidade..." Palavras aproximadas de Vieira, ontem à noite, numa conferência de imprensa a uma só voz. É capaz de ser verdade. Pois.
Então está bem. Dizemos nós. Depois logo se vê. Toda a confiança? Ora, onde há milhões existem também possibilidades de nas ilhargas haver mais intrujões. Vieira... que não. Olhe que não, Vieira. Hem?
E no Sporting? Nada? Pois. Deve estar para sair... Assim como no Porto, carago! Não. Dizem os Sousa Cintra e os Pinto da Costa. Então está bem. Logo se vê. Dizemos.
Sem mais palha na manjedora vamos dar espaço ao servidor do Curto no Expresso, Bernardo Ferrão. Ferroadas é com ele. Bzzzz. Inté. Divirtam-se, porque precisam. Até porque aquele futebol já nem é desporto mas sim uma máquina infernal de cambalachos e de fazer dinheiros. UEFAs, FIFAs e por aí adiante. Onde há milhões há intrujões e ladrões. Pois. É o que nos ensina a experiência, a vivência, o que nos fere os olhos, o raciocinio, a alma, a decência e honestidade que lhes falta. A quem? Ora...
Bom dia. Sirva-se da borrasca da Luz que não é futebol. Os estádios da podridão dão-lhe as boas-vindas. Dão? Não, vendem bilhetes. Assim é o tal vício dos caça milhões do "desporto".
E depois tudo pode muito bem ficar em águas de águia, de dragão, de leão, de outros que estão no jogo e nos campeonatos das mentiras e desonestidades. Pois. (MM | PG)
Bom dia este é o
seu Expresso Curto
Vieira "autorizava e aceitava" e "nunca impediu"
Bernardo Ferrão | Expresso
Bom dia
Nem uma palavra sobre Paulo Gonçalves? Nem em sinal de apoio, nem para lhe retirar a confiança. Na declaração vazia mas agora bem mais contida em relação à atuação do Ministério Público – acabou a teoria da cabala? -, Luís Filipe Vieira decidiu não falar do seu “braço direito” Paulo Gonçalves. É estranho que o tenha feito. Considerado “diretor de primeira linha”, Gonçalves não é um dirigente qualquer na estrutura benfiquista, é assessor jurídico e o clube quis segurá-lo quando pôs o lugar à disposição. Mas Gonçalves é também o principal arguido e está acusado de corrupção. Podemos ler neste silêncio de Vieira que o Benfica tenta distanciar-se? Não sei se os caminhos do clube e de Gonçalves vão seguir sentidos opostos, mas não será arriscado deixar cair alguém com tanta informação? Lembra-se do “você sabe que eu sei que você sabe que eu sei”?
A omissão de Vieira torna-se ainda mais gritante depois de se ler na acusação do MP, a que a SIC teve acesso, que estava a par de tudo. “Autorizava e aceitava” o esquema e nunca impediu que Gonçalves desse “prendas” aos dois oficiais de justiça em troca de informações que beneficiassem o Benfica sobre processos em tribunal.
Na página 65 do despacho pode ler-se: "As entregas aos arguidos José Silva e Júlio Loureiro eram do conhecimento do presidente da sociedade anónima desportiva, que as autorizava ou delas tomava conhecimento por correio eletrónico ou rubricando folha de autorização, sem nunca as impedir, pois tal era para benefício da arguida [SAD do Benfica], assim querendo e aceitando todas as condutas descritas”.
Bem sei que uma acusação não é uma condenação e que tudo isto terá de ser provado, mas se Vieira “autorizava e aceitava” e “nunca impediu” porque não foi acusado? O despacho é claro quando escreve que o presidente da SAD permitiu ofertas de bilhetes ao oficial de justiça e observador de árbitros Júlio Loureiro e que tinha conhecimento e nada fez para por termo ao esquema. A acusação descreve ainda que Júlio e Paulo verificaram a vida de dezenas árbitros: nomes completos, moradas, dados fiscais e da segurança social e até os salários. Ainda assim, o Ministério Público não avançou para a constituição de Vieira como arguido porque, percebe-se, não reuniu indícios suficientes nem prova sólida para uma futura condenação. O alvo foi por isso a SAD com 30 crimes, Gonçalves com 79 e os dois oficiais de justiça com 76 (veja aqui).
Outro facto digno de nota é a rapidez deste processo. Com um dos arguidos em prisão preventiva não demorará a chegar a julgamento. Tudo começou a 27 de setembro do ano passado com uma denúncia anónima que falava numa toupeira no Campus da Justiça. O Expresso Diário lembra a história deste telefonema anónimo para a PJ em que o informador dizia ter “indicações precisas e uma descrição pormenorizada” do conteúdo de vários documentos confidenciais. Elementos relevantes que teriam sido passados à socapa “a uma ou mais sociedades de advogados” que costumam prestar serviços jurídicos ao clube da Luz. O despacho de acusação diz que o arguido José Silva vasculhou um total de 28 processos, para obter informações para Paulo Gonçalves. Entre eles, a investigação a Bruno de Carvalho e inquéritos como o dos e-mails do Benfica ou o dos bilhetes oferecidos pela GALP para o Euro 2016. No total houve mais de 600 acessos aos processos criminais em segredo de justiça para ajudar o clube.
Agora, explica o JN, o Benfica corre o risco de ser duplamente punido. A decisão da justiça civil pode abrir as portas à justiça desportiva. Com o anúncio do inquérito da Federação e com a posterior intervenção da Liga, o clube dos encarnados incorre num castigo que pode acabar na proibição de participação de provas profissionais. No entanto, alguns juristas acreditam que pode não haver essa consequência desportiva por não haver factos suficientes nem enquadramento para essa punição. Na SIC Notícias, Rui Gomes da Silva, ex-vice presidente do Benfica, disse acreditar que o caso vai empurrar o clube para eleições antecipadas. E ele, claro, será candidato.
FRASES
Nem uma palavra sobre Paulo Gonçalves? Nem em sinal de apoio, nem para lhe retirar a confiança. Na declaração vazia mas agora bem mais contida em relação à atuação do Ministério Público – acabou a teoria da cabala? -, Luís Filipe Vieira decidiu não falar do seu “braço direito” Paulo Gonçalves. É estranho que o tenha feito. Considerado “diretor de primeira linha”, Gonçalves não é um dirigente qualquer na estrutura benfiquista, é assessor jurídico e o clube quis segurá-lo quando pôs o lugar à disposição. Mas Gonçalves é também o principal arguido e está acusado de corrupção. Podemos ler neste silêncio de Vieira que o Benfica tenta distanciar-se? Não sei se os caminhos do clube e de Gonçalves vão seguir sentidos opostos, mas não será arriscado deixar cair alguém com tanta informação? Lembra-se do “você sabe que eu sei que você sabe que eu sei”?
A omissão de Vieira torna-se ainda mais gritante depois de se ler na acusação do MP, a que a SIC teve acesso, que estava a par de tudo. “Autorizava e aceitava” o esquema e nunca impediu que Gonçalves desse “prendas” aos dois oficiais de justiça em troca de informações que beneficiassem o Benfica sobre processos em tribunal.
Na página 65 do despacho pode ler-se: "As entregas aos arguidos José Silva e Júlio Loureiro eram do conhecimento do presidente da sociedade anónima desportiva, que as autorizava ou delas tomava conhecimento por correio eletrónico ou rubricando folha de autorização, sem nunca as impedir, pois tal era para benefício da arguida [SAD do Benfica], assim querendo e aceitando todas as condutas descritas”.
Bem sei que uma acusação não é uma condenação e que tudo isto terá de ser provado, mas se Vieira “autorizava e aceitava” e “nunca impediu” porque não foi acusado? O despacho é claro quando escreve que o presidente da SAD permitiu ofertas de bilhetes ao oficial de justiça e observador de árbitros Júlio Loureiro e que tinha conhecimento e nada fez para por termo ao esquema. A acusação descreve ainda que Júlio e Paulo verificaram a vida de dezenas árbitros: nomes completos, moradas, dados fiscais e da segurança social e até os salários. Ainda assim, o Ministério Público não avançou para a constituição de Vieira como arguido porque, percebe-se, não reuniu indícios suficientes nem prova sólida para uma futura condenação. O alvo foi por isso a SAD com 30 crimes, Gonçalves com 79 e os dois oficiais de justiça com 76 (veja aqui).
Outro facto digno de nota é a rapidez deste processo. Com um dos arguidos em prisão preventiva não demorará a chegar a julgamento. Tudo começou a 27 de setembro do ano passado com uma denúncia anónima que falava numa toupeira no Campus da Justiça. O Expresso Diário lembra a história deste telefonema anónimo para a PJ em que o informador dizia ter “indicações precisas e uma descrição pormenorizada” do conteúdo de vários documentos confidenciais. Elementos relevantes que teriam sido passados à socapa “a uma ou mais sociedades de advogados” que costumam prestar serviços jurídicos ao clube da Luz. O despacho de acusação diz que o arguido José Silva vasculhou um total de 28 processos, para obter informações para Paulo Gonçalves. Entre eles, a investigação a Bruno de Carvalho e inquéritos como o dos e-mails do Benfica ou o dos bilhetes oferecidos pela GALP para o Euro 2016. No total houve mais de 600 acessos aos processos criminais em segredo de justiça para ajudar o clube.
Agora, explica o JN, o Benfica corre o risco de ser duplamente punido. A decisão da justiça civil pode abrir as portas à justiça desportiva. Com o anúncio do inquérito da Federação e com a posterior intervenção da Liga, o clube dos encarnados incorre num castigo que pode acabar na proibição de participação de provas profissionais. No entanto, alguns juristas acreditam que pode não haver essa consequência desportiva por não haver factos suficientes nem enquadramento para essa punição. Na SIC Notícias, Rui Gomes da Silva, ex-vice presidente do Benfica, disse acreditar que o caso vai empurrar o clube para eleições antecipadas. E ele, claro, será candidato.
FRASES
"Na dita acusação não existe qualquer facto, mesmo que indiciário, que permita a imputação à Benfica SAD dos crimes aí descritos”, Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica.
"Celeridade, que se faça justiça porque é essencial garantirmos a verdade desportiva e um clima de total confiança no panorama desportivo nacional, nomeadamente no que ao futebol diz respeito", João Paulo Rebelo, Secretário de Estado do Desporto.
OUTRAS NOTÍCIAS
Ao contrário de Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa não exigirá um “acordo escrito” a uma “geringonça” nas legislativas de 2019. "Viabilizei a permanência do governo sem nunca haver acordo escrito. Portanto, não me parece essencial haver acordo escrito", revelou o Presidente da República na entrevista ao podcast “Perguntar Não Ofende” de Daniel Oliveira.
No PSD faltam acordos mas abundam os recados. Depois das críticas do líder no Pontal aos adversários internos, Luis Montenegro quis pôr o dedo na ferida e lembrou o essencial: “ganhar depende sobretudo de Rui Rio”. Já o vice-presidente Morais Sarmento, numa aula sobre social-democracia na universidade de Verão, desvalorizou o clima tenso: o PSD sempre foi um “partido de combate”. “Não há um único líder do PSD que não tenha andado a desgastar e a fazer sofrer o líder ou os líderes anteriores, até ele próprio ser líder”, disse.
O Governo aprova hoje, em conselho de ministros, um investimento de 170 milhões de euros para a aquisição de 22 comboios destinados ao serviço regional da CP. O Públicoescreve que o tema preocupa o aparelho do PS. Segundo o jornal “António Costa e Pedro Marques foram bombardeados com exigências pelos líderes das federações, na sede do PS”.
Os trabalhadores do Estado vão ter um aumento salarial de 3,1% no próximo ano, resultado do descongelamento das carreiras, diz o Governo. Feitas as contas, a medida terá um impacto bruto total de 542 milhões de euros nas despesas com pessoal em 2019, acima dos 389,8 milhões que eram estimados
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas garante que é falso que tenham sido desviados recursos destinados a apoiar as vítimas dos incêndios do ano passado para organismos públicos. Pedro Marques disse ainda que era “imoral” que Rui Rio tivesse falado de um assunto que desconhece.
A ameaça tinha 5 meses e foi ontem concretizada. No hospital de Gaia, 52 diretores e chefes de serviço bateram com a portaem protesto contra a “falta de soluções da tutela e da administração hospitalar”. Em março, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, esteve naquele hospital e disse que os médicos, dadas as péssimas condições de trabalho e de assistência aos doentes, estavam num “cenário de guerra”.
João Lourenço deverá visitar Portugal nos dias 23 e 24 de novembro. Dois meses depois da visita oficial do primeiro-ministro português a Angola. O jornal Público avança que a viagem do Presidente angolano já está a ser preparada. A confirmar-se, será a primeira visita oficial do chefe de estado ao território português.
O Reino Unido identificou dois russos suspeitos do envenenamento dos Skripal. O antigo espião de 66 anos e a filha Yulia, de 33, foram envenenados com o agente nervoso Novichoke escaparam por pouco depois de vários meses de internamento. Londres já pediu reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O QUE ANDO A LER
Há uns meses começou a correr nas redes sociais um vídeo de telemóvel que mostrava um autocarro em movimento a ser atacado por vários homens. À passagem do autocarro, os ladrões tentavam roubar as malas dos passageiros dos compartimentos laterais. O vídeo era apresentado como tendo sido registado no Rio de Janeiro e trazia a seguinte legenda:
“Quando for para o Rio de Janeiro de ónibus, leve pouca bagagem e carregue consigo dentro do ónibus, pois olha só o que está acontecendo por lá”.
Num Brasil em campanha eleitoral, este vídeo, que somou milhares de partilhas, foi posto a circular com o objetivo de mostrar a insegurança numa das maiores cidades do país. O problema é que nada daquilo era verdade. O vídeo não foi gravado nem no Rio, nem no Brasil. Ou seja, a legenda era falsa. As imagens tinha sido captadas em França, mais concretamente na cidade de Grenoble durante as comemorações do Campeonato Mundial de Futebol em 2018.
A descoberta da verdade, ou se quiserem da mentira, só foi possível graças ao chamado fact-checking. Vários utilizadores do Facebook pediram à Agência Lupa que verificasse aquela notícia, o alerta da falsidade da história foi lançado pouco tempo depois. A Lupa é uma das muitas agências de notícias independentes que em todo mundo lutam pela verdade e pela democracia, desmontando a realidade que nos é apresentada pelas mais diversas fontes de informação. Deixo-vos aqui alguns dos sites de fact-checking que costumo visitar: Politifact, Factcheck, Projeto Comprova, Aos Fatos.
Antes de me despedir, recomendo o novo livro do meu colega da SIC, Pedro Andersson. Se costuma acompanhar o programa Contas Poupança já sabe que todas as dicas do Pedro são valiosas. Desta vez ele ensina-nos a poupar ainda mais para investir melhor. O livro está amanhã nas livrarias e com certeza será mais um sucesso.
Obrigado e até à próxima
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