Oposição angolana lamenta que,
nos dois dias da visita à província do Huambo, o Presidente João Lourenço não
tenha tido tempo para se encontrar com os vários partidos.
Os partidos da oposição angolana
ficaram insatisfeitos por não constarem da agenda oficial do Presidente da
República na sua visita de dois dias à província central do Huambo.
Daniel Almeida, secretário
provincial da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral
(CASA-CE), gostava que João Lourenço se tivesse encontrado com os opositores.
"O Presidente chegou e nós,
como partidos políticos, não fomos convidados, pelo menos para o receber no
aeroporto", afirma. "Vimos as autoridades tradicionais e religiosas,
mas nós, os partidos políticos, não fomos tidos nem achados."
O secretário do Partido de
Renovação Social (PRS) no Huambo, António Soliya, também lamenta o sucedido.
Soliya culpa o Governo local por não estar interessado em mostrar ao Presidente
angolano a realidade vivida pela população na província.
"Vimos que, à última hora, o
Governo provincial ficou preocupado em pintar as principais ruas e edifícios
desabitados", comenta. "Estamos tristes, porque um encontro como este
[com a oposição], num governo participativo e inclusivo, seria testemunhado por
todos."
Oposição espera melhorias
Durante a visita à província do
Huambo, o Presidente angolano orientou, na terça-feira (28.08) a 8ª sessão do
Conselho de Ministros, em que foram aprovados uma proposta de lei que regula
o exercício da atividade religiosa e o Regime Jurídico de Proteção
Social Obrigatória. Na quarta-feira, a província acolheu a segunda reunião do
Conselho de Governação Local (CGL), onde foram discutidos assuntos relacionados
com a gestão das províncias, nomeadamente a construção de estradas ou o
processo de recrutamento de professores e médicos no país.
Antes do regressar à capital, o
Presidente angolano, inaugurou a nova central térmica de Belém, a 11 quilómetros da
cidade do Huambo, que deverá fornecer energia elétrica a cerca de 100 mil
moradores das cidades do Huambo e de Caála.
Liberty Chiaka, secretário
provincial da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA),
espera que a visita do Presidente da República se traduza em resultados
económicos e sociais concretos na vida das populações, que enfrentam muitas
dificuldades apesar do grande potencial da província.
"Nós gostaríamos que o
Presidente constatasse esta dura realidade, para que se tomem medidas no
sentido de dinamizar a execução das políticas públicas e, em particular, do
orçamento geral da província", afirmou.
No entanto, Dainel Ameida, da
CASA-CE, não acredita que a visita de João Lourenço traga melhorias: "O
Presidente da República fez várias promessas na campanha eleitoral e até hoje
não vimos nada!", conclui.
José Adalberto (Huambo) |
Deutsche Welle
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