Uma criança de cinco anos foi
atropelada mortalmente pela escolta presidencial no Huambo. População indignada
pede mais prudência e atenção dos condutores das caravanas oficiais.
Depois do atropelamento, ocorrido
em 2017 em Cabinda, de uma adolescente de 12 anos, por uma viatura da
caravana do Presidente João Lorenço, durante a sua deslocação ao enclave,
desta vez, em Huambo, a pequena Graciana Adriana, de 5 anos de idade, foi vítima
mortal nesta quarta-feira (29.08), de um acidente provocado por uma viatura
da escolta presidencial.
O caso ocorreu quando Graciana
Adriana, caminhava de mãos dadas com a mãe, numa estrada que dá acesso ao
aeroporto Albano Machado, no Huambo. Na mesma altura, passava pelo local
uma viatura afeta à delegação do Presidente João Lourenço, que esteve em visita
à província na terça e quarta-feira (28/29.08).
Descuido terá provocado a morte?
De acordo com o porta-voz do
Gabinete de comunicação e imprensa do comando da policia no Huambo, Martinho
kavita, tudo aconteceu quando a menor e a mãe, tentavam atravessar a
estrada: Graciana terá escapado das mãos da mãe, tendo sido colhida
mortalmente por uma das viaturas da caravana que acompanhava o Presidente João
Lourenço
"A mãe e a criança, vinham
de uma viagem, e devido à falta de atenção no momento da travessia da estrada,
deu-se o atropelamento que infelizmente acabou vitimando mortalmente a menor. O
carro da escolta presidencial procurava sair do ponto em que estava em
direção ao aeroporto quando aconteceu este acidente".
Mãe conta versão diferente da
polícia
A mãe da vitima, Inácia Chilembo,
contou que vinha de uma viagem ao municipio do Mungo, onde fora colher
milho e quando estava no "passeio juntamente com a filha", o
carro embateu fortemente na adolescente. A versão da
mãe contraria, assim, a versão da polícia."Eu vinha da colheita
do milho e o transporte deixou-me aqui. Comecei a transportar o milho
e levei o primeiro carregamento e vim buscar o segundo, tendo atravessado
sem problemas a estrada, até que vi uma viatura, não sei de onde saiu,
que subiu diretamente no passeio onde estávamos".
O atropelamento e morte da
pequena Graciana, reacendeu o debate sobre o excesso de velocidade, com que
circulam normalmente as caravanas governamentais, particularmente as do
Presidente da República. Em pouco tempo as caravanas ficaram envolvidas
em dois atropelamentos, um deles mortal, primeiro em Cabinda e agora no
Huambo.
Apelo para mais prudência e
atenção
Para o ativista civico José
Carlos Danie, membro do Concerto das organizações da sociedade civil do Huambo,
apesar de ninguém premeditar um acidente rodoviário, é necessário que os
serviços de segurança do Presidente observem escrupulosamente as regras do
código da estrada, quanto à condução, nomeadamente nas áreas urbanas.
"Penso que se deve trabalhar
este aspeto relacionado com os serviços de apoio ao Presidente, para que haja
mais prudência e atenção, quando as delegações se deslocam na via
pública. A área onde aconteceu a morte da criança é uma localidade onde existem
muitas residências e muita gente a circular de um lado para o outro.
Apesar disso, as regras de trânsito são frequentemente ignoradas pelas
caravanas oficiais. Daí que apelamos aos condutores para que tenham mais
prudência e atenção neste tipo de vias".
José Adalberto (Huambo) |
Deutsche Welle
Foto ilustrativa: Trânsito em
Luanda
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