Quantificada a derrota o
movimento sindical em todas as suas expressões e lideranças deve começar a
empreender o caminho da resistência.
João Guilherme Vargas Netto* –
de São Paulo | Correio do Brasil | opinião
Este caminho, acidentado e
íngreme, para ser trilhado pressupõe o reforço urgente da unidade de ação. Ela
se manifesta na unidade em cada direção sindical e desta com a base;
sustenta-se no esforço para unificar em cada categoria os trabalhadores.
Expressa-se publicamente pela
unidade afirmada das grandes instituições sindicais, centrais sindicais,
confederações de trabalhadores e entidades sindicais com forte representação.
A pauta sindical unitária foi, em
geral, derrotada politicamente. Mas nem por isso deixou de ser o norte da
resistência.
A deforma trabalhista já tinha
produzido seus piores efeitos que serão reforçados agora pelo programa
vitorioso nas urnas. A carteira de trabalho “verde e amarela” será o símbolo
pervertido da aceitação das piores condições de informalidade e de
desorganização nas relações de trabalho.
Também está para ser implementada
a pluralidade sindical com seu reforço ao individualismo, ao desarranjo da
estrutura sindical de categoria e a aceitação da perda de direitos consagrados.
O quadro econômico subjacente é
de relativa estabilização, com crescimento travado e medíocre e emprego
precarizado. Tudo leva a crer que, mantidas as políticas sociais de atendimento
aos trabalhadores desempregados e subutilizados, o esforço governamental será o
de criar uma muralha da China entre estes e os trabalhadores formais e
sindicalizados.
Mais que nunca é hora de
despartidarizar a ação sindical, valorizando as pautas próprias dos
trabalhadores em suas campanhas salariais e a frente comum sindical de
resistência.
É preciso caminhar com os pés no
chão repisando a experiência acumulada pelos trabalhadores e pelas direções
sindicais, sem capitulação e sem aventura.
*João Guilherme Vargas Netto,
é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo.
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