“É complicado até sair de casa,
porque não sabemos quem está por detrás e se a chamada de atenção era para
agora ou para o futuro,” diz Towo.
O jornalista moçambicano Serôdio
Towo limitou a sua movimentação, na cidade de Maputo, após receber, dia 10, uma
ameaça de morte por telefone, alegadamente por publicar artigos que criticam o
governo.
“É complicado até sair de casa,
porque não sabemos quem está por detrás e se a chamada de atenção era para
agora ou para o futuro”, diz o director editorial do semanário
Dossiers&Factos, de Maputo.
A ameaça, que força o jornalista
a mudar de rotina foi feita, depois das vinte horas, por um individuo que usou
o nome fictício.
Towo diz que a principal
advertência foi no sentido de deixar de escrever assuntos relacionados com o
governo, porque “isso poderia custar a vida”, uma vez que “este país –
Moçambique - foi liberto por…”
O indesejado interlocutor
desligou sem terminar a frase.
Eleições e custo de vida
Nos últimos meses, o
Dossier&Factos, diz Towo, tem destacado a polémica em torno dos resultados
das eleições autárquicas e custo de vida derivado da
crise despoletada pelas dívidas ocultas.
Mas, continua Towo, “na última
edição denunciamos supostas irregularidades no Instituto Nacional de Segurança
Social, e indicávamos a ministra do Trabalho como uma das principais
responsáveis pelas aludidas irregularidades”.
Dossiers&Factos, Jornal,
Moçambique
Towo ressalva que “ainda não
estamos a apontar quem deve ser o responsável por estas ameaças, estamos a
responder a uma pergunta”.
Após a ocorrência, o jornalista
comunicou às autoridades, incluindo a Procudora-Geral da República e o
Comandante-geral da Polícia, das quais não recebeu nenhuma resposta.
Quanto ao seguimento do caso,
para Towo “é prematuro dizer, porque nenhuma de todas as entidades contactadas
se pronunciou, mas esperamos que alguém de direito nos acude, porque estamos a
precisar”.
MISA pede investigação
A ameaça foi já condenada pelo
Instituto de Comunicação da África Austral de Moçambique (MISA-Moçambique),
organizações da sociedade civil e comunicação social.
No seu comunicado, o
MISA-Moçambique pede que as “instituições encarregues pela manutenção da lei e
ordem investiguem os autores das ameaças e tomem as medidas apropriadas para
que os mesmos sejam responsabilizados pelos seus atcos”.
Nos últimos anos, são frequentes
no país atentados contra jornalistas e intelectuais, que criticam a
governação ou a corrupção envolvendo figuras ligadas ao governo ou
partido no poder.
Muitos casos do género não são esclarecidos.
VOA – Voz da América
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