Macau, China, 08 dez (Lusa) - O
ator norte-americano Nicolas Cage inaugurou hoje o festival internacional de
cinema de Macau, um território que apelidou de "fascinante" por ser
palco de uma "interação cultural harmoniosa" entre o português e o
chinês.
Embaixador do terceiro festival
internacional de cinema de Macau (IFFAM), Nicolas Cage falava em conferência de
imprensa, a poucas horas da passadeira vermelha e da exibição do filme de
abertura - "Green Book" - do norte-americano Peter Farrelly.
"Macau é um lugar com uma
história incrível. Na minha opinião, é fascinante por causa da interação
cultural harmoniosa entre o chinês e o português", disse Cage,
acrescentando que "gosta de ver a arquitetura e perceber as diferentes
influências" na cidade.
Na mesma intervenção, a estrela
de Hollywood debruçou-se sobre a importância da indústria cinematográfica
chinesa, uma das maiores do mundo, e da qual garantiu o seu trabalho depender
nos dias de hoje.
"Esta indústria é a razão
pela qual ainda tenho o privilégio de trabalhar", destacou, numa alusão ao
investimento chinês mas também à sua participação em filmes chineses. Nicolas
Cage já colaborou com cineastas do interior da China, Hong Kong e Taiwan.
"Cada vez mais atores e
realizadores ocidentais estão interessados nesta relação porque se apercebem do
quão ela é importante. E nela reside, de facto, o futuro do cinema",
sublinhou.
O alinhamento do festival, que se
prolonga até sexta-feira, conta com mais de 50 filmes internacionais e 14
produções locais. Há dois filmes com mão portuguesa: "Diamantino", de
Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, e "Hotel Império", de Ivo
Ferreira.
Distinguido em maio com o Grande
Prémio da Semana da Crítica de Cannes, "Diamantino", a primeira
longa-metragem de ficção de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, será exibido na
secção não competitiva de filmes "Flying Dagger".
"Hotel Império", do
realizador Ivo Ferreira, regressa ao grande palco das filmagens, onde será
exibido depois da estreia mundial em Pingyao, no nordeste da China.
Destaque também para os filmes
"Roma" (EUA/México) e "U-July 22(Noruega), na secção não
competitiva "Best of Fest Panorama". "Roma", de Alfonso
Cuarón, foi o primeiro filme da Netflix a vencer um dos principais prémios de
cinema: o Leão de Ouro do Festival de Veneza. O segundo, de Erik Poppe, foi
nomeado para o Urso de Ouro, em Berlim.
Em competição correm onze filmes
de três continentes.
Em 2017, o filme "Hunting
Season", da realizadora argentina Natalia Garagiola, ganhou o prémio de
melhor filme do segundo festival internacional de cinema de Macau e o francês
Xavier Legrand conquistou a distinção de melhor realizador com "Custody",
um 'thriller' sobre terrorismo doméstico.
FST // JNM
Sem comentários:
Enviar um comentário