sábado, 19 de janeiro de 2019

Angola | Os antigos combatentes


Jornal de Angola | editorial

O Estado deve prestar atenção a todos os cidadãos angolanos que voluntariamente prestaram relevantes serviços à Nação, aderindo à luta pela independência Nacional, mesmo com o risco de perderem a vida.

Compatriotas nossos, corajosos e patriotas, não hesitaram em muitos casos em deixar o conforto dos seus lares e enveredarem pela luta contra as injustiças, por estarem indignados com a opressão e exploração colonial.

Muitos desses nossos compatriotas morreram no campo de batalha na luta contra o colonialismo português, mas temos ainda, e felizmente, outros que combateram o colonialismo e que se encontram vivos.

Mas nem todos os nossos antigos combatentes vivem dignamente. Depois de mais de quarenta anos de Independência, não devíamos estar mais a discutir sobre as condições de vida dos nossos antigos combatentes, que tudo fizeram para que fossem livres e independentes. O Estado deve resolver definitivamente os problemas dos nossos antigos combatentes. Os anos passam e a sociedade continua. Transcorridos vários anos desde a proclamação da Independência, a ouvir as reclamações de pessoas que nunca exigiram riqueza, mas apenas rendimentos que lhes permitam sustentar as suas famílias. A maioria dos antigos combatentes é humilde e patriota. Nunca tirou nada do Estado. Só espera do Estado o apoio que merece.

 Os angolanos não têm memória curta. Sabem quem andou a lutar, na guerrilha ou na clandestinidade, para que nós estivéssemos a viver em liberdade. E os que lutaram são de todas as regiões do país. Que todos os angolanos que um dia decidiram dar a sua contribuição para nos libertar do colonialismo sejam tratados com dignidade. 

Não é justo que compatriotas nossos que muito sofreram nas cadeias e na luta da guerrilha estejam ainda hoje a pedir ao Estado que resolva os seus problemas, quando sabemos que há pessoas que andaram a enriquecer facilmente e em muito pouco tempo, prejudicando o erário.

Os antigos combatentes não devem estar permanentemente a reclamar junto do Estado, como se nada tivessem feito em prol do nosso país. Temos um departamento ministerial que se encarrega especificamente de assuntos ligados aos antigos combatentes. Os antigos combatentes têm esperança de que este departamento ministerial resolva muitos dos seus problemas. É preciso prestar atenção à vida das pessoas. Alguma coisa deve ser feita para que os nossos compatriotas  que, em condições adversas, combateram o colonialismo e preservaram a Independência e a nossa liberdade, tenham o seu pedaço de pão.

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