sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Presidente timorense inicia programa para plantar um milhão de árvores até 2022


Díli, 25 jan (Lusa) -- O Presidente da República timorense iniciou hoje a campanha "Um cidadão, uma árvore" com o objetivo de liderar um esforço para plantar um milhão de árvores até ao final do seu mandato, em 2022.

"Este slogan pretende chamar a atenção de todos para o papel de cada cidadão como uma força coesa, capaz de expressar a vontade coletiva: florestar o nosso país para garantir um ambiente são e saudável para as gerações atuais e futuras", afirmou Francisco Guterres Lu-Olo.

"Em qualquer país do mundo, um futuro próspero e saudável significa viver num ambiente 'verde' e diversificado, seja nas montanhas ou nas planícies, nos ribeiros, nas margens dos lagos e nas zonas costeiras", disse ainda.

A campanha foi hoje lançada em três zonas dos arredores da capital timorense - Tasi Tolu, Gólgota e Marabia -- numa cerimónia na qual participaram várias individualidades nacionais e internacionais e representantes de diversas estruturas da sociedade civil.

As primeiras de um grupo de 3.600 árvores começaram hoje a ser semeadas nas zonas abrangidas, com o processo de plantação a continuar agora de foram regular.

Envolvendo várias instituições do país, a campanha começa, para já, nas três zonas de Díli, mas será progressivamente ampliada.

Cada uma das áreas escolhidas tem "um significado especial" para Timor-Leste: Tasi Tolu porque foi a zona foi visitada há 30 anos pelo papa João Paulo II e Golgata por ali estar a gruta de N.ª Senhora, recordou Lu-Olo.

"No entanto, estas duas áreas correm o risco de perderem a sua beleza natural. Existem já várias zonas desflorestadas, tendo-se verificado desabamento de terras devido ao corte de árvores para fazer face às necessidades diárias da população", disse.

Marabia, por seu lado, foi um local importante da resistência à ocupação indonésia, tendo sido ali que "os guerrilheiros deram sinal de que a luta pela libertação nacional continuava viva".

"O primeiro sinal surgiu a 10 de junho de 1980 com o ataque em Marabia que precedeu a primeira conferência para a reorganização da Resistência Nacional em 1981 em Maubai, na região militar central", disse.

"Este local histórico merece, por isso, a nossa atenção especial. Também aqui se tem verificado desabamento de terras devido ao corte indiscriminado e abusivo de árvores. É nosso dever florestar e restaurar o esplendor de Marabia. Futuramente, Marabia fará parte dos roteiros de turismo histórico", afirmou.

Lu-Olo saudou os vários grupos da sociedade civil timorense que, nos últimos tempos, têm intensificado os esforços para lidar com os vários problemas ambientais em Timor-Leste.

A desflorestação das zonas montanhosas timorenses continua bastante elevada, com as famílias a recorrerem às árvores como combustível para cozinhar ou como material para casas e outras estruturas.

Esse processo, a par de uma construção desordenada, especialmente nas montanhas em redor de Díli, tem agravado a erosão, com toneladas de terra a serem arrastadas para as zonas baixas em períodos de chuvas fortes.

"A partir de hoje, esperamos que cada cidadão se comprometa ainda mais a honrar este grande compromisso: plantar uma árvore e cuidar dessa árvore até ter as suas raízes bem firmes na terra e os seus ramos carregados de folhas", disse.

"Desafiamos todos os cidadãos, de todas as idades, homens e mulheres, a plantarem árvores em locais que lhes permitam prestar os cuidados necessários ao longo das diferentes fases de crescimento", afirmou, referindo que a campanha vai chegar a todas as aldeias do país.

ASP // JMC

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