sexta-feira, 8 de março de 2019

Em épocas de Carnavais, guaidós é o que há por demais!



1- O carnaval de piratas guaidós chegou a Angola: desta feita trouxe-nos a fanfarra dum presidente guaidó, que tem tudo a ver com impérios, vassalos e as máscaras de cinismo, de hipocrisia, de ingerência e de manipulação do costume, sob a aviltada capa dos “brandos costumes” que não passam de projectos de assimilação (deles e do império a que respondem, conforme à geometria variável de sua guerra psicológica que tem como objectivo maior o saque, via“inteligência económica” dos países do sul).

Em África os guaidós tugas aninham-se nos interesses da NATO e do AFRICOM, mas também nos interesses alinhados com o “pré carré” da “FrançAfrique”, cujo carácter responde a uma União Europeia intimamente filtrada pela hegemonia unipolar e pelos modelos exclusivistas de “democracia representativa”, apta e servil para as oligarquias e funcionalmente depressiva para com a multidão de pobres, sobre quem faz recair tanta ilusão, tanta alienação, tanta confusão, caos e terrorismo e tanta iniquidade!

Regendo-se pelo Paribas, agora até a CPLP se submete cada vez mais à francofonia feita da máscara duma descolonização que de facto não houve!


2- O presidente guaidó visita Angola no momento em que a Venezuela Bolivariana fecha os escritórios da PDVSA e transfere-os para Moscovo, respondendo ao facto dos piratas guaidós tugas terem-se assenhoreado de seus activos em Portugal, algo que segue a trilha dos ladrões de colarinho branco que se acoitavam no BES, Banco Espírito Santo.

O BES, respondendo ao espírito santo da hegemonia unipolar, instalou-se na Líbia, em Angola, no Brasil e também na Venezuela, imediatamente antes da crise do petróleo, pronto a com isso explorar as vantagens do que, com tanto a propósito, “adivinharam” no horizonte temporal próximo.

Com a Líbia, ninguém sabe quanto capital as oligarquias piratas europeias absorveram via BES proveniente dos activos roubados aos cofres desse país alvo da ofensiva NATO-AFRICOM de 2011… 200.000 milhões de dólares tornaram-se voláteis nessa forçada e sangrenta “transfusão”, sem pinta de rasto e atirados deliberadamente para o esquecimento (nem foi preciso “lavar a imagem”)!

Em Angola a usura da “inteligência económica” serviu para reforçar o modelo inquinado e mascarado da banca presente no espaço nacional, apesar do BESA ter sido algo como “ladrão que rouba ladrão e por isso, para quem rouba, merecedor de perdão”…

No Brasil, o futuro deste espírito santo agora Novo Banco, é ainda “promissor”: o governo de Bolsonaro, instalado mesmo a propósito dos guaidós, reúne condições que dão totais garantias à “representatividade”, atirando desde logo para as calendas gregas os interesses democráticos, económicos e financeiros do seu próprio povo, em época de seu entorpecimento, alienação e servilismo.

Na Venezuela, os guaidós tugas responderam de imediato em função da Doutrina Monroe ressuscitada, como se no carnaval global assumissem a metamorfose própria dos cães de Pavlov à voz do dono de turno, Trump, enquanto reitor dos interesses cada vez mais esgotados do petrodólar:

O Novo Banco, sucedâneo do BES, mas correspondendo uma vez mais ao decadente espírito santo da hegemonia unipolar, a 5 de Fevereiro do ano corrente, há menos de um mês, suspendeu uma transferência de fundos do governo do presidente Nicolás Maduro para os bancos no Uruguai, por que Portugal reconhecia Guaidó, o próprio rei do carnaval, como o Rei Nomo do presente na Venezuela!

Agora a Venezuela Bolivariana responde fechando os escritórios da PDVSA em Lisboa e transferindo-os para Moscovo, por que a Europa não dá garantias necessárias, já que o mundo capitalista em pleno carnaval, viola as próprias leis e não é capaz de garantir a segurança dos ativos venezuelanos…


3- Conforme afirmei em “Trump e a multiplicação dos guaidós”, “os regimes oligárquicos que compõem a União Europeia animam desse modo a farsa da democratização da Venezuela, explorando brechas entre as instituições do país: os velhos guaidós, vassalos de turno do reitor de turno da Doutrina Monroe, à democracia dizem nada em torno do novo Guaidó e a janela possível para que fosse providenciada a oportunidade das partes encontrarem capacidades de diálogo que revertam a tendência na direcção da guerra, é fechada por via dum ultimato estúpido e de mau agoiro que chega hoje ao seu fim”…

De facto se a Europa não se propiciou à descolonização mental e prática de suas opções, não por interesse de seus povos, mas por exclusivo interesse dos regimes oligárquicos que representam o que há de mais retrógrado e pirata na banca de que se servem, conforme aliás ao que advém do passado de séculos, a Venezuela Bolivariana está a dar a resposta consequente, pois há vida para lá do petrodólar e das suas filiais, sejam elas o Euro na Europa, como o Franco CFA em África.

Ao não se propiciar à descolonização mental e “inteligentemente económica”, na parte que cabe a África e sobretudo a Angola, é assim que os guaidós europeus tanto têm a ver com o elevado grau de corrupção, só possível por que por cá se engoliu a pílula do modelo bancário estimulado pela hegemonia unipolar, cujo tentáculo injector e prático são os bancos tugas.

De carnavalesca assimilação, em carnavalesca assimilação, é por via desse modelo que em Angola alguns mentores da forja duma oligarquia angolana assimilada se decidiram a assumir o que é “cultura legítima e secular” dos interesses dos regimes oligárquicos europeus agora enquanto guaidós do petrodólar: “quem parte e reparte e não escolhe a maior parte, ou é parvo, ou não tem arte”!...

Só que nesta ultraperiferia económica e financeira que é África neocolonizada, o que há a repartir são migalhas e mesmo assim, essas migalhas evaporam-se como o capital líbio, nas mesmas mãos piratas do bancário costume secular, algo que até parece genético para uma Europa decadente, que injecta impunemente decadência em África e na América e fecha as portas do futuro para os povos, a começar para os seus próprios povos!

Martinho Júnior - Luanda, 2 de Março de 2019

Fotos dum desfile de carnaval…

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