Diretor do jornal "O
País" conta à TSF que Marcelo Rebelo de Sousa é um fenómeno só equiparado
ao Papa Bento XVI.
A visita de Marcelo Rebelo de
Sousa a Angola tem tornado o Presidente da República português num verdadeiro
fenómeno de popularidade e já poucos lhes ficam indiferentes.
À TSF, o direto do jornal
angolano "O País", José Kaliengue, conta que o sucesso de Marcelo
Rebelo de Sousa entre os angolanos é tanto que, nas ruas, já se pergunta quando
é que o presidente português se candidata ao cargo de Presidente de Angola.
"Praticamente não há um
angolano que não saiba quem é o 'Ti Celito'. Às vezes, conhecem melhor o 'Ti
Celito' do que os nomes de muitos políticos angolanos. Isto fez a diferença. Tanto que já há piadas a dizer: bom, Marcelo talvez se candidate a presidente
angolano qualquer dia, e nós votamos. De facto, teve esta capacidade de
congregar os angolanos na forma como, nestes dias, olham para Portugal. Não há
diferenças de opinião", reforça José Kaliengue.
José Kaliengue explica que já há
muitos anos que uma personalidade estrangeira não conseguia cativar a atenção
dos meios de comunicação social desta forma.
"Daquilo que tenho memória,
a última visita de uma individualidade estrangeira com uma cobertura tão
grande, permanente e com destaque em tudo o que é jornal, televisão e rádio foi
a do Papa Bento XVI. Já lá vai quase uma dezena de anos. Não me lembro de ter
vindo outra personalidade a Angola que tivesse merecido toda esta atenção, com
uma cobertura permanente e quase ao minuto", recorda o diretor do
"País".
"É o próprio quem faz o
balanço da sua visita a Angola e, nestes dias, não houve noticiário de rádio ou
televisão que não falasse de Marcelo Rebelo de Sousa. Isto é resultado da
empatia que ele criou com os angolanos, do interesse por Marcelo", explica
José Kaliengue, antes de analisar a forma como o presidente português foi
recebido: "por um lado, como uma personalidade estrangeira que vem
visitar Angola e traz uma boa nova, por outro como alguém por quem os angolanos
têm muito carinho, como se fosse um dos seus."
Um dos grandes efeitos que a
visita de Marcelo Rebelo de Sousa teve sobre os angolanos foi, na opinião do
diretor deste jornal, o de os unir na forma como olham para Portugal.
"A política angolana, na sua
relação com Portugal, esteve sempre dividida. Digamos que havia um Portugal
UNITA e um Portugal MPLA. As reações cá eram do mesmo género, havia políticos e
redes sociais mais virados para um dos partidos de Portugal. Marcelo chegou cá
e conseguiu congregar todos na visão que têm de Portugal e na opinião que têm
sobre si. Lembro-me de ouvir comentários dos deputados na Assembleia Nacional e
estava à espera que alguém fosse levantar alguma bandeira", como a da
questão com o Bairro da Jamaica, ou da dívida angolana.
José Kaliengue revela que ficou
surpreendido porque não só isso não aconteceu como "receberam Marcelo
como presidente de Portugal, presidente amigo, como alguém que acarinharam.
Isto é uma novidade, não surgiu nenhum tipo de protesto, ninguém quis fazer um
golpe de teatro para tirar vantagem da visita. Talvez os políticos tenham
percebido que Marcelo é recebido pelos angolanos com um carinho muito especial."
Gonçalo Teles com Gabriela Batista
| TSF | Foto: João Relvas/Lusa
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