Controladoria-Geral da Venezuela
suspende por 15 anos direitos políticos de Juan Guaidó por fraude fiscal
Órgão diz que deputado opositor e
autoproclamado presidente encarregado cometeu 'fraude fiscal' ao não declarar
origem do dinheiro gasto com viagens; controlador fala em 'flagrante violação
sistemática do dever'
A Controladoria-Geral da
Venezuela decidiu suspender por 15 anos os direitos políticos do deputado
opositor Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente do país no fim de janeiro,
além de determinar a perda do mandato parlamentar. A punição é prevista na Lei
Anticorrupção da Venezuela.
“Juan Guaidó terá a pena máxima
de 15 anos para desempenhar qualquer cargo público, por fraude fiscal, ao não
declarar gastos com viagens e alojamentos dentro e fora do país”, afirmou o
controlador-geral Elvis Amoroso.
Segundo Amoroso, Guaidó cometeu
“flagrante violação sistemática do dever” dentro da Assembleia Nacional. “[O
deputado] usurpou funções públicas e cometeu ações com governos estrangeiros
que prejudicaram o povo da Venezuela e o patrimônio público”, disse Amoroso.
“Cada um dos deputados faz sua
declaração juramentada. Todo veículo ou ingresso [financeiro] que possam ter
deve ser declarada na CGR [Controladoria-Geral da República], por isso se
aplicam estas sanções ao deputado em desacato Juan Guaidó ”,
afirmou.
Desde que tomou posse, de acordo
com dados da imigração venezuelana, o deputado realizou mais de 91 viagens ao
exterior, a um custo de mais de 310 milhões de bolívares, que não foram
declarados.
Amoroso ainda afirmou que Guaidó
esteve mais de oito meses fora do país com gastos em alojamento que excedem 260
milhões de bolívares, também sem comprovação da origem dos recursos.
A investigação contra Guaidó foi
aberta no dia 11 de fevereiro. Na época, Amoroso disse que o deputado iria
passar por uma “auditoria patrimonial” após denúncias de que "supostamente
ocultou, falseou dados contidos na sua declaração juramentada de patrimônio e
recebeu dinheiro proveniente de instâncias internacionais e nacionais sem
nenhum tipo de justificativa”.
Em pronunciamento diante de
estudantes de Engenharia em uma instituição de ensino em Caracas, Guaidó
criticou a Controladoria e a Assembleia Nacional Constituinte, dizendo que
ambas "não existem".
O deputado de direita ainda
afirmou que a ANC "não fala de uma Constituição, motivo para o qual ela
foi criada, mas somente utilizam a 'lei do ódio' e a figura de um homem que
iria me inabilitar".
Opera Mundi* | Foto: Divulgação
(*) Com teleSUR
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