… e irá amargamente perdê-la
Prosseguem em todo o lado as
agressões militares EUA. Mas a guerra (as guerras) que Washington tem em curso
trava-se em grande medida também no plano económico. A dimensão económica que
assume é o indício de um poder em acelerado declínio, cujo desespero o torna
ainda mais perigoso.
Depois se ter calado a tagarelice
generalizada dos media corporativos ocidentais acerca das tarifas sobre
importações chinesas Trump, homem de negócios egocêntrico mais do que
Presidente do Império lançou, quase se poderia dizer "do nada" e sob
o pretexto de comércio chinês "injusto," uma nova e feroz campanha de
agressão totalmente ilegal contra a rapidamente crescente economia da China. É
uma campanha ilícita contra a concorrência chinesa, contra o inexorável
crescimento chinês. É um reconhecimento tácito da emergente supremacia da
China, que os Estados Unidos só podem enfrentar através de fraude, impostura e
actividades ilegais. E isso apenas enquanto Washington controlar o sistema
monetário ocidental. O que não será por muito mais tempo.
É uma agressão contra as
principais empresas chinesas e contra a adopção pela China da política de um
mundo multipolar - através da conexão de continentes, países, culturas,
investigação conjunta, educação e agricultura, bem como desenvolvimento
industrial através de vias de transporte, comércio igual, respeito mútuo e
reconhecimento das vantagens comparativas das pessoas e países resultantes do
conhecimento técnico e conferidas pela natureza. É baseado em intercâmbios
justos e iguais. É a Iniciativa de muitos milhares de milhões de yuan Cinturão
e Estrada (BRI), também chamada Nova Rota da Seda, uma iniciativa lançada em
2013 pelo Presidente Xi Jinping durante uma visita oficial à Indonésia e ao
Cazaquistão
O BRI consiste por agora em 6
rotas terrestres e marítimas, compreendendo actualmente cerca de 152 países e
organizações internacionais na Europa, Ásia, África, Médio Oriente e América Latina.
Este novo gigante económico
chinês é provisoriamente projectado até a década de 2040. O BRI é inclusivo e
portanto tão forte que foi recentemente incorporado na Constituição da China.
No entanto, foi largamente ignorado pelo Ocidente, e especialmente pela
imprensa ocidental, com a ocidental política “Vogel Strauss” dos palermas:
ignorem-na e ela desaparecerá. Agora o Ocidente dá-se conta de que não se vai
embora e que é uma dura competição pela falsamente propagada superioridade
comercial e económica ocidental. Tarde demais, meus amigos. Como tenho
frequentemente dito, o Ocidente está lenta mas seguramente a cometer suicídio,
por infindável ganância e sede de poder com impunidade, pela busca do
rendimento de curto prazo, por guerras e conflitos implacavelmente provocados,
matando camadas e camadas de sociedades humanas em todo o mundo para fazer
ajoelhar os opositores desta pequena elite diabólica. Isto é a natureza. A
natureza não apenas sobreviverá, mas superará e subordinará essa abordagem luciferiana
à dominação mundial. O futuro está no leste. Definitivamente. Não há retrocesso.
Entre os primeiros passos da nova
geração da agressão dos EUA contra a China está Washington a ordenar que o seu
vassalo do norte, o Canadá, prenda a diretora financeira da Huawei (CFO), Meng
Wanzhou, em trânsito no aeroporto de Vancouver em 1 de Dezembro de 2018.
A Huawei Technologies Co., Ltd. é
uma fabricante multinacional chinesa de equipamentos de telecomunicações e
eletrónica de consumo, com sede em Shenzhen. A Huawei
é a sétima maior empresa de telecomunicações do mundo e foi fundada por Ren
Zhengfei, um ex-engenheiro militar no Exército de Libertação do Povo, em 1987.
Meng Wanzhou é filha e vice-CEO do fundador. Wanzhou é agora acusada de violar
as totalmente ilegais sanções contra o Irão ao fazer negócios com o Irão.
Washington, sem escrúpulos, coloca uma acção ilegal própria - sanções - sobre
outra - tomando como refém uma dirigente de um forte concorrente chinês, para
coagir a Huawei a cumprir as sanções ilegais impostas pelos EUA. É uma
elaboração inacreditável. Mas ainda mais inacreditável é que o ditado das
políticas abusivas de Washington ainda é seguido e, pior ainda, quase não há
protestos.
Isso apenas é possível sem que a
maioria do mundo ocidental se manifeste porque todos eles ainda reconhecem por
enquanto os EUA como autoimposta nação excepcional, a nação que faz e quebra
leis à medida que se mexe. Mas por quanto tempo mais?
A srª Wanzhou, ainda sob custódia
canadiana, em risco de ser extraditada para a "justiça" (sic) dos
EUA, pode enfrentar 30 anos de prisão por absolutamente nenhuma infracção
ilegal, apenas agindo contra o que os EUA inventaram como lei - sanções – a que
todos têm que aderir sob pena de serem eles próprios sujeitos a sanções. Podem
ver quão doente se tornou o nosso sistema ocidental?
Agora é uma guerra sem bombas.
Tornou-se uma guerra de economia, reconhecendo que uma guerra com bombas e
mísseis não poderia já ser vencida pelos EUA - não que eles já o tenham feito!
- desde que a Rússia e a China desenvolveram equipamentos militares
tecnicamente muito superiores. Assim, o último trunfo dos Estados Unidos está
em operar o seu fraudulento sistema monetário até à última trincheira.
A Venezuela, uma das únicas e
últimas democracias verdadeiras do Ocidente, tem sido agredida no decurso dos
últimos 20 anos, com um apogeu actual dessa agressão, porque se recusa a
submeter-se às regras de Washington, abandonando a sua ideologia socialista,
entregando os seus recursos naturais, as maiores reservas de petróleo e de gás
do mundo às corporações usurpadoras do império, as mesmas que usurparam e
escravizaram o povo venezuelano durante cem anos antes de o presidente Hugo
Chávez chegar ao poder em 1999 e começar a mudar as regras para o povo,
afastando os usurpadores e nacionalizando os recursos do país para benefício do
povo venezuelano.
Hoje o império está a travar uma
guerra contra a Venezuela, uma guerra sem bombas, uma guerra financeira e
económica, graças ao fraudulento sistema monetário que as sociedades ocidentais
abraçam e aceitam a contragosto e contra o qual ainda hoje não se atrevem a
objectar abertamente O império está a aplicar a ilegalidade internacional das ilegalidades,
“sanções”, interferência nos assuntos internos de outro país, bloqueando
comércio, transferências monetárias, e confiscando - isto é, roubando –
milhares de milhões de dólares em activos venezuelanos no exterior.
Washington está a coagir e
chantagear os ditos aliados dos EUA a fazer o mesmo, cometendo um baixo
"assalto de estrada". Até agora o equivalente a US $ 40 a 50 milhares de milhões em
todo o mundo foram bloqueados e no essencial roubados, incluindo 1,2 milhares
de milhões de dólares de ouro retidos na City de Londres. Ao confiscarem os
activos estrangeiros da Venezuela e boicotar as vendas de hidrocarbonetos da
Venezuela - a Venezuela fica em apuros mas não em desespero, não a morrer de
fome como os media ocidentais gostariam que se acreditasse. Não a Venezuela
consegue gerir a situação com calma, orgulho e sólida solidariedade.
Uma situação semelhante prevalece
na Síria, onde o exército nacional sírio, com a ajuda do Irão, da Rússia e do
Hezbollah, praticamente derrotou a rede terrorista do ISIS, Al Nusra et al. Por
outras palavras, os Estados Unidos, NATO, Estados ocidentais e do Golfo,
aliados vassalos que estiveram - e ainda estão – a financiar por procuração
essas organizações terroristas perderam a sua guerra de bombas, a sua luta pela
"mudança de regime" - pelo menos por enquanto. Nós sabemos, o império
não vai simplesmente largar da mão, só o fará quando chegar ao seu último
suspiro. E esse momento chegará, mais cedo ou mais tarde.
Assim, as bombas são substituídas
por algemas econômicas - bloqueando à Síria a utilização do sistema de
transferência monetária internacional, do acesso ao crédito internacional, da
importação de bens vitais, remédios e equipamentos médicos, alimentos, equipamentos
industriais e peças de reposição - tudo o que uma sociedade precisa para
funcionar, para reconstruir sua infraestrutura destruída pelo Ocidente, todos
esses bens e serviços vitais estão a ser embargados pelo Ocidente - enquanto a
Síria nunca fez qualquer mal a um país ocidental - muito pelo contrário. A
Síria é o alicerce da história ocidental, fornecendo ao Ocidente intelectos
brilhantes, cientistas, professores universitários e oferecendo uma rica
cultura - o berço da civilização ocidental.
A Síria está estrategicamente
situada - com acesso a cinco mares. A "Five Seas Vision" do
presidente Assad, conectando a estrategicamente situada Síria com o
Mediterrâneo, Cáspio, Mar Negro, Mar Vermelho e Golfo Pérsico, "tornando a
Síria a inevitável interseção do mundo em investimentos, transportes e ainda
mais" - essa visão, juntamente com o facto de o presidente Assad estar a
gerir a Síria com uma filosofia socialista e ser tão popular como sempre (70% -
80% de uma população síria altamente instruída apoia o seu presidente), torna a
Síria um alvo perfeito para uma "mudança de regime". Mais uma vez, a
continuação de uma guerra sem bombas, mas ainda assim matando através de um
sistema económico ocidental utilizado como arma.
O facto mais exasperante é - mais
uma vez - que os aliados ocidentais, predominantemente a Europa, isto é, os
seus líderes corruptos (sic), participam nessa atrocidade na Síria, assim como
na Venezuela e em muitas outras nações rebeldes e não submissas. Isto em grande
parte contra a vontade do povo. Embora doutrinadas todos os dias por notícias
falsas as pessoas começam a ver a luz.
Francamente, que mais se
esperaria da Europa? Os europeus vêm há centenas de anos a explorar, a violar,
a abusar da Ásia, África e América Latina, matando centenas de milhões de pessoas,
enquanto roubam os seus recursos, que agora podem ser transformados em
“cultura” europeia, monumentos religiosos, castelos de reis e rainhas e seus
ditadores, que ainda andam nesta terra como parasitas tal como nos tempos antigos.
Quando os impérios europeus
entraram sucessivamente em colapso, eles simplesmente reagruparam-se e
transplantaram o seu reinado do Velho Continente através do Atlântico para
construir um novo reino Anglo-Sionista, mas não antes, novamente, de
massacrarem os habitantes originais daquela outrora grande terra chamada
América. Naquela época, os nobres antepassados deste recém-nascido império
sentiam-se seguros entre dois lustrosos mares. Mas, hélas, os tempos mudaram.
Tentando imitar a grandeza do Império Romano, chamando em algum momento o seu
plano de Domínio de Âmbito Total, “Pax Americana”, a associação com a “Pax
Romana” tornou-se evidente. Pax Romana foram os trezentos a quatrocentos anos
mais sangrentos do Império Romano, colapsando eventualmente sob o seu próprio
peso.
O grande perigo para o criminoso
sistema piramidal monetário orientado para a dívida dirigido pelos Estados
Unidos é a China, porque a economia da China é baseada em produção económica
pesada, construção, manufactura, desenvolvimento intelectual e científico, em
comparação com o sistema neoliberal ocidental dirigido pelos EUA segundo o
dogma da maximização dos lucros com serviços inflacionados, que terceiriza a
produção pesada para países de baixos salários, deixa de lado os ganhos
económicos de longo prazo e a memória institucional, para um PIB de ar quente,
empregos do tipo McDonalds, consumo de importações baratas e inúteis; e, claro,
uma destrutiva indústria de guerra e de morte.
É por isso que Washington está
apressadamente a tentar elevar a outro nível a sua campanha de mentira e
engano. Sequestrar a sra. Wanzhou da Huawei, pressionar a Europa a que proíba
equipamentos da Huawei nos seus mercados «porque contêm spyware», é apenas um
exemplo de uma implacável abordagem ilícita para eliminar a concorrência. Por
outro lado, o decadente império de Washington ousa difamar a Iniciativa do
Cinturão e Estrada do Presidente Xi Jinping e, num último esforço desesperado,
chantagear a Europa, bem como os contendores africanos da BRI, com mais sanções
ilegais – a não se inscreverem na Nova Rota da Seda da China. Não importa que a
maioria deles já o tenha feito. A Itália disse claramente que em breve assinará
um acordo com a China para usar os portos italianos para as rotas marítimas da
BRI. Quanto a proibir a Huawei na Europa a Alemanha, por exemplo, já disse que
não a vai proibir. Esperamos que os outros sigam o exemplo da Alemanha.
A Belt and Road Initiative é um
imparável comboio que saiu da estação há cerca de cinco anos e está numa rota
projectada para os próximos 30 anos, iniciando em todo o mundo um
desenvolvimento socioeconómico pacífico. Tal como disse o representante chinês
na recente Conferência Cubana para o Equilíbrio do Mundo: Estamos a construir
pontes para conectar pessoas de todos os continentes, enquanto o ocidente está
a construir muros.
Texto publicado em O Diário.info | Fonte:
https://dissidentvoice.org/2019/03/washington-is-waging-a-new-dimension-war-against-c
hina-and-will-lose-out-bitterly/
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