O projeto visa "aproximar a
CPLP aos seus cidadãos" através da mobilidade de estudantes e empresários.
Ribeiro Telles afirma que a CPLP tem hoje uma grande valorização no plano
internacional.
O secretário executivo da CPLP
afirmou esta segunda-feira, em Luanda, que, a breve prazo, vai haver uma “maior
facilitação na circulação” dos cidadãos no espaço lusófono, sublinhando que
todos estão a trabalhar nesse sentido.
Francisco Ribeiro Telles, que
chegou esta segunda-feira a Angola para uma visita de dois dias, recordou que,
na semana passada, houve uma reunião, em Cabo Verde , dos ministros do Interior da
Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP) em que a mobilidade foi a
principal questão a ser analisada.
Penso que sim, que, a breve
prazo, haverá uma maior facilitação na circulação de cidadãos do espaço CPLP. É
isso que estamos a trabalhar, é isso que Cabo Verde está a trabalhar, enquanto
Presidência, e Angola, enquanto futura Presidência também, trabalhará nesse
sentido”, referiu o diplomata português.
Ribeiro Telles, que falava
brevemente aos jornalistas após um encontro com o chefe da diplomacia angolana,
Manuel Augusto, destacou que o foco prioritário da CPLP é a aproximação aos
cidadãos, realçando que os principais projetos têm a ver com a mobilidade,
“sobretudo de estudantes, empresários e cidadãos comuns”.
“Os projetos têm a ver sobretudo
com mobilidade. Isto é, a possibilidade de os cidadãos da CPLP circularem
melhor no espaço CPLP. Isso tem a ver com a mobilidade de estudantes, com a
mobilidade de empresários, tem a ver com a mobilidade dos cidadãos comuns. É um
projeto ambicioso, que com certeza dará os seus frutos. E vem no sentido do que
estava a referir: aproximar a CPLP aos seus cidadãos”, sublinhou.
Questionado pela agência Lusa
sobre se o projeto defendido a 24 deste mês por Cabo Verde, que defende a
isenção de vistos até 30 dias e vistos de curta temporada para profissionais,
investigadores, docentes, além de autorizações de residência, Ribeiro Telles
indicou tratar-se de “um dos que está em discussão”.
“Há várias dimensões dessa
proposta que estão em
discussão. Essa é uma delas, haverá outras e vamos ver. Na
semana passada [na reunião dos ministros do Interior da CPLP] estudou-se
assunto. Vai haver uma reunião dos ministros das Relações Exteriores em julho, em Cabo Verde , de forma a
poder consolidar já um acordo que sirva de base a essa mobilidade”, indicou.
Francisco Ribeiro Telles, que
efetua a primeira visita oficial enquanto secretário executivo da organização
lusófona a Angola, onde, assumiu, viveu “muitos e bons anos”, salientou que a
CPLP “está muito valorizada” no plano internacional, nomeadamente na vertente
política e diplomática, indicando que há também um número crescente de países
que dela querem fazer parte com o estatuto de observador associado.
“Hoje em dia, a CPLP está muito
valorizada no plano internacional, há cada vez mais um maior número de
países a quererem fazer parte, como associados, do Grupo CPLP. Somos nove
Estados membros e 18 observadores associados, mas há cada vez um maior número a
querer pertencer à CPLP, isso é, há um interesse internacional crescente pela
CPLP, sobretudo no plano político e diplomático”, afirmou. “Agora, há que
aproximar a CPLP das pessoas. As pessoas têm de sentir, concretamente, a
importância da CPLP e, nesse sentido, estamos a trabalhar numa série de projetos,
que eu penso que terão desenvolvimentos muito positivos nos próximos tempos”,
concluiu.
Manuel Augusto, por seu lado, não
prestou quaisquer declarações à imprensa e deu por terminada a sessão de
perguntas. O secretário executivo da CPLP chegou esta segunda-feira a Luanda e,
ainda hoje à tarde, terá um encontro com os embaixadores lusófonos em Luanda,
que decorrerá à porta fechada.
Terça-feira, de manhã, Ribeiro
Telles será recebido em audiência pelo presidente da Assembleia Nacional
angolana, Fernando da Piedade Dias dos Santos (“Nandó”), e, à tarde, pelo chefe
de Estado de Angola, João Lourenço. Pelo meio, participará numa palestra sobre
a CPLP no Ministério das Relações Exteriores angolano, partindo à noite de
regresso a Lisboa.
Segundo um comunicado do
Ministério das Relações Exteriores angolano, Ribeiro Telles está em Luanda para
encontros de trabalho com as autoridades angolanas.
A CPLP integra nove
Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Lusa | Observador
Foto: Francisco Ribeiro Telles
faz uma visita de dois dias a Angola | Ampe Rogério/Lusa
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