Jornal de Angola | editorial
Abril entrou, definitivamente,
para a História recente de Angola como o "mês da paz", da
reconciliação e da tolerância, sendo importante a promoção permanente deste
aprendizado por várias razões. Por todas as razões devemos preservar a paz.
Embora o período de paz seja definido por vários círculos de inúmeras formas,
havendo mesmo quem defenda que a tranquilidade e o sossego vão além do mero
calar das armas, a efectivação deste último é um pressuposto importante.
A paz social, que muitos
gostariam de ver efectivada como verdadeira antípoda da paz traduzida pelo
calar das armas, é um processo contínuo, de todos os dias em qualquer
sociedade. Obviamente que dificilmente se espera pelo seu alcance a 100 por
cento atendendo à natureza falível do ser humano, mas estaremos perto se formos
capazes de materializar grande parte daquilo que é a agenda para o bem-estar.
Não se trata de um desiderato completamente fora do nosso alcance numa altura
em que importa agora a cultura de valores e procedimentos que viabilizem uma sã
convivência entre todos angolanos, independentemente das suas crenças,
convicções políticas, filosóficas e outras.
Independentemente dos desafios que ainda não se vislumbram para que Angola se transforme num verdadeiro oásis de paz, estabilidade, que permitam trabalhar para a paz social e económica, passo a passo podemos lá chegar. É preciso que, ao nível da família, comunidade e instituições, públicas e privadas, haja o compromisso do bem fazer enquanto via através do qual podemos esperar retornos que engrandeçam a sociedade. Para isso, é importante que concorram muitos factores, a começar pela educação familiar, instrução escolar, que podem, por sua vez, ser complementadas com a cultura da legalidade, boa governação, transparência, respeito pelos bens públicos e privados. Se formos capazes de proteger o património público estaremos, em certa medida, a ajudar o Estado a poupar milhões que gasta com a recuperação ou reposição dos bens destruídos pelos principais destinatários. A cultura da paz implica estar bem com o próprio, realidade que deve ser cultivada e implementada no dia-a-dia de cada um porque apenas se poderá promover outros valores como a tolerância, o respeito e até as boas maneiras.
Neste mês de Abril, como de resto em todo o ano que corre e nos que se seguem, é preciso que os angolanos solidifiquem a paz e estabilidade que vivemos para que "o calar das armas", de há dezassete anos, dê lugar à paz social. Esta depende do que fazemos agora a todos os níveis, porque, ao contrário do que muitas vezes se pensa, a paz é uma conquista de todos os dias e de cada angolano.
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