Alemanha vai participar na
conferência internacional de doadores para a reconstrução das zonas afetadas
pelo ciclone Idai. No centro de Moçambique, a situação "é extremamente
difícil", diz o embaixador Detlev Wolter.
O embaixador da Alemanha em
Moçambique, Detlev Wolter, disse à DW África que o seu país vai seguramente
participar na conferência internacional de doadores para a reconstrução da zona
centro, recentemente afetada pelo ciclone Idai.
"A situação continua a ser
muito difícil. É necessário um trabalho conjunto da comunidade internacional
com o Governo moçambicano", afirma Wolter.
A conferência de doadores está
agendada para a segunda quinzena de maio na cidade da Beira, e está em curso o
levantamento das necessidades.
O Governo alemão deverá
disponibilizar 50 milhões de euros para a reconstrução pós-ciclone Idai, em
Moçambique e em outros dois países atingidos por aquela calamidade natural,
Zimbabué e Malawi.
São precisas
"infraestruturas resilientes"
Cerca de um mês após a passagem
do ciclone, o embaixador da Alemanha visitou nos dias 10 e 11 de abril uma das
zonas mais afetadas, a Beira.
A cidade havia beneficiado há
dois anos de um projeto que contou com financiamento da Alemanha, de
reabilitação e ampliação do canal do Chiveve, na Beira, destinado a minimizar o
impacto de eventuais fenómenos climáticos.
Segundo o embaixador alemão,
Detlev Wolter, "o sistema [de drenagem do Chiveve] permitiu que o centro
da cidade da Beira não fosse tão inundado, como teria acontecido sem aquele
projeto".
"Vamos rapidamente reparar
os danos sofridos pelo sistema de drenagem do Chiveve", adiantou o
diplomata. "A restauração do rio Chiveve e dos mangais deve ter um efeito
positivo a médio e longo prazo contra as mudanças climáticas."
O embaixador considerou também
importante a implantação de infraestruturas resilientes.
Para Detlev Wolter, uma das
lições a tirar do ciclone Idai é como responder "mais
preventivamente" em situações do género, para evitar um elevado número de
vítimas.
Reação a mudanças climáticas
O diplomata disse que a Cruz
Vermelha da Alemanha trabalha há dois anos com a sua congénere moçambicana na
prevenção de mudanças climáticas e, uma semana antes do ciclone, prepararam
kits para assistir as pessoas afetadas.
Na sequência desta calamidade, o
Governo da Alemanha colocou à disposição de Moçambique uma ajuda humanitária de
cinco milhões de euros para as vítimas do ciclone, assim como das inundações e
da seca.
Detlev Wolter afirmou que o apoio
humanitário é canalizado através de organizações internacionais como o Programa
Alimentar Mundial e a UNICEF, assim como através de organizações
não-governamentais como a Cruz Vermelha Alemã, Caritas ou CARE, além da Agência
Federal para Alívio Técnico, em acordo com o Governo moçambicano e em
coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).
Por seu turno, o Comité Nacional
da UNICEF na Alemanha doou seis milhões de euros em ajuda humanitária.
Estima-se que cerca de 50 alemães
estiveram envolvidos, até ao momento, na assistência às vítimas do ciclone e
inundações, através de programas de purificação da água, em
Nhangau.
O embaixador alemão sublinhou
ainda que "é com muita gratificação que constatamos que, na Alemanha, há
uma resposta da sociedade muito forte com doações."
Leonel Matias (Maputo) | Deutsche
Welle
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