Domingos de Andrade* | Jornal de
Notícias | opinião
Se as quatro perguntas que
fizemos na sondagem sobre as eleições europeias da Pitagórica para o JN e TSF
fossem um teste, 83% dos inquiridos teriam chumbado.
Desconhecem quantos países
constituem a União Europeia, o nome do presidente da Comissão Europeia, ou o
número de eurodeputados portugueses. Mais grave, 71% não sabem sequer quando se
realizam (a 26 de maio) e muitos outros arriscam datas erradas. Poderia ser
mais sério se os inquiridos evidenciassem um desprezo pela UE, mas a esmagadora
maioria está feliz com a pertença ao clube do euro. Das boas notícias,
portanto. Das más está a justificação para o alheamento. Os inquiridos
reconhecem que o seu voto é depositado em função de questões nacionais, um
sinal a dar ao Governo em exercício, que o atual assumiu em pleno nesta
campanha.
Não é estranho, por isso, nem
contraditório, que nas europeias PSD e PS possam vir a ter um empate técnico,
nem que nos dados que revelamos hoje sobre a intenção de voto para as
legislativas os socialistas surjam destacados na frente, com a Esquerda
reforçada, e os sociais-democratas com números que deixam Rui Rio em apuros na
liderança. O que nos levaria a outras leituras sobre o assalto ao poder no
pós-legislativas que o último Conselho Nacional apenas apaziguou, ou ao poder simbólico
que Paulo Rangel pode adquirir, ou à possibilidade do regresso do bloco central
em detrimento de um novo acordo à Esquerda para formar governo.
Estranho é que os partidos,
todos, não se deem conta de que misturar eleições, não distinguir o essencial
do acessório em cada uma delas, contribui para o alheamento e para a falta de
conhecimento do que verdadeiramente está em causa.
Olhe-se para o presidente da
República e para os dados estratosféricos da aceitação que tem junto dos
portugueses, como também revelou a nossa sondagem. Ele sabe em cada momento o
que é importante para o país.
*Diretor
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