São Tomé, 26 abr 2019 (Lusa) - O
Presidente de São Tomé e Príncipe defendeu hoje que o Ministério Público deve
ir tão longe quanto possível na investigação ao naufrágio do navio que fazia a
ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe.
“É urgente que os órgãos e as
instituições do Estado assumam o seu papel com responsabilidade e que o
Ministério Público, que é o titular da ação penal, não se limite aos
inquéritos, mas vá o mais longe possível, apurando e assacando todas as
responsabilidades, de modo a minimizar a dor, em particular das famílias, e da
sociedade em geral, para que não estejamos continuamente em determinados
recordes por razões negativas", disse o chefe do Estado.
Logo no início da intervenção na
abertura do ano judicial, que hoje decorre em São Tomé , Evaristo
Carvalho afirmou: "As minhas primeiras palavras são de pesar pelo trágico
acontecimento de ontem [quinta-feira], que culminou uma vez mais com perda de
vidas humanas e que deixou o país estarrecido e preocupado com as ligações
marítimas entre as duas ilhas".
O primeiro-ministro são-tomense,
Jorge Bom Jesus, anunciou logo na quinta-feira a "abertura imediata de um
inquérito" ao naufrágio de um navio, ocorrido esta manhã ao largo da ilha
do Príncipe, que causou pelo menos sete mortos.
"Todas as medidas estão a
ser tomadas, para em primeiro lugar se encontrar rapidamente os desaparecidos e
garantir toda a assistência aos sobreviventes, e num segundo momento, se
proceder à abertura imediata de um inquérito para se apurarem as causas deste
trágico acidente e assacar as eventuais responsabilidades", afirmou o
chefe do Governo de São Tomé e Príncipe, em declarações aos jornalistas.
O navio "Amfitriti",
que fazia a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, uma viagem que
dura entre seis e oito horas, zarpou do porto de São Tomé na noite de
quarta-feira com destino à cidade de Santo António e naufragou já perto da ilha
do Príncipe, na madrugada de quinta-feira.
A bordo viajavam 64 passageiros e
oito tripulantes e o navio transportava 212 toneladas de carga.
Segundo as autoridades locais, o
acidente causou sete mortos -- quatro crianças e três adultos -- e 10
desaparecidos. Cinquenta e cinco pessoas foram resgatadas com vida, três das
quais foram transportadas para a ilha de São Tomé por apresentarem ferimentos
graves.
O presidente do governo regional
do Príncipe, José Cassandra, afirmou haver registos de três passageiros
estrangeiros -- duas portuguesas e um francês -, mas essa informação ainda não
foi confirmada.
O navio da Marinha portuguesa
"Zaire", que se encontra em missão no país, com uma guarnição
constituída por militares portugueses e são-tomenses, navegou de imediato para
o local do naufrágio.
Diário de Notícias
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