sexta-feira, 26 de abril de 2019

Naufrágio em São Tomé e Príncipe ceifa a vida a nacionais e estrangeiros (fotos)

Náufragos sobreviventes do Amfitrit boiavam quando chegou a salvação

Naufrágio do Amfitrit: 7 mortes, 10 pessoas desaparecidas e 55 resgatadas do mar

Dor, angústia e luto marcam São Tomé e Príncipe neste dia 25 de Abril de 2019. Mais uma vez, a ligação marítima entre as duas ilhas, resulta em desgraça, e perda de vidas humanas. Dos 7 mortos já confirmados 4 são crianças e 3 são adultos.

Dos 10 desaparecidos, segundo o Presidente do Governo Regional do Príncipe, contam-se duas cidadãs portuguesas e um cidadão francês.

Das 55 pessoas resgatadas esta manhã no mar perto da ilha do Príncipe, lágrimas e pânico marcavam os seus rostos. «Não é a primeira vez. Nós vamos tendo isso recorrentemente e sem olharmos  para a responsabilização disto. Temos que responsabilizar os infractores, não podemos continuar nisso». Desabafou José Cassandra, Presidente do Governo Regional.


O navio tombou repentinamente, declarou um sobrevivente
No pontão da cidade de Santo António capital do Príncipe, José Cassandra e demais autoridades da região autónoma, partilharam com a população da ilha do Príncipe, mais um dia de dor e sofrimento. Não é a primeira vez. Já se perdeu a conta das vezes que o povo do Príncipe chora sobre o pontão da ilha, pela morte dos seus ente-queridos, na travessia do mar que liga as duas ilhas.

«Pensamos que esta tragédia não pode ficar impune. Tem-se que fazer um inquérito profundo para apurar responsabilidades. Nos últimos 15 anos, o Príncipe vem perdendo famílias e a população da ilha cada vez mais pobre», reforçou o Presidente do Governo da Região Autónoma do Príncipe.

Os 55 sobreviventes só se conseguiram salvar, graças a passagem pela zona do naufrágio de uma embarcação de nome Abjam. O navio em causa zarpou do Príncipe, rumo a ilha de São Tomé, na madrugada de quinta – feira. Foi Abjam que deu conta das balsas de salva vidas que se encontravam no mar onde as 55 pessoas boiavam a espera de salvação.

O Amfitrit no porto de embarque
José Cassandra reuniu o comité de crise no Palácio do Príncipe, e decretou 3 dias de luto na ilha. «Anunciar 3 dias de luto na região autónoma do Príncipe, e a suspenção de todas as actividades políticas e culturais em alusão ao aniversário da autonomia», afirmou o Presidente do Governo regional.

Um dos sobreviventes garantiu que o navio Amfitrit «não afundou. O navio tombou». As imagens provam que o casco da embarcação, é que está em cima da água. A proa está mergulhada no mar do Príncipe.

Na ilha do Príncipe chora-se pelos mortos e procura-se pelos 10 desaparecidos.

Abel Veiga | Téla Nón

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