Náufragos sobreviventes do Amfitrit boiavam quando chegou a salvação |
Naufrágio do Amfitrit: 7 mortes,
10 pessoas desaparecidas e 55 resgatadas do mar
Dor, angústia e luto marcam São
Tomé e Príncipe neste dia 25 de Abril de 2019. Mais uma vez, a ligação marítima
entre as duas ilhas, resulta em desgraça, e perda de vidas humanas. Dos 7
mortos já confirmados 4 são crianças e 3 são adultos.
Dos 10 desaparecidos, segundo o
Presidente do Governo Regional do Príncipe, contam-se duas cidadãs portuguesas
e um cidadão francês.
Das 55 pessoas resgatadas esta
manhã no mar perto da ilha do Príncipe, lágrimas e pânico marcavam os seus
rostos. «Não é a primeira vez. Nós vamos tendo isso recorrentemente e sem
olharmos para a responsabilização disto. Temos que responsabilizar os
infractores, não podemos continuar nisso». Desabafou José Cassandra, Presidente
do Governo Regional.
O navio tombou repentinamente, declarou um sobrevivente |
No pontão da cidade de Santo António
capital do Príncipe, José Cassandra e demais autoridades da região autónoma,
partilharam com a população da ilha do Príncipe, mais um dia de dor e
sofrimento. Não é a primeira vez. Já se perdeu a conta das vezes que o povo do
Príncipe chora sobre o pontão da ilha, pela morte dos seus ente-queridos, na
travessia do mar que liga as duas ilhas.
«Pensamos que esta tragédia não
pode ficar impune. Tem-se que fazer um inquérito profundo para apurar
responsabilidades. Nos últimos 15 anos, o Príncipe vem perdendo famílias e a
população da ilha cada vez mais pobre», reforçou o Presidente do Governo da
Região Autónoma do Príncipe.
Os 55 sobreviventes só se conseguiram salvar, graças a passagem pela zona do naufrágio de uma embarcação de
nome Abjam. O navio em causa zarpou do Príncipe, rumo a ilha de São Tomé, na
madrugada de quinta – feira. Foi Abjam que deu conta das balsas de salva vidas
que se encontravam no mar onde as 55 pessoas boiavam a espera de salvação.
O Amfitrit no porto de embarque |
José Cassandra reuniu o comité de
crise no Palácio do Príncipe, e decretou 3 dias de luto na ilha. «Anunciar 3
dias de luto na região autónoma do Príncipe, e a suspenção de todas as
actividades políticas e culturais em alusão ao aniversário da autonomia»,
afirmou o Presidente do Governo regional.
Um dos sobreviventes garantiu que
o navio Amfitrit «não afundou. O navio tombou». As imagens provam que o casco
da embarcação, é que está em cima da água. A proa está mergulhada no mar do
Príncipe.
Na ilha do Príncipe chora-se
pelos mortos e procura-se pelos 10 desaparecidos.
Abel Veiga | Téla
Nón
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