Jorge Bom Jesus garantiu que o
país está calmo, depois do confronto verbal que marcou a actualidade nacional
entre o Presidente da República Evaristo Carvalho e o Governo.
O Presidente anunciou a
convocação do conselho do Estado, para alegadamente travar a sistemática e
premeditada subversão da ordem institucional no país. Uma ameaça para mostrar
cartão vermelho ao governo, que mereceu resposta do Primeiro Ministro.
Jorge Bom Jesus, disse à Evaristo
Carvalho, que tais acusações ou expedientes para convocação do conselho de
Estado, só poderiam ter o objectivo de encobrir a a operação de luta contra a
corrupção, em que estão envolvidas pessoas que se enriqueceram, enquanto o povo
vive na miséria.
Um clima tenso, que segundo Jorge
Bom Jesus está ultrapassado. «Tiramos ilações, há coisas a corrigir em nome da
dignificação do Estado são-tomense. Em resumo o país está calmo, está bem, as
instituições estão pacificadas, o entendimento existe. Temos o orçamento
do Estado promulgado. Temos é que trabalhar, e relegar para o segundo plano as
especulações», enfatizou Jorge Bom Jesus.
Na última semana, depois de
terem atiçado com as suas declarações públicas, as chamas de uma iminente crise
política, o Presidente da República e o Primeiro Ministro, reuniram-se no
Palácio do Povo, para fumarem o cachimbo da paz.
Para Jorge Bom Jesus enquanto
primeiro ministro, a acalmia tornou-se mais evidente, após as negociações
financeiras esta semana com as chefias militares. «Naturalmente que nós
dissemos aos militares que sim», afirmou Jorge Bom Jesus.
O sim dado aos militares tem a
ver com a actualização dos salários. O novo diploma remuneratório dos militares
foi definido no ano passado pelo anterior governo, com o compromisso de ser
implementado a partir de janeiro de 2019. «Os compromissos são para honrar em
nome da continuidade do Estado. Este governo vai assumir as heranças, isto é
como no casamento…., o bom e o mau. Há muitos compromissos que foram assumidos
no ano passado em termos salariais, para começarem a ser materializados a
partir de janeiro de 2019», explicou o primeiro ministro.
A actualização do salário dos
militares, implica um aumento de 15 % para os oficiais e cerca de 25% para os
sargentos. « São os militares, as várias promoções feitas, mas não só.
Temos a Polícia Judiciária, os funcionários da Assembleia, temos o sector da
estatísticas, a lista é grande», acrescentou.
A realidade económica do país,
não permite aumentos dos salários. Aliás o FMI recomendou ao Governo, que
congelasse todos os salários a nível da função pública.
FMI avisou que São Tomé e
Príncipe vive uma enorme pressão, e Jorge Bom Jesus, pode ficar encurralado. Os
funcionários da função pública querem respirar de alívio, face a enorme pressão
económica e financeira. «Vamos todos trabalhar para arrecadar as receitas
necessárias, mobilizar os financiamentos possíveis para concretizarmos aquilo
que são os compromissos, e sempre conscientes de que as nossas receitas não
cobrem as nossas despesas. Tem que haver o esforço contínuo do Governo no
saneamento das finanças públicas para que possamos reduzir o défice do saldo
primário», concluiu.
Abel Veiga | Téla
Nón
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