sábado, 20 de abril de 2019

São Tomé | “País está calmo”, e a reivindicação dos militares foi satisfeita


Jorge Bom Jesus garantiu que o país está calmo, depois do confronto verbal que marcou a actualidade nacional entre o Presidente da República Evaristo Carvalho e o Governo.

O Presidente anunciou a convocação do conselho do Estado, para alegadamente travar a sistemática e premeditada subversão da ordem institucional no país. Uma ameaça para mostrar cartão vermelho ao governo, que mereceu resposta do Primeiro Ministro.

Jorge Bom Jesus, disse à Evaristo Carvalho, que tais acusações ou expedientes para convocação do conselho de Estado, só poderiam ter o objectivo de encobrir a a operação de luta contra a corrupção, em que estão envolvidas pessoas que se enriqueceram, enquanto o povo vive na miséria.



Um clima tenso, que segundo Jorge Bom Jesus está ultrapassado. «Tiramos ilações, há coisas a corrigir em nome da dignificação do Estado são-tomense. Em resumo o país está calmo, está bem, as instituições estão pacificadas, o entendimento existe. Temos o orçamento do Estado promulgado. Temos é que trabalhar, e relegar para o segundo plano as especulações», enfatizou Jorge Bom Jesus.

Na  última semana, depois de terem atiçado com as suas declarações públicas, as chamas de uma iminente crise política, o Presidente da República e o Primeiro Ministro, reuniram-se no Palácio do Povo, para fumarem o cachimbo da paz.

Para Jorge Bom Jesus enquanto primeiro ministro, a acalmia tornou-se mais evidente, após as negociações financeiras esta semana com as chefias militares. «Naturalmente que nós dissemos aos militares que sim», afirmou Jorge Bom Jesus.

O sim dado aos militares tem a ver com a actualização dos salários. O novo diploma remuneratório dos militares foi definido no ano passado pelo anterior governo, com o compromisso de ser implementado a partir de janeiro de 2019. «Os compromissos são para honrar em nome da continuidade do Estado. Este governo vai assumir as heranças, isto é como no casamento…., o bom e o mau. Há muitos compromissos que foram assumidos no ano passado em termos salariais, para começarem a ser materializados a partir de janeiro de 2019», explicou o primeiro ministro.

A actualização do salário dos militares, implica um aumento de 15 % para os oficiais e cerca de 25% para os sargentos. « São os militares, as várias promoções feitas, mas não só. Temos a Polícia Judiciária, os funcionários da Assembleia, temos o sector da estatísticas, a lista é grande», acrescentou.

A realidade económica do país, não permite aumentos dos salários. Aliás o FMI recomendou ao Governo, que congelasse todos os salários a nível da função pública.

FMI avisou que São Tomé e Príncipe vive uma enorme pressão, e Jorge Bom Jesus, pode ficar encurralado. Os funcionários da função pública querem respirar de alívio, face a enorme pressão económica e financeira. «Vamos todos trabalhar para arrecadar as receitas necessárias, mobilizar os financiamentos possíveis para concretizarmos aquilo que são os compromissos, e sempre conscientes de que as nossas receitas não cobrem as nossas despesas. Tem que haver o esforço contínuo do Governo no saneamento das finanças públicas para que possamos reduzir o défice do saldo primário», concluiu.

Abel Veiga | Téla Nón

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