Os líderes partidários australianos estão hoje envolvidos nas últimas grandes
ações de campanha, na reta final das eleições legislativas de sábado, cujo
resultado final pode demorar mais a conhecer devido ao largo número de votos
postais.
Bill Shorten, líder do Partido
Trabalhista Australiano (ALP) - que as sondagens apontam como próximo
primeiro-ministro --, e Scott Morrison, o líder dos liberais e atual
primeiro-ministro, fazem hoje (ontem, 16.05) os últimos grandes discursos da campanha.
Shorten tem tentado consolidar a
opinião de que, depois de sucessivas crises políticas, é chegada a altura de
mudança.
O candidato escolheu o Bowman
Hall, no subúrbio de Blacktown, nos arredores de Sydney, para o seu último
grande discurso, fazendo recordar o discurso de 1972 de um dos maiores líderes
dos trabalhistas, Gough Whitlam, que dias depois se tornou no primeiro chefe do
Governo do seu partido em 23 anos.
Do outro lado, Morrison insiste
na mensagem de que esta não é a altura de mudar o Governo, sendo essencial
consolidar a agenda económica da coligação conservadora.
A imprensa australiana dá conta
de que, nas principais sondagens, os trabalhistas mantêm uma liderança que lhes
deverá garantir a vitória no sábado, com sinais até de alguma tensão no seio da
coligação do Governo.
Questões como a economia e o
clima, que têm dominado os debates, podem acabar por ser decisivas para o
eleitorado, com sondagens a mostrarem que a maioria dos eleitores não concorda
com as posturas adotadas nestes grandes temas pelo executivo.
Os mais de 16 milhões de
eleitores terão 7.000 locais de voto para eleger os membros do 46.º Parlamento
e o sucessor do Governo minoritário da coligação de direita entre os Liberais e
os Nacionais, liderado por Scott Morrison -- que assumiu o cargo depois de um
desafio interno à liderança do seu antecessor, Malcolm Turnbull.
Além da coligação, vão a votos o
Partido Trabalhista Australiano (ALP), de centro-esquerda, liderado por Bill
Shorten, os Verdes, a Centre Aliance, o Katter's Australian Parti e a One
Nation, entre outros.
Estão registados um total de
1.514 candidatos, dos quais 1.056 para a Câmara de Representantes e 458 para o
Senado.
Em 2016, nas anteriores eleições,
o resultado foi tão próximo -- o mais renhido desde 1961 - que o então
primeiro-ministro, Malcolm Turnbull, só conseguiu assegurar a governação oito
dias depois, com apoio de independentes.
A barreira de maioria é de 77
mandatos, sendo que a eleição poderá ser decidida numa mão-cheia de locais onde
alguns importantes líderes nacionais estão em risco de perder o seu mandato.
As urnas abrem, tendo em conta os
diferentes fusos horários, às 08:00 e fecham às 18:00.
Diário de Notícias | Lusa | Foto:
Bill Shorten. EFE/ Lukas Coch
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