Surgimento de novos factos
ditaram adiamento fez saber o partido no poder em Moçambique, que esteve
reunido, este fim de semana, na Matola. FRELIMO voltou a distanciar-se dos
casos de corrupção.
Reunido desde sexta-feira
(03.05), na Matola, o Comité
Central da FRELIMO decidiu, a pedido do Comité de Verificação do
Partido, adiar o desfecho do caso Samora Machel Júnior, alegadamente devido ao
surgimento de novos factos. Mas, não deverá ser tomada nenhuma decisão sobre o
caso antes das próximas eleições gerais, agendadas para 15 de outubro.
Um quadro da FRELIMO disse à Lusa
que o tema será debatido na próxima reunião do Comité Central, que se vai
realizar após as eleições.
Samora Machel Júnior está a ser
acusado de violar os estatutos do partido, depois de ter tentado concorrer nas
últimas eleições autárquicas na cidade de Maputo como cabeça de lista da AJUDEM
(Associação para o Desenvolvimento Juvenil de Moçambique).
O filho do primeiro Presidente de
Moçambique nega a acusação, afirmando que aceitou o convite da AJUDEM por ter
sido excluído do processo pelo partido sem nenhuma explicação.
Na Matola, durante o encontro
deste fim de semana, o Presidente da FRELIMO, Filipe Nyusi, destacou, entre
as deliberações do Comité Central, a necessidade de intensificação da formação
político-ideológica dos membros do partido.
"A formação ideológica
permite reforçar os valores da disciplina que é o princípio de lealdade
concreta e incondicional ao Partido. Na sessão da Matola, vincamos a
necessidade de observância dos princípios de isenção, imparcialidade,
independência, discernimento e agir em estreito respeito dos estatutos, dos
regulamentos e diretivas do partido a todos os níveis", disse.
Vitória da FRELIMO
Discursando no encerramento da
sessão, este domingo (05.05), Filipe Nyusi definiu este encontro como o início
da marcha da FRELIMO para a vitória nas próximas eleições gerais, ou seja, para
mais um mandato na Presidência da República, para o aumento do número de
assentos no Parlamento e nas Assembleias Provinciais e para a governação em
todas as províncias.
De acordo com Nyusi, a visão do
partido para o próximo ciclo de governação assenta em três pilares:
desenvolvimento do capital humano; emprego, produtividade e competitividade; e
desenvolvimento de infraestruturas económicas e sociais. O presidente
acrescentou: "Estas prioridades serão sustentadas por dois pilares,
nomeadamente, Estado de direito, boa governação e consolidação de
descentralização governativa, ambiente macroeconómico equilibrado e sustentável
e uso de receitas de recursos naturais para financiar, principalmente, a
transformação e modernização da agricultura e do turismo".
Em declarações à imprensa, o
porta-voz do encontro, Caifadine Manasse, afirma que a sessão foi marcada por
um debate aberto, franco e, acima de tudo, incisivo.
Segundo o porta-voz deste
encontro, a FRELIMO sai desta sessão do Comité Central "mais coesa, mais
forte e unida, olhando para aquilo que são os pressupostos e o foco que o nosso
partido tem que é vencer as eleições".
"Nyusi sai mais reforçado”
A III Sessão Ordinária do Comité
Central da FRELIMO foi marcada pela consagração da recandidatura de Filipe Nysi
a mais um mandato na Presidência da República. "O camarada Filipe
Nyusi sai mais reforçado, com mais confiança", afirmou o porta-voz Caifadine
Manasse.
Outro dos temas que mereceu a
atenção do encontro está relacionado com a corrupção, numa altura em que estão
a ser acusados e julgados alguns membros do partido no poder.
Combate à corrupção
Sobre este tema, Filipe
Nyusi afirmou que a corrupção continua um desafio por combater no
país e defendeu uma resposta no quadro do estado de direito. "Ainda
subsistem desafios na transformação da nossa economia e combate à
corrupção",disse.
Sobre este assunto, Caifadine
Manasse voltou a frisar que a FRELIMO se distancia de qualquer tipo de
corrupção e sublinhou que os membros do partido têm que ser exemplares. Segundo
Caifadine, "aqueles que têm algum problema legal, e que estão a ser
ouvidos por corrupção, têm a obrigação de provar o contrário, porque nós somos
pela separação e interdependência de poderes. Nós somos um partido político. Há
órgãos de justiça, esses órgãos têm o direito e o dever de fazer o seu
trabalho", disse.
O combate à corrupção em
Moçambique está na ordem do dia, com a detenção de várias figuras próximas da
Frelimo, no âmbito do processo judicial sobre as chamadas dívidas ocultas e
outros casos relacionados com o desvio de fundos públicos.
Leonel Matias (Maputo), Agência
Lusa | Deutsche Welle
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