...e manda “farpas” ao MPLA
A nova organização política que
tem como segundo desafio a participação nas eleições gerais de 2022, vai ser
criada com recursos próprios, como já fez no passado, com a criação da CASA-CE,
em 2012.
O político angolano Abel
Chivukuvuku, ex-presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola -
Coligação Eleitoral (CASA-CE), reuniu nesta sexta-feira em Luanda, vários
apoiantes para pedir sugestões visando a formação de um novo partido político
angolano cujo nome será divulgado até 15 de agosto próximo.
No primeiro contacto direto com
os seus apoiantes, depois da sua destituição da liderança da Convergência Ampla
de Salvação de Angola - Coligação eleitoral (CASA-CE) em fevereiro deste ano,
por alegada "quebra de confiança", Chivukuvuku mandou várias
"farpas” ao MPLA, partido que suporta o Governo, afirmando que organização
está composta de cidadãos "antipatrióticos que delapidaram o país”.
Abel Chivikuvuku juntou na manhã
desta sexta-feira (14.06.) numa unidade hoteleira no Talatona, centenas de
apoiantes com quem discutiu os métodos para o lançamento de um novo
projeto político, que no seu entender poderá garantir alternância do poder em
Angola.
O antigo líder da CASA-CE, a
terceira força política no país, afirmou durante o diálogo com os futuros
militantes do partido a ser criado, que vai percorrer o país para colher
opiniões de outros cidadãos afim de reforçar os ideais da nova força política
em Angola.
"Não quero que daqui a
quatro anos ou daqui a cinco anos, se diga que o mano Abel Chivukuvuku. Não.
Nós, cada um de vocês, juntos criamos”, afirma o político.
O projeto segundo Abel
Chivukuvuku, surge como forma de garantir novas esperanças aos angolanos. A
organização vai ser constituída ainda esse ano, pois o primeiro desafio será a
participação nas primeiras eleições autárquicas no país marcadas para
2020.
"Temos que surgir,
acreditando que seremos nós a construir o nosso país. Temos que surgir agora em
2019, porque o primeiro desafio vai conter já no próximo ano, 2020. Em 2020
teremos as eleições autárquicas. E terá que ser o primeiro passo para rompermos
com a hegemonia do partido no poder, quanto ao exercício do poder local.”
Críticas ao MPLA
Durante o seu discurso,
Chivukuvuku não poupou críticas ao partido governante, chamando os seus membros
de antipatrióticos. "O momento atual nos dá razão. O partido no
poder é constituído por uma grande maioria de cidadãos antipatrióticos que
delapidaram o nosso país. Hoje está a ficar provado que grande parte dos
governantes não leu isso mais do que nós. Estamos a dizer que estamos apenas a
constatar aquilo que eles próprios estão a constatar. Esperamos que haja
suficiente coragem para não arrancar o pé, embora, tenho dúvida, porque grande
parte dos criminosos andam à solta”, frisou.
Para Chivukuvuku, o MPLA, apesar
de ter uma nova liderança, continua com os mesmos vícios porque as figuras são
as mesmas. Segundo ele o programa do partido no poder em Angola, o MPLA, apenas
visa distrair a população.
"Não vale apenas
termos ilusões. Hoje está a ficar provado que a crise económica é artificial.
Foi criada pelo arrombo que fizeram nos cofres do Estado, porque Angola teve
dinheiro suficiente para criar uma economia estruturada e ajustada, e hoje não
estaríamos em crise”, sublinhou o político que também criticou o Presidente da
República, João Lourenço, que segundo disse não mostra vontade de fazer
uma revisão constitucional.
De acordo com Abel Chivukuvuku, a
nova organização política, que tem como segundo desafio a participação nas
eleições gerais de 2022, vai ser criada com recursos próprios, como já fez no
passado, com a criação da CASA-CE, em 2012.
Borralho Ndomba | Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário