sábado, 15 de junho de 2019

Angola | Chivukuvuku pede sugestões para criação do novo partido...


 ...e manda “farpas” ao MPLA

A nova organização política que tem como segundo desafio a participação nas eleições gerais de 2022, vai ser criada com recursos próprios, como já fez no passado, com a criação da CASA-CE, em 2012.

O político angolano Abel Chivukuvuku, ex-presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), reuniu nesta sexta-feira em Luanda, vários apoiantes para pedir sugestões visando a formação de um novo partido político angolano cujo nome será divulgado até 15 de agosto próximo.

No primeiro contacto direto com os seus apoiantes, depois da sua destituição da liderança da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação eleitoral (CASA-CE) em fevereiro deste ano, por alegada "quebra de confiança", Chivukuvuku mandou várias "farpas” ao MPLA, partido que suporta o Governo, afirmando que organização está composta de cidadãos "antipatrióticos que delapidaram o país”.

Abel Chivikuvuku juntou na manhã desta sexta-feira (14.06.) numa unidade hoteleira no Talatona, centenas de apoiantes com quem discutiu os métodos para o lançamento de um novo projeto político, que no seu entender poderá garantir alternância do poder em Angola.


O antigo líder da CASA-CE, a terceira força política no país, afirmou durante o diálogo com os futuros militantes do partido a ser criado, que vai percorrer o país para colher opiniões de outros cidadãos afim de reforçar os ideais da nova força política em Angola.

 "Não quero que daqui a quatro anos ou daqui a cinco anos, se diga que o mano Abel Chivukuvuku. Não. Nós, cada um de vocês, juntos criamos”, afirma o político.

O projeto segundo Abel Chivukuvuku, surge como forma de garantir novas esperanças aos angolanos. A organização vai ser constituída ainda esse ano, pois o primeiro desafio será a participação nas primeiras eleições autárquicas no país marcadas para 2020.

 "Temos que surgir, acreditando que seremos nós a construir o nosso país. Temos que surgir agora em 2019, porque o primeiro desafio vai conter já no próximo ano, 2020. Em 2020 teremos as eleições autárquicas. E terá que ser o primeiro passo para rompermos com a hegemonia do partido no poder, quanto ao exercício do poder local.”

Críticas ao MPLA

Durante o seu discurso, Chivukuvuku não poupou críticas ao partido governante, chamando os seus membros de antipatrióticos.  "O momento atual nos dá razão. O partido no poder é constituído por uma grande maioria de cidadãos antipatrióticos que delapidaram o nosso país. Hoje está a ficar provado que grande parte dos governantes não leu isso mais do que nós. Estamos a dizer que estamos apenas a constatar aquilo que eles próprios estão a constatar. Esperamos que haja suficiente coragem para não arrancar o pé, embora, tenho dúvida, porque grande parte dos criminosos andam à solta”, frisou.

Para Chivukuvuku, o MPLA, apesar de ter uma nova liderança, continua com os mesmos vícios porque as figuras são as mesmas. Segundo ele o programa do partido no poder em Angola, o MPLA, apenas visa distrair a população.

 "Não vale apenas termos ilusões. Hoje está a ficar provado que a crise económica é artificial. Foi criada pelo arrombo que fizeram nos cofres do Estado, porque Angola teve dinheiro suficiente para criar uma economia estruturada e ajustada, e hoje não estaríamos em crise”, sublinhou o político que também criticou o Presidente da República, João Lourenço, que segundo disse não mostra vontade de fazer uma revisão constitucional.

De acordo com Abel Chivukuvuku, a nova organização política, que tem como segundo desafio a participação nas eleições gerais de 2022, vai ser criada com recursos próprios, como já fez no passado, com a criação da CASA-CE, em 2012.

Borralho Ndomba | Deutsche Welle

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