terça-feira, 25 de junho de 2019

Cabo Verde | A “desesperança das pessoas”, sobretudo dos jovens

PAICV convida MpD a ir para terreno constatar a “desesperança das pessoas”

O presidente da Comissão Política Regional do PAICV de Santiago Sul, Carlos Tavares, convidou hoje o MpD (no poder) a sair para o terreno para constatar a “desesperança das pessoas”, sobretudo dos jovens.

Carlos Tavares, que falava à Inforpress este domingo, após visitar os bairros de Paiol e Coqueiro, na cidade da Praia, com o objectivo de auscultar a população, ouvir as suas dificuldades e os seus anseios. Na final da visita, disse ter detectado uma situação de “declínio social e económico” com os problemas da pobreza e o desemprego a “agudizarem-se”.

“Constatamos vários problemas sociais e o que mais nos preocupa mesmo é o desemprego, porque sabemos o impacto que a falta de rendimento tem na vida das pessoas. Quando não se tem um emprego há dificuldades em comprar a alimentação, pagar pela saúde, transportes e educação dos filhos e por isso é uma situação que preocupa o PAICV”, salientou.

Neste sentido, questionou sobre os 45 mil postos de trabalho prometidos pelo MpD durante campanha eleitoral em 2016 e que faz parte do programa do actual Governo, salientando que essa promessa eleitoral não tem tido efeitos práticos.

“O MpD tem de vir ao terreno ouvir desses jovens que o compromisso que apresentou em relação emprego foi uma autêntica falácia sem resultados práticos”, afirmou, segundo a Inforpress, Carlos Tavares, adiantando que os jovens estão “bastante desesperançados” com o Governo.


Jovens desempregados e bairros abandonados

O líder do PAICV na região de Santiago Sul notou que os jovens estão igualmente desesperançados com a atitude do poder local, ou seja, da Câmara Municipal da Praia que também é liderada pelo MpD.

Neste quesito, Carlos Tavares falou da falta de habitação, das dificuldades no acesso ao terreno por parte das populações, quando os mesmos, segundo ele, têm sido vendidos às pessoas próximas de partido para especulação imobiliária.

“De facto, a autarquia da Praia presidida por Óscar Santos não tem dado resposta nesse sentido. Os poucos terrenos que existem estão a ser entregues, de forma directa, às pessoas próximas do partido e os poucos lotes que são lançados em hasta pública são como cartas marcadas porque só as pessoas com alto rendimento e que têm posse é que conseguem”, denunciou.

Sugeriu uma outra política de solo no município da Praia, sobretudo voltada para a população de baixa renda, por forma a possibilitar que essa camada possa também ter acesso ao mercado de solo e ter a possibilidade de construir as suas habitações com alguma dignidade.

A falta de espaço de lazer foi outra situação que o PAICV diz ter constado nas diferentes localidades.

“As pessoas queixam-se da falta de praça, espaços com acesso à Internet, centros de juventude, locais que, conforme indicou, existiam antes em algumas localidades, mas que foram vendidas ao sector privado para a promoção imobiliária, deixando as populações sem alternativas.

Oposição quer ser alternativa e apresenta sugestões de novas políticas

Segundo ainda a Inforpress, Carlos Tavares diz que o PAICV quer ser alternativa às pessoas e, por isso mesmo, está no terreno, apresentado as suas propostas.

A nível do emprego afirma que há oportunidades empregos dentro das comunidades que não estão a ser exploradas, nomeadamente a nível do tratamento urbanístico comunitário, animação social e cultural dentro das próprias comunidades onde os jovens locais podem ser empregados.

Fala também no investimento forte na formação profissional, conforme indicou não tem sido feito pelo poder local, refere a Inforpress, citando o presidente da CPR do PAICV em Santiago Sul.

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