Em comunicado, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola nega qualquer instauração de um
processo-crime contra José Eduardo dos Santos, depois de rumores de que o
ex-Presidente teria sido notificado pelo DNIAP.
A PGR reconheceu na
quarta-feira (07.08) que a notificação enviada ao ex-Presidente do país José
Eduardo dos Santos não teve em conta a imunidade de que este goza.
Uma nota a que a agência Lusa
teve acesso refere que a notificação a José Eduardo dos Santos para comparecer
naquele órgão foi emitida por um funcionário da Direção Nacional de
Investigação e Ação Penal (DNIAP).
O mesmo documento adianta que
durante a investigação e instrução processual dos vários processos-crime que
correm os trâmites legais contra alguns gestores públicos "poderá ser
preciso que o Presidente cessante preste algum esclarecimento para o bem da
pessoa notificada".
A PGR salienta que "não foi
instaurado e nem sequer existe algum processo-crime contra o ex-Presidente da
República, o engenheiro José Eduardo dos Santos".
Ex-Presidente ainda poderá ser
ouvido
Segundo a nota, o funcionário da
DNIAP, ao notificar José Eduardo dos Santos, que foi Presidente de Angola 38
anos, "não teve em conta a qualidade da pessoa notificada".
Em declarações à Lusa, o
porta-voz da PGR, Álvaro João, explicou que, tendo em conta a imunidade de que
o ex chefe de Estado angolano goza por ser igualmente membro do Conselho da
República, a notificação deveria ter sido enviada e assinada pelo
Procurador-Geral da República ou pelo vice-procurador.
"Quando são essas entidades
pode pedir-se a elas que marquem a hora, o local e o oficial desloca-se para a
sua audição", esclareceu Álvaro João.
De acordo com o porta-voz, há
necessidade de se ouvir o ex-chefe de Estado angolano "por conta dos
vários processos em curso, em que muitos dos arguidos para a sua defesa dizem
ter recebido ordens" do antigo Presidente.
"É muito importante que se
faça isso (ouvi-lo) porque muitos mesmo tendo recebido ordens, podem ter
extravasado e agora atiram culpas", acrescentou Álvaro João.
Agência Lusa | Deutsche Welle
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